692: Começa 2 692: Começa 2 Um bocejo alto rompeu dos lábios de Felicie, cujos olhos confusos vasculharam o quarto em que ela estava. Um certo pensamento entrou em sua cabeça, fazendo-a imediatamente saltar da cama.

Virando a cabeça para o lado, ela avistou Zeras que estava encostado na parede, recostado nela com sua expressão preguiçosa de sempre, mas dessa vez, um traço de diversão podia ser visto em seu rosto enquanto olhava para ela, ou mais precisamente, para o lado de seus lábios onde podia ser vista saliva seca.

“Por que está me olhando assim? Você não baba quando dorme?” ela perguntou, tentando esconder seu constrangimento. Seus olhos logo passaram pela janela enquanto ela franzia a testa para o céu.

“O que é aquilo?” Zeras perguntou curiosamente. Felicie olhou para fora por um tempo antes de trazer seu rosto de volta.

“Hoje é o terceiro dia, certo?”

“Sim.”

“Bem, deveria ter algum tipo de sinal. Deveria haver um feixe de luz e uma ilustração da imagem da torre de longe. Isso nos indicará para que direção devemos ir,” Felicie disse com olhos preocupados.

“Na verdade, já aconteceu. Um feixe de energia dourado que formou uma imagem holográfica de uma torre, certo? Aconteceu após o pôr do sol, até algumas horas antes de você acordar,” ele respondeu a ela, vendo suas sobrancelhas tecidas em preocupação.

“Mas isso é estranho. A luz não se apaga durante todo o dia e só faz isso na segunda manhã. Como pode ter ido embora tão rápido? Literalmente menos de um quarto de um dia…” ela divagou para si mesma, mas foi rapidamente interrompida por Zeras.

“Não se preocupe tanto com isso. Deixa eu te passar a visão,” Zeras ponderou enquanto caminhava em direção a ela antes de apontar seu dedo indicador para a testa dela. Imediatamente, o espaço diante da palma de Zeras oscilou, um brilho branco emanando de seu dedo e adentrando a testa de Felicie.

Seu corpo ficou rígido por algum tempo, como se o tempo em si tivesse parado ao seu redor, mas logo ela saiu disso, abrindo seus olhos cor de laranja mais uma vez.

“Veio do lado leste. Bem, o que estamos esperando? Vamos logo!” Felicie gritou alegremente enquanto corria para sua bolsa, trocando rapidamente de vestido por algo mais espesso e fofinho.

Talvez um pouco mais que fofinho.

“O lado leste do mundo é dito ser muito frio. Cheio de nevascas e uma temperatura congelante que até homens adultos encontrariam dificuldade para sobreviver.

E como eu não tenho uma pele de ferro como você, tenho que encontrar meu próprio jeito, certo?” Felicie explicou com um pouco de resmungo, enquanto Zeras deu de ombros antes de se movimentar em direção à saída.

“Estarei lá embaixo,” ele disse a ela antes de sair pela porta. Havia muitas coisas que ela precisava preparar adequadamente, e sua presença ali poderia fazê-la se apressar por conta da pressa, não querendo perder o tempo dele. Isso só colocaria em perigo a vida dela e a missão.

Era melhor dar-lhe espaço e deixá-la fazer bem as suas coisas, sem pressioná-la.

Os degraus de madeira sob seus pés rangiam levemente enquanto ele descia, caminhando pelas escadas. Sem surpresa, já não havia mais uma única alma presente no salão; todos se foram.

Alguns já estavam se movimentando pela noite, imediatamente quando a torre apareceu, e os outros que nunca se moveram estavam apenas aguardando para fazer sua preparação.

Alguns minutos já são suficientes para os outros-mundanos fazerem suas preparações necessárias, e instantaneamente todos começaram sua jornada imediatamente.

Muitos deles partiram, cada um segurando uma esperança e missão particular que desejavam realizar. Mas com mais certeza que não, menos do que todos eles que partiram chegariam.

Alguns se perderiam pelo caminho em si, nunca sequer alcançando a torre, e um número maior se perderia pela feroz competição que será empreendida assim que todos seguissem em direção à torre.

A torre sem dúvida contém tesouros poderosos e artefatos baseados nos sussurros que Zeras ouviu dos outros-mundanos durante sua estadia na estalagem. Ele descobriu o propósito deles virem a este reino, e dizia-se que o teste do Deus da Torre de Montagem era um dos dez mais recompensadores e notáveis para jovens especialistas como eles.

E havia uma única verdade universal no Universo do Cultivo: tudo é uma competição. O que uma pessoa quer, outros também querem. Então eles têm que lutar por isso, com o objeto sendo possuído pelo mais digno de todos. Mas para provar essa dignidade, quantas almas serão perdidas para isso?

Zeras já podia ver como a brutalidade na torre seria.

Com tantas surpresas como ser capaz de sobrepor o controle do mana pelo reino, e quem sabe que outras artes diabólicas que são possuídas, gênios adormecidos que nunca se revelaram à luz do dia, todos com sua atenção fixa na aparição da torre, a única coisa aparentemente digna do tempo deles.

Cada um deles irá com tudo, lutando por aquilo que mais desejam.

Se a jornada para a torre já era difícil o suficiente, então a jornada dentro da torre em si seria sem dúvida inúmeras vezes mais difícil.

“Tudo que eu preciso é do anel, e eu estou fora,” Zeras confirmou para si mesmo. Ele não via necessidade de participar da competição. Desde que pudesse obter o que queria, então estava tudo bem. Ele poderia deixar todas as outras riquezas presentes na torre para todos os outros.

Mas o anel não era algo que Zeras achava que seria fácil obter.

Se até seu outro eu, que era incontáveis vezes mais poderoso, desejava isso, então ele só podia imaginar quantas pessoas iriam querer isso.

Tudo que ele podia fazer era esperar que o brinco não fosse muito conhecido.

Afinal, era apenas um brinco; quem olharia para um brinco de todo ou o acharia útil?

“Terminei!”