Sistema Devorador de Caos - Capítulo 193
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193: O Passado do Demônio 1 193: O Passado do Demônio 1 “Adeus, mãe…” A vozinha animada de um garoto soou, enquanto um sorriso aparecia cobrindo toda a sua visão.
Era de uma linda senhora de aproximadamente 25 anos. Vestida com um uniforme de empregada branco e um avental amarrado em sua cintura. Ela olhava para o garoto de cabelos prateados à sua frente enquanto se curvava ao chão e lhe dava um abraço profundo antes de beijar sua testa.
“Volte logo, Quinn. E não cause problemas na escola, ok? Ficarei triste se você fizer isso…” Ela disse, desenhando uma expressão entristecida no rosto do menino, que logo desapareceu, substituída pelo sorriso animado de antes.
Relutantemente se desvencilhando do abraço dela, o garoto saiu de casa correndo enquanto se apressava em direção à alta torre que podia ser vista ao longe.
Quinn avançava rapidamente pelo terreno da família, seu sorriso feliz jamais o abandonava. Todos que ele encontrava pelo caminho, ele cumprimentava e também recebia sorrisos alegres e orgulhosos de volta.
O lugar era o assentamento do 3º grau do clã e pertencia aos escravos e trabalhadores menores da família.
O familiar portão escuro e enferrujado podia ser visto a apenas dez metros de distância, e ele avistou os guardas que paravam as pessoas e perguntavam alguma coisa antes delas saírem, mas ele logo passou apressado, sem que os guardas o parassem. Eles simplesmente permitiram que ele saísse.
Era por algum motivo que Quinn nunca entendeu, mas ele nunca reclamou, não que ele fosse do tipo que reclama de alguma coisa
— — —
20 minutos depois…
Um garoto encharcado de suor podia ser visto, com as mãos sobre os joelhos, diante dos grandes portões prateados onde estavam as três enormes palavras:
Instituto Gênio do Espaço Vazio…
Tomando um fôlego profundo para se estabilizar, Quinn ficou ereto antes de caminhar lentamente em direção ao portão.
Ao lado havia um homem corpulento, de cabelos escuros, que o olhou com uma sobrancelha erguida, seus olhos reluzindo desprezo antes de o portão lentamente se abrir e Quinn apressadamente entrar.
Até hoje ele ainda se admira como o homem pode abrir e fechar a porta com sua vontade. Era como se a porta fosse seu animal de estimação que podia ser controlado sem falar.
Ao entrar na escola onde centenas de crianças podiam ser vistas, Quinn andava lentamente pelos corredores, e chamava bastante atenção dos alunos, que sussurravam algo atrás dele antes de irromperem em risadas, mas Quinn nunca dava importância. Ele já estava acostumado com isso.
Após meses frequentando a escola, ele finalmente entendeu por que sempre caçoavam dele e isso era devido ao seu estranho cabelo prateado. Isso o fazia facilmente distinguível até mesmo entre centenas de pessoas.
O que ele não entendia era por que ele era caçoado por isso, pois sabia que todos os outros com o mesmo cabelo prateado eram tratados com respeito e até como deuses.
Ele era a única anomalia.
Finalmente chegando em frente à porta com as palavras, “2º Ano B”, escritas no topo.
Ele deu um suspiro de alívio antes de empurrar a porta para abri-la.
Imediatamente foi assaltado pelos sons de centenas de murmúrios que logo se aquietaram com sua chegada, seguidos por gargalhadas estrondosas e papéis voando em sua direção de todos os lados.
Era como se todos já estivessem esperando por ele, julgando pela facilidade com que tiravam os papéis, mas Quinn não se importava, pois eles nunca sequer causavam a menor dor nele, fazendo com que ele os ignorasse enquanto se dirigia para o canto mais distante da sala de aula antes de tomar assento.
Tirando sua mochila, ele pegou um apagador, antes de começar a limpar as milhares de palavras escritas na mesa com diferentes tintas.
Ele nunca se preocupava em ler, pois não havia necessidade, todas apontavam para a mesma palavra,
BASTARDO!
Lentamente limpando as manchas de tinta, a porta se abriu devagar com um rangido, atraindo a atenção de todos e logo duas figuras entraram lentamente na sala.
Vestidos com uma camisa e calças prateadas que pareciam refletir a luz da sala de aula, seus cabelos prateados meticulosamente arrumados brilhavam como estrelas enquanto seus peitos e cabeças estavam erguidos e seu olhar arrogante passava por toda a sala de aula em completo silêncio.
A dupla lentamente avançava em meio aos olhares de inveja e respeito dos demais.
Quinn sabia quem eles eram, eles eram os ‘reis’ da sala de aula. Os filhos do próprio Patriarca do Espaço Vazio, Raze e Nexus.
Imediatamente um garoto gordinho se levantou rapidamente com um sorriso bajulador no rosto, enquanto tentava se aproximar da dupla.
“Olá Nexus. Suas vestes parecem estar brilhando uma luz ainda mais intensa hoje. Deve ter custado…”
Plam
O som de lábios sendo agarrados ecoou pela classe enquanto um dos irmãos, o mais baixo e um pouco mais escuro, segurava os lábios do gordinho antes de puxá-los, o que os estendia como borracha flexível.
“Lalala, silêncio…”
O garoto disse com uma expressão entediada enquanto de repente soltava os lábios fazendo com que retraíssem e o gordinho fosse lançado para trás com a força.
O som dos passos ecoando pelo chão de azulejo continuava, mas pequenos sons simples rompiam a melodia.
E a dupla direcionou seu olhar irritado para o canto distante da sala de aula onde um garoto de cabelos prateados estava ocupado esfregando a tinta em sua mesa sem se preocupar com o mundo.
Imediatamente, sua expressão irritada se tornou ainda mais evidente, pois ambos os irmãos se olharam, sua irritação desaparecendo seguida por um sorriso sinistro em seus rostos.
Eles continuaram caminhando, mas não pararam nos dois assentos vazios, que eram o dobro do tamanho dos assentos dos alunos regulares que estavam no meio da aula, mas sim se moveram em direção ao garoto que esfregava.
A sala inteira imediatamente dirigiu a atenção para eles enquanto se preparavam para o filme que logo se desenrolaria
Um filme que, não importa quantas vezes visto, jamais os entediava.
“Hmm, Hmmm…”
Quinn de repente ouviu o som enquanto levantava a cabeça para olhar os garotos.
“Não, este é o meu lugar, o seu é ali…”