Sua amante é sua ex-esposa - Capítulo 314
Capítulo 314: Algumas Verdades
As últimas palavras de Athena pairaram no ar. Dominique podia sentir o tom de resignação e desespero em sua voz. Ela estava com emoções mistas naquele momento – medo, tristeza e uma pequena centelha de arrependimento.
Ele queria confortá-la… dizer que tudo ficaria bem… que ele não deixaria ninguém machucá-la.
“Athena, não perca a esperança. Eles ainda precisam de algo. Eles não vão nos matar ainda. Pense em Aaron…” Dominique pausou por um momento antes de continuar.
“Vladimir fará alguma coisa para te resgatar. Se você não acredita em mim… então apenas confie em Vladimir. Você tem que se manter forte.”
Dominique não tinha escolha a não ser mencionar o nome de Vladimir. Se essa era a única forma de encorajar Athena, então ele estava disposto a confiar em Vladimir.
Enquanto isso, Athena se sentiu confortada pelas palavras de Dominique. Ele estava certo. Ela acreditava que Vladimir faria qualquer coisa para salvá-los.
“Eu só espero que eles consigam nos resgatar. Eu não quero morrer aqui. Ainda há tantas coisas que quero fazer…”
‘Junto com Aaron, meu irmão… e Vladimir,’ ela acrescentou em seus pensamentos.
Dominique assentiu com um sorriso. “Sim. Apenas pense positivamente. Você não vai morrer aqui.”
Houve um longo momento de silêncio entre os dois.
Depois de contemplar por um tempo, Dominique voltou a falar.
“Athena… se sobrevivermos aqui, posso pedir algo a você?”
Athena franziu as sobrancelhas. Mas ainda escutou ele. “O que é?”
“Por favor… permita-me contar a Aaron a verdade… que eu sou o pai biológico dele.”
Os olhos de Athena se arregalaram em descrença. “Você já sabia sobre Aaron?”
“Sim. Eu sei a verdade. Ele é nosso filho,” Dominique respondeu.
Athena balançou a cabeça enquanto o olhava zombeteiramente.
“Como você se atreve a fazer tal pedido, Dom? Esqueceu o que você fez antes?” Sua voz era firme e afiada.
“Você não tem o direito de ser o pai dele! Ou mesmo de agir como pai dele. Você não queria que Aaron nascesse. Você me pediu para abortar nosso filho!” Athena não conseguiu se conter ao elevar a voz enquanto desabafava sua raiva e frustração.
“Você é um bastardo sem vergonha!” ela xingou ele.
“Não! Eu não sabia que você estava grávida! Sasha escondeu a verdade de mim. Eu nunca pedi para você abortar nosso filho! Juro por Deus, Athena. Eu nunca faria isso!” Dominique retrucou, tentando esclarecer esse mal-entendido.
“Descobri que Sasha nos enganou. Por favor, acredite em mim… eu amo Aaron… nosso filho. Se eu soubesse que você estava grávida naquela época… talvez… apenas talvez eu devesse ter mudado de ideia sobre minha vingança. Eu deveria ter escolhido você e nosso filho.”
As palavras de Dominique eram firmes. Ele queria que ela soubesse de seus verdadeiros sentimentos.
Enquanto isso, Athena permaneceu em silêncio. Ela não sabia se deveria acreditar nele ou não.
“Não há como eu mentir para você sobre isso. Athena… é realmente minha culpa por não ter dado valor a você. Eu estava cego pela minha vingança. Eu falhei com você e nosso filho. Mas juro… eu nunca pediria para você abortar nosso filho… mesmo que eu odiasse tanto seu pai.”
Athena mal podia acreditar. Mas ao pensar sobre a natureza manipuladora de Sasha, havia uma grande possibilidade de que Dominique estivesse dizendo a verdade.
‘Se isso for verdade… então só significa que Sasha mentiu para mim… me fazendo odiar Dominique mais ainda.’
“Se você ainda duvida das minhas palavras, pode perguntar ao Gael. Ele já sabia que eu nunca ordenei abortar nosso filho…” Dominique lembrou de sua confrontação com Gael.
Athena ficou sem palavras. ‘Gael sabia disso. Mas ele nunca mencionou isso para mim. Por que ele escondeu isso de mim?’
“Você está dizendo a verdade, Dom?” ela perguntou novamente.
“Sim. Estou,” ele respondeu com convicção. “Aaron é nosso filho. Fiquei tão feliz quando soube a verdade. Aaron não é uma criança indesejada. Eu o amo. Mesmo sabendo que não sou um bom pai… ainda quero me redimir com ele. Por favor, não me impeça de ver Aaron, Athena. Eu te imploro. Diga a ele que sou seu pai biológico… Este é meu único desejo…”
Athena estava se sentindo confusa agora. Ela ainda não podia acreditar que Dominique nunca pediu para ela abortar o filho deles. Todos esses anos, ela o odiou por isso. Mas parecia que tudo era apenas um mal-entendido devido ao esquema de Sasha.
“Deixe-me pensar sobre isso. Vou reconsiderar assim que sobrevivermos aqui,” Athena murmurou, desviando o olhar.
Por alguma razão desconhecida, seu coração de repente se sentiu aliviado depois de saber a verdade. ‘Dominique não sabia sobre minha gravidez. E ele nunca me pediu para abortar nosso filho. Sasha mentiu para nós.’
Ela apertou os punhos com força. Ela odiava Sasha por deixá-la acreditar que Dominique não queria seu filho.
‘Ela realmente sabe como criar um conflito entre nós. Ela só queria que nos odiássemos mais. Esse é o motivo dela.’ Athena pensou consigo mesma.
“Dom… por que você fez isso? O que meu pai fez para você para que você o odiasse e se vingasse de nossa família?” Athena finalmente perguntou. Ela estava morrendo de vontade de saber o motivo pelo qual Dominique odiava seu pai… sua família.
No fundo, ela desejava entender de onde vinha o ódio de Dominique. Qual era a raiz dessa vingança? Como e quando começou?
No entanto, Dominique escolheu permanecer em silêncio. Ele podia ver o quanto ela admirava seu pai… como ela o via como uma figura de força e virtude. Falar a verdade agora só iria destruir essa imagem. Causaria dor a ela, uma dor que ele não estava disposto a infligir.
A imagem idealizada que ela tinha de seu pai seria destruída, substituída por algo mais sombrio. Dominique não conseguia se forçar a ser o responsável por isso — não para ela.
“Sinto muito, Athena,” ele disse silenciosamente, sua voz carregada de arrependimento. “Mas eu não posso te contar. Algumas verdades são melhores não ditas. Esta… É para o seu próprio bem.”
Athena, inconscientemente, rangia os dentes com as palavras de Dominique. “Como você pode? Eu mereço saber a verdade, Dom! Você me traiu. Você me usou. E você me machucou por causa do meu pai. Você tem que me contar o motivo de ter feito tudo isso?!”
Dominique só pôde suspirar profundamente. “Sinto muito, Athena. Apenas esqueça isso.”
“Você é um idiota!!! Você se recusa a me contar a verdade. Como posso entender se você continua escondendo a verdade de mim?!”
Athena de repente explodiu. Ela queria ouvir tudo dele. Ela estava dando a ele uma última chance de se abrir. Mas ele se recusou a revelar a verdade.
Dominique ainda estava lutando para encontrar as palavras certas quando a porta se abriu. Dois homens mascarados invadiram o quarto com uma intenção cruel brilhando em seus olhos.
“É hora de separar vocês dois. Hahaha!” um deles zombou, sua voz gotejando com escárnio enquanto se movia em direção a Athena.
“Não!” Dominique gritou, sua voz crua de pânico. “Não ouse tocar nela!”
Mas antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa, o segundo homem cruzou o quarto num piscar de olhos e deu um soco no estômago de Dominique. A força do golpe expulsou o ar de seus pulmões.
“Cale a boca!” o homem latiu. “Você terá sua vez. Vamos lidar com você depois que terminarmos com ela.”
Athena gritou quando o primeiro homem a puxou para ficar de pé, seu aperto áspero e implacável. Seus olhos travaram nos de Dominique, arregalados de terror.
‘Ajude-me…’ — um pedido silencioso apareceu em seus olhos.
Dominique só pôde assistir, impotente, enquanto ela era arrastada em direção à porta, seu corpo dolorido, sua mente gritando. Mas mesmo em sua dor, seus olhos estavam fixos em Athena enquanto ele lutava para se libertar de suas amarras.