717: Entrando na Torre 717: Entrando na Torre Engolindo seu orgulho, Carmesim recuou, distanciando-se de Felicie e, relutantemente, Zeras também embainhou sua katana antes que seus olhos de repente se franzissem.

Ele lentamente virou a cabeça para o portão.

A emoção foi o suficiente para prender a atenção de todos. No instante seguinte, eles assistiram enquanto o portão imediatamente se iluminava com uma luz incrivelmente brilhante.

BOOOOOOOOOOOOOM!

Uma explosão de ar saiu do portão com tanta força que alguns dos outros-mundanos foram imediatamente lançados para longe do portão.

Os pés de Zeras se cravaram no chão, fazendo-o deslizar para trás devido ao horrível ímpeto, mas seu rosto logo mudou enquanto ele desaparecia instantaneamente de onde estava.

Os olhos de Felicie também se voltaram para o portão quando ela percebeu o clarão de luz brilhante.

A intensidade era quase suficiente para cegá-la, mas seu rosto logo mudou quando ela sentiu outro outros-mundano voando violentamente e sem controle em sua direção.

O assobio do ar foi suficiente para resultar em cortes aparecendo por todo o seu rosto, e ela só podia imaginar o que aconteceria se aquele corpo a atingisse.

Ela seria oficialmente reduzida a polpa.

Mas as imagens loucas que passavam por sua cabeça não duraram muito, pois ela se sentiu sendo levantada para longe da trajetória do outros-mundano.

Num instante, Zeras a arrancou rapidamente do caminho e voltou seu olhar para o portão, notando que ele havia se aberto apenas o suficiente para permitir a entrada de pessoas, e alguns dos dez melhores gênios que se recuperaram primeiro já haviam entrado no portão.

Imediatamente, todo o ar se despedaçou enquanto Zeras corria para o espaço no portão, deslizando entre os vários gênios e rapidamente desaparecendo na luz dourada que iluminava toda a área.

“Feche os olhos…” A voz ecoou nos ouvidos de Felicie enquanto ela fechava os olhos involuntariamente.

O tempo passou em absoluta quietude, o único som sendo o coração batendo suavemente perto de seus ouvidos, mas logo isso desapareceu quando ela sentiu o mundo inteiro lentamente voltar a se acalmar e, mais uma vez, ela abriu os olhos.

Agora, ela estava deitada de costas e bem na sua frente estava um candelabro extra-grande que brilhava com uma estranha, porém familiar, luz laranja.

Sua cabeça doía levemente enquanto ela sentia o mundo inteiro parecer duplicar e triplicar, mas em breve ela recuperou sua orientação ao se levantar e olhar ao redor do lugar.

“Bem-vinda a casa, meu eu inferior!” A voz ecoou pelo salão enquanto Felicie imediatamente ficava paralisada de choque.

Ela aos poucos se levantou antes de olhar para trás, e seu coração parou de bater dentro do peito quando ela viu a figura.

A figura de cabelo laranja e olhos laranja estava sentada em um trono laranja majestoso, um leque laranja em seus braços, que ela lentamente movia diante de seu rosto, fazendo seu cabelo laranja esvoaçar.

“Você!” Felicie lutou para dizer. Era a primeira vez que ela se encontrava em tal situação, pois bem diante de seu olhar estava ninguém menos que… ela mesma!

“Quem… quem é você?” Ela finalmente conseguiu dizer enquanto a garota lhe lançava um sorriso. Um sorriso repleto de travessura e uma estranha sensação de luxúria predatória.

“Você ainda não sabe quem eu sou, Felicie?” ela perguntou com um sorriso malicioso. A cabeça de Felicie zumbiu antes dela imediatamente desabar de joelhos, sua cabeça zumbindo com inúmeras memórias que passavam apressadamente.

“Oh? Um despertar tardio, hein? Acho que não é tarde demais então”, a figura disse para si mesma enquanto observava Felicie se acalmer por um momento antes de lentamente levantar o rosto.

Agora Felicie parecia absolutamente diferente do normal.

Agora ela ostentava um leve sorriso como o dela, e seus olhos também brilhavam com o mesmo olhar predatório.

“Então, você se lembra de mim agora, Felicie?”

“Há quanto tempo você está presa aqui?” Felicie perguntou enquanto se levantava e caminhava em direção à figura.

Agora seu medo anterior havia desaparecido no ar, e ela exalava uma aura extra confiante que não mostrava nem um pingo de medo.

“Perto de mil anos agora…” a outra Felicie disse enquanto Felicie ressoava em zombaria e desdém.

“Você é patética!”

—
O mundo inteiro irrompeu em uma luz dourada incrivelmente brilhante, e Zeras teve que fechar os olhos.

