Sistema de Salvação do Vilão (BL) - Capítulo 698
Capítulo 698: Valorizar
Zeke ficou atordoado ao ouvir isso. Ele foi tão pego de surpresa por essa revelação repentina que não percebeu como aquele homem havia respondido e o tratado como um ser humano. O que ele acabou de ouvir? Ele não estava respirando…? Como isso era possível?
No entanto, ao refletir mais profundamente sobre isso, ele sentiu que era bem razoável. Afinal, o gatinho estava muito fraco e frágil quando ele acordou em seu corpo. Se não fosse pelo fato de que Zeke sabia que o Palácio Imperial estava próximo e sua determinação em chegar lá, mesmo que tivesse que arrastar seu corpo rígido até lá, o gatinho já teria congelado até a morte.
De repente, ele pensou em outra ocasião semelhante. Então, anteriormente, quando ele acordou e viu o rosto daquele estúpido assassino tão perto dele, era porque este estava verificando se Zeke ainda estava respirando ou não?
Aliviado, Zeke secretamente deu um tapinha nas costas por sua teimosia em retornar tão cedo. Caso contrário, e se aquele homem assumisse que ele havia morrido enquanto dormia e saísse para enterrá-lo? Então, ele acordaria debaixo do solo duro?! Só de pensar nisso, sua pele já arrepiava.
Agora que o mal-entendido foi resolvido, Zeke não conseguia mais nem ficar bravo. Ele se jogou na cama, sentou em sua posição e começou a lamber suas patas enquanto reclamava incessantemente. “Miw miw miw…” Eu não vou morrer. Não faça algo assim novamente da próxima vez. Você quase me assustou até a morte, tá bom?
A esta altura, o assassino já havia se acostumado com o quanto o gatinho que ele inadvertidamente pegou era mal-humorado e tagarela. Sem dizer nada, ele se virou e começou a reaquecer o leite que Zeke não havia bebido antes de dormir. É claro que a barriguinha do gatinho voltou a sentir fome e Zeke terminou o leite com grande satisfação. Ele havia aprendido com sua experiência vergonhosa anterior a não ser excessivamente ganancioso. Ele levou seu tempo para lamber o leite pouco a pouco. Por fim, Zeke sentiu tanto orgulho de si mesmo por não ter feito bagunça desta vez.
Durante todo o tempo, ele observou o assassino pelo canto dos olhos.
Resultou que este homem não apenas era reservado, mas sua atividade diária também era entediante pra caramba! Se ele não se sentasse em frente à janela para observar a paisagem árida do lado de fora, então ele estava fazendo comida para si mesmo ou limpando a cabana – apesar do fato de que ela já estava impecável a ponto de não haver nada mais a ser limpado. Ele não possuía um terminal, nem tinha um livro físico para ler. Sério, era muito curioso saber que um cara tão desanimado existia neste mundo. Se ele não tivesse uma aparência tão jovem e bonita, Zeke pensaria que ele era um velho disfarçado!
Como o único companheiro vivo do assassino, Zeke considerava como sua função tornar a vida do homem um pouco mais colorida. Não faltava travessura que um gatinho pudesse inventar. Ele podia brincar com qualquer coisa e tudo, e mesmo que o assassino tendesse a ignorá-lo, ele ainda conseguia se divertir interminavelmente!
Pegue esta ocasião como exemplo. Quando o estúpido assassino estava distraído novamente, Zeke resolveu se divertir tentando rasgar a barra da calça do homem. Ele cravou os dentes ