Sua Promessa: Os Bebês da Máfia - Capítulo 12

12: Capítulo 12 12: Capítulo 12 Christian largou a caneta que segurava e ficou congelado por um segundo antes de olhar para cima, da sua mesa. Eu tentei ler seu rosto, mas ele não mostrava expressão alguma. Nem uma única ruga, nada.

“Sim, estou grávida de três meses e pensei que você ao menos deveria saber a verdade. Não preciso da sua ajuda ou do seu dinheiro, nem mesmo que você esteja presente para o bebê. Mas eu só quero dizer que estou grávida e que vou manter o beb-”
No momento em que uma risada escapou da boca dele eu interrompi minha frase e olhei para seu punho cerrado. Não pude evitar engolir em seco de medo e aguardar sua reação. “Três meses?”.

“Há quanto tempo você sabe?” Ele perguntou em um tom calmo, mas irritado. Eu sabia que ele tinha um temperamento forte e não queria provocá-lo, então, ao invés disso, estava planejando contar-lhe a verdade que ele merecia. “Apenas uma semana.”

“Como eu te disse, estou perfeitamente bem sozinha e não preciso – não, eu não quero você na minha vida e não estou pedindo isso, mas agora você sabe”, eu disse a ele, sabendo muito bem que não era verdade. Sim, eu não precisava dele na minha vida, mas se ele estivesse lá para apoiar o bebê teria facilitado muito as coisas. Eu nem esperava conseguir dizer o que tinha que dizer sem gaguejar, mas de alguma forma eu consegui.

“Você está louca?” Ele perguntou e se levantou de trás da mesa. A expressão em seu rosto era fria como poderia ser. A cada passo que ele dava em minha direção, eu dava um para trás, temendo que ele fosse perder o controle e me dizer para me livrar do bebê. Recuei até que bati na parede e não tinha para onde ir. Meu primeiro instinto foi cobrir meu estômago com as mãos para que ele não pudesse me machucar. Fechei os olhos e me preparei para o que quer que viesse. “Você tem nosso bebê, meu bebê, no seu estômago e está me dizendo que não quer que eu tenha nada a ver com isso. Você está insana, que porra há de errado com você!” Ele gritou, fazendo-me estremecer e olhar para baixo, para o meu estômago, que eu ainda protegia com as duas mãos.

“E-eu não imaginei que você estivesse exatamente esperando por um bebê e… me desculpe.” Eu me desculpei. Talvez o Marc estivesse certo, talvez eu o tivesse julgado mal. Sim, sua reação me assustou, mas até agora parecia que ele estava bem com a gravidez.

“Eu vou ser pai?” Ele perguntou mais uma vez e eu rapidamente assenti com a cabeça, com medo de seu próximo movimento, mas tudo o que ele fez foi respirar fundo.

“Como você está, como está o bebê, você viu um médico?” Ele perguntou e mostrou um indício de preocupação em seu rosto. Não pude deixar de sorrir com sua repentina mudança de comportamento, que foi completamente inesperada. Eu tinha me preparado para o pior, mas lá estava ele, perguntando como eu estava.

“Estou bem, o bebê está bem, e sim”, eu disse. Mais uma vez, tentei ler a expressão no rosto dele, mas parecia ser uma mistura de preocupações, medo e felicidade. Era difícil entender o que ele estava pensando e eu nem sempre podia ler seu rosto.

“Eu vou ser pai?” Christian perguntou novamente por confirmação e eu assenti com a cabeça. Pelo que parecia, ele tinha um sorriso no rosto, mesmo que apenas por um segundo, mas tão rápido quanto veio, desapareceu. “Espere Serena, você definitivamente não pode mais trabalhar aqui, eu não vou permitir, você está demitida.”

“Eu sei, eu não estava planejando continuar mesmo.” Eu sorri, mas rapidamente percebi que estava demitida e desempregada com um bebê a caminho. “Então, quando vamos pegar suas coisas, hoje?” Christian perguntou e eu me senti tão confusa quanto nunca. “Pegar minhas coisas?”

“Sim, para você se mudar.” Ele falou como se fosse a coisa mais casual do mundo. “M-me mudar?”

“Sim, você não estava pensando em fazer isso sozinha, não é? Mude-se para minha casa e eu cuidarei de você e do bebê.” Christian disse e pegou minhas mãos para removê-las do meu estômago. Suas palavras me surpreenderam e eu fiquei feliz que sua reação não fosse tão ruim quanto eu esperava, mas eu ainda estava cautelosa sobre o tipo de negócios em que ele estava envolvido e não queria colocar a mim ou ao meu filho nessa situação. Tudo o que ele tinha que fazer era estar lá para o bebê.