No instante seguinte, ele podia sentir-se caindo para baixo com velocidade e imediatamente seus olhos se abriram enquanto ele se revirava, conseguindo pousar sobre os pés no último segundo.

“BOOOOOOOM!”

O barulho foi feito enquanto seu punho carimbava bruscamente na superfície dourada e vítreo, mas estranhamente, não havia nem uma única rachadura no chão, embora ele tivesse pousado tão pesadamente.

Olhando à sua volta, ele identificou alguns entre os dez melhores gênios que tinham conseguido aterrissar antes dele.

Seus olhos brilharam com um estranho fulgor quando ele não conseguiu encontrar uma pessoa em particular na pequena sala. Zeras não sabia como, mas agora ele podia confirmar.

Quando ele havia entrado pela porta, ele sentiu uma força estranha arrancar algo de seus braços, quase como se uma faca fosse arrancada das mãos de uma criança.

A memória havia sido tão fugaz e incrivelmente rápida que Zeras não pôde confirmar até agora, quando ele finalmente podia olhar ao redor da sala.

‘Se ela não está aqui, então para onde foi enviada?’ Zeras perguntou com a sobrancelha erguida ao ver que o número no salão aumentava a cada segundo que passava.

Isso revelou que todos estavam sendo transportados exatamente para aqui, mas definitivamente alguém estava faltando.

‘Bem, pelo menos eu fiz o meu melhor até o fim. Agora, posso voltar a me concentrar na minha missão aqui…’ Zeras refletiu consigo mesmo.

Ele havia seguido com o acordo deles e no final, até cumprira o pequeno favor que ela havia pedido.

Assim como ela havia dito a ele antes, eles agora haviam oficialmente seguido cada um para o seu caminho, e se ela vivesse ou morresse não tinha mais nada a ver com ele.

E com ela afastada, ele poderia ao menos agora se concentrar na sua missão aqui.

Olhando ao redor da sala, ela poderia ser comparada ao tamanho de um salão extra-grande.

O chão abaixo deles era como um espelho dourado liso que refletia de volta a própria imagem deles, e emitia luz dourada ocasional a cada passo.

A parede do salão tinha várias linhas rúnicas interligadas que piscavam tão rápido que era quase impossível para alguém escolher um tipo particular de runa, e suspensa no ar, na extremidade oposta do lugar, estava a estátua de um ser divino.

O ser tinha um total de 12 braços que se espalhavam ao redor em um formato circular, um que Zeras podia reconhecer como uma daquelas estátuas douradas na Terra, mas esta era muito diferente.

Era diferente no sentido de que sua pele, em vez de ouro, era preta como carvão queimado, e um sorriso sinistro repousava no rosto da estátua que revelava sua natureza maligna.

Para completar, havia uma única linha na testa da criatura, mas dentro dela atualmente estava apenas oco.

Seria razoável ter um olho implantado ali, mas devido a algo compreensível, o olho da criatura parecia estar faltando.

“Esse é o emissário da travessura…” A voz de repente ressoou atrás de Zeras enquanto ele virava seu olhar para o lado mas não encontrou nada e virou-se para olhar para baixo, em seus pés, e foi então que ele finalmente viu a figura.

Era uma figura feminina, com cerca de 1 metro de altura.

Lentamente ela levantou o rosto para olhar para Zeras e sorriu inocentemente, mas Zeras não achou nada divertido quando viu a única linha que atravessava a testa da garota, e não pôde deixar de voltar a olhar para a testa dela.

“Hmmmm,” ele disse, mostrando que reconheceu o ponto dela.

“A lenda diz que seu terceiro olho no centro da testa é capaz de grandes travessuras que podem fazer mundos inteiros se destruírem um ao outro tudo por causa dele, e nunca ligariam isso a ele de forma alguma…” a garota disse com sua vozinha enquanto os olhos de Zeras brilhavam, e ele perguntou.

“Quem removeu seu olho?” ele perguntou. Ela acabara de confirmar para ele que a estátua deveria ter um terceiro olho, mas atualmente estava oco.

Então quem removeu seu olho?

“O emissário da luz,” ela disse a ele em um sussurro quieto enquanto Zeras a olhava com a sobrancelha erguida, perguntando-se por que o súbito silêncio, e quase como se ela pudesse adivinhar sua mente, apontou para a distância onde figuras particulares estavam em pé, atualmente também olhando para Zeras e para a garota com olhos parecidos com lâmpadas.

O olhar deles em Zeras era incrivelmente intenso e o mesmo pode ser dito de seu olhar sobre a garota que foi rápida em segurar a mão de Zera e arrastá-lo para longe de onde estavam.