483: 483- Dezenove? Morrer? 483: 483- Dezenove? Morrer? Na hora do jantar, Angela se encontrou em uma posição constrangedora. Nas reuniões familiares dos Sinclair, sempre ficou subentendido que ela sentaria ao lado de Alexander Sinclair.

Mas, naquela noite, ficou constrangedora para ela quando Rafael Sinclair ofereceu àquela garota para sentar onde quisesse. Como esperado, a garota Anaya escolheu sentar na cadeira onde Angela queria estar.

Bem ao lado do Alexander.

Angela fechou os dedos em punhos e marchou para outra cadeira. Sinceramente, ela não conseguia entender o alvoroço.

A garota podia parecer inocente, mas era tão insegura e Angela sentia que ela poderia chorar a qualquer minuto.

“Hunf. Inocência falsa! Ora essa,” ela resmungou irritada, tomando cuidado para que ninguém a visse reclamando.

Era evidente que a garota, cujo nome era Anaya Fu*cker, estava forçando um sorriso nos lábios. Sua mão estava fria quando Angela tentou apertá-la em cumprimento, pelo bem dos pais do Alex, antes do jantar começar.

Sendo almas bondosas, Ariel e Alex não se opuseram quando Anaya escolheu sentar naquela cadeira. Alex até colocou a jarra de água perto dela e perguntou algo. Angela teve vontade de bater no rosto da garota quando ela respondeu a Alex com um sorriso tímido.

Angela lançou a Anaya um olhar maldoso e então começou a comer sua comida. No passado, ela muitas vezes tentou ficar perto do Alex para que pudesse fazer coisas atrevidas debaixo da mesa.

Do jeito que ela costumava roçar o pé nas pernas dele cobertas pelo jeans, quando achava que ninguém estava olhando, esperando que ele reagisse, mas ele nunca o fez.

Ela era louca por ele desde a infância, mas ele nunca, jamais a olhou daquela maneira. Era como se, aos olhos dele, ela não fosse nada mais do que uma velha amiga de sua irmã. Alguém familiar, mas não tão importante.

Quase invisível para ele.

E agora ele estava dando atenção à garota como…

Como se ela fosse superior à Angela.

Olhe para ela. Qualquer um pode ver que ela não tem um pingo de classe.

***
“Kebabs?” Alex ofereceu a Anaya um prato cheio de kebabs de churrasco e Anaya balançou a cabeça com um sorriso tímido. Ela não estava com vontade de comer. Este era um momento emocional para ela, já que estava passando um tempo com sua família após o que parecia ser uma eternidade.

Marissa e Rafael fizeram um esforço extra para organizar o jantar no jardim. Esta parte foi adornada com uma sequência calorosa de luzes que emitiam um brilho suave ao redor da mesa.

Todos presentes ali podiam sentir o cheiro dos alimentos recém grelhados que estavam sendo levados à mesa pelos garçons uniformizados.

Cadeiras almofadadas foram dispostas ao redor da mesa, e um centro de mesa floral adicionava elegância ao arranjo geral.

Angela sentia que o casal tinha se esforçado muito só porque essa garota esquisita tinha de alguma forma acabado lá por acidente.

Essa garota podia estar fingindo essa expressão inocente no rosto, mas Angela não era boba. Todos sabiam quem eram os Sinclair.

Alexander Sinclair era o solteiro mais cobiçado da cidade e os olhos de Angela sempre estiveram no prêmio.

“Pare de encarar meu irmão,” Angela piscou quando ouviu o tom baixo de Ariel, “Está muito óbvio!” havia diversão em sua voz.

Angela tentou sorrir, mas falhou pela metade, “Nah. Não seja ridícula,” ela zombou com um aceno de mão, “Eu estava apenas admirando o arranjo. A forma como a Sra. Sinclair se esforçou,” Ela então se inclinou um pouco, espiando além de Ariel para lançar um olhar à Sra. Sinclair, que estava sentada do outro lado de Ariel.

“Sra. Sinclair. Estou adorando. Como você conseguiu pendurar aquelas lanternas naquelas árvores? Nem todos sabem… que antes de ser uma CEO era uma empreendedora de sucesso,” ela tentou forçar um pouco de alegria em sua voz.

Angela queria mostrar à garota Anaya que ela era mais bem-vinda e era quase como um membro da família para eles.

Porém, ela teve que voltar à realidade quando ouviu Alex conversando com aquela garota de novo. Qual era o problema do Alex? Por que ele estava dando tanta importância para essa garota?

Quem era ela?

E mais importante, o que ela tinha feito para ganhar a atenção do Alex tão facilmente?

***
“Seu prato está quase vazio,” Alex disse a Aniya suavemente e isso aqueceu o coração de Aniya.

Você ainda é uma alma tão cuidadora, Alex. Ela pensou silenciosamente. Hoje à noite, parecia que ela precisava tentar o seu melhor para se conter de chorar.

Seu irmão tinha se tornado um homem bonito e atencioso, assim como o pai deles. Ela olhou ao redor e viu todos conversando em um clima leve.