“Nós nem estamos juntos,” eu disse a ele, escondendo o fato de que não planejava me tornar uma esposa da máfia, mas a expressão no rosto de Christian me mostrou que ele obviamente não estava impressionado.

“Não estou dizendo que temos que estar. Vamos ser realistas, somos tão diferentes, nunca estaremos, mas isso não significa que eu não posso cuidar de você e do bebê.” Ele falou e olhou para o meu estômago ainda plano. “Pelo menos deixe-me cuidar de ambos até ter certeza de que você é capaz de viver por conta própria.”

Ai,
“Você não acredita que eu consiga? Porque eu realmente não preciso de nenhum favor seu.” Eu disse a ele o mais educadamente possível e tentei processar suas palavras. “Serena…” Ele falou e apertou minhas mãos.

“Não foi isso que eu quis dizer, mas sejamos realistas aqui. Você mora em um apartamento menor do que este escritório e veio trabalhar mesmo não estando em condições de trabalhar. Não tenho dúvidas de que você será uma ótima mãe, porque você parece ser uma pessoa boa e esforçada, mas estou duvidando de mim mesmo, então, por favor, deixe-me ser um bom pai… deixe-me cuidar de você e do bebê. Cuidar do meu filho não é um favor, é o que eu deveria estar fazendo.”

Christian não era um homem de muitas palavras, mas só nestes poucos minutos ele tinha dito mais do que eu tinha ouvido ele falar em toda a minha vida. Eu sabia que ele tinha boas intenções, e sua oferta soava extremamente tentadora. Eu queria fazer uma co-parentalidade e deixar ele ver o filho dele se ele realmente quisesse, mas o sobrenome da família dele me assustava e eu não sabia como abordar isso. Ele provavelmente me enterraria e ao bebê se eu usasse a palavra ‘máfia’…

“Christian, você tem certeza absoluta que está pronto para ser pai, porque eu nem estou pronta para ser mãe.” Eu lhe disse honestamente e tentei mudar de assunto. “Não temos muita escolha, eu acho que temos todo o tempo para nos prepararmos, você não acha?” Ele falou, mas o olhar em seu rosto me preocupava.

Era um olhar de dúvida, e eu não sabia se ele estava duvidando de mim, dele mesmo, ou do bebê, mas eu tinha visto esse olhar antes e ele não prometia nada de bom.

“Eu não quero que você me dê falsas esperanças, eu não quero que você nos abandone”, eu lhe disse, mas ele imediatamente balançou a cabeça. “Eu não vou. Eu prometo que não vou, eu juro que não vou, então, por favor, apenas aceite a minha oferta.”

“E quanto ao Lucio?” Eu perguntei e tentei mudar a conversa mais uma vez, mas dessa vez era uma conversa que importava. Lucio tinha sido nada além de gentil comigo, mas eu menti na cara dele várias vezes. Ele ficaria bem com isso?

“Serena, isso não é sobre os outros, isso é sobre você, eu e nosso bebê!” Christian levantou a voz, obviamente irritado com minhas perguntas.

“Desculpe, eu vou falar com ele. Só por favor considere minha oferta.” Ele se desculpou rapidamente quando notou o olhar assustado no meu rosto. Eu sabia que ele tinha boas intenções, mas isso estava fora do caráter para ele e definitivamente não era a reação que eu esperava. Tudo isso estava indo rápido demais e parecia que ele estava apenas dizendo coisas sem pensar.

“Christian-” Eu tentei me aproximar cuidadosamente, mas ele não perdeu tempo em me interromper.

“Você deve descansar e pensar a respeito.” Foi tudo o que ele disse e pessoalmente abriu a porta para mim. Observei seu rosto em busca do olhar de dúvida que tinha estado lá há pouco tempo, mas não consegui encontrá-lo. Christian ser difícil de interpretar tornava as coisas mais complicadas para mim, porque eu não queria dizer as coisas erradas.

“Christian, eu vou pensar a respeito, mas se vamos fazer isso juntos, você tem que prometer que não vai me abandonar”, eu pedi a ele e observei enquanto ele assentia com a cabeça, mas isso não era suficiente para mim.

“Você tem que me prometer”, eu falei novamente, dessa vez exigindo uma resposta dele. Eu precisava de garantias e não sairia sem elas.

Se eu fosse mesmo considerar trazer meu bebê diretamente para o estilo de vida perigoso dele, eu tinha que ter certeza de que ele não nos deixaria ou nos jogaria na rua quando bem entendesse. Poucos minutos atrás, logo antes de eu ter contado a ele sobre minha gravidez, ele estava ansioso para me mostrar a porta o quanto antes, então eu tinha que ter certeza disso.

“Serena, eu prometo.”