“Anaya! Frango?” Marissa passou para ela uma bandeja e Anaya não pôde dizer não. Ela nunca gostou de frango de churrasco e espinafre.

Massa sempre foi a sua favorita com legumes salteados simples.

Ela pegou um pedacinho de frango e começou a beliscar. Na infância dela, Alex costumava lhe oferecer ajuda e comer sua porção de frango silenciosamente.

“Temos massa com legumes salteados,” ele lhe ofereceu num tom baixo, “Você pode colocar esse pedaço de frango no meu prato.”

Anaya engoliu em seco e tentou sorrir. Ah droga.

Ele também se lembrava disso.

A coisa estranha era que ninguém estava bombardeando-a com perguntas para saber se ela era o membro perdido da família ou não.

Estranho.

Eles podiam sentir a semelhança dela com Marissa, mas não estavam interessados no seu passado.

Quando Alex viu que ela não se movia, ele pegou o pedaço de frango do prato dela e colocou no dele.

“Aqui. A massa,” ele lhe ofereceu o prato. Por um momento, Aniya levantou os olhos e observou seu rosto.

Havia uma suavidade incomum em seu rosto.

Os lábios dela tremeram enquanto ela aceitava o prato e colocava um pouco de massa no seu prato, “Obrigada.”

“É assim que você come normalmente? Você precisa tomar cuidado com a sua dieta se quer permanecer forte,” Agora, Alex havia iniciado sua Palestra TED e Aniya colocou mais um pouco de massa no prato de forma bem mecânica.

Quando ela colocou o prato de volta, Alex pegou a tigela de salada e colocou um pouco de salada de queijo feta ao lado do prato dela.

Assim como o pai deles costumava fazer com a mãe.

Aniya não queria se emocionar. Ela não desejava mostrar esse lado vulnerável para ninguém. Ela piscou para segurar as lágrimas e olhou para cima apenas para encontrar Angela olhando-a fixamente.

Qual é o problema dela? Será que eu roubei a vaca dela?

O olhar de ódio estava tão claro no rosto dela que Aniya estremeceu. Ela conhecia aquele olhar. Ela cresceu com ele.

“Por que você parou de comer?” Alex apontou para a comida dela, “Você precisa terminar isso porque eu não planejo comer por você.”

Anaya assentiu com um sorriso e voltou sua atenção para a massa à sua frente.

“Ei, Anaya,” a voz de Ariel cortou o burburinho.

Anaya olhou para cima, engolindo cuidadosamente sua mordida. Ariel tinha aquele clássico visual polido em sua personalidade que faltava em Anaya.

Ela ainda estava confusa sobre o que George viu nela que o fez escolhê-la em vez de Ariel.

“Você é uma garota extremamente quieta, Anaya,” Ariel refletiu, “Espero que não estejamos te deixando desconfortável,” Ela sorriu mais abertamente, inclinando-se ligeiramente para frente, “Mamãezinha e Papai geralmente organizam o jantar dentro de casa, mas acho que eles arranjaram aqui em sua honra. Angela e eu podemos te mostrar a casa se você quiser. Embora nossos dois irmãos não estejam aqui esta noite, gostaria que pudesse conhecer George.”

Ariel falava sem parar, e Anaya imaginava se Ariel a reconhecia daquela noite quando elas se encontraram na área de recepção do prédio do apartamento do George.

“Eu convidei George,” Marissa falou antes de tomar um gole da sua bebida, “Ele disse que tentaria, mas parecia um pouco chateado.”

A menção de George deixou Aniya desconfortável. Ele era a pessoa de quem ela estava fugindo. Ariel estava contando a Marissa o quanto estava sentindo falta dele.

“Ariel. Você deveria ter convidado o George,” Angela interveio, “Todos sabemos que ele não consegue dizer não para você,” ela cutucou as costelas de Ariel com um sorrisinho travesso, “Ele é louco por você.”

“Cala a boca!” Ariel revirou os olhos e deu um pequeno sorriso para Anaya, “George é meu namorado. Todo mundo por aqui sabe disso,” Ela piscou, e depois seu rosto se tornou sério, “Se você não se importa que eu pergunte, Anaya… quantos anos você tem?”

Talvez Aniya estivesse imaginando, porque todos ao seu redor pareciam prender a respiração e esperar por sua resposta, “Minha idade? Eu tenho dezoito.”

Ariel não disse nada, e seus lábios fizeram o formato de um pequeno ‘o’.

“Então você é um ano mais nova que nós,” Alex lhe disse com um sorriso despreocupado.

Aniya hesitou, incerta se tinha ouvido corretamente.

As idades deles…

Como… eles tinham dezenove? Então como ela tinha dezoito?

A coitada nem sabia que havia mais uma surpresa esperando por ela quando Angela lhe disse com um sorriso triste, “Você sabe, eles tinham uma irmã trigêmea que foi sequestrada e morreu aos seis anos de idade?”

Aniya achou que deve ter entendido mal Angela. Sua cabeça começou a girar.

O que eles estavam dizendo?

Ela deveria ter dezenove anos e ter morrido quando tinha seis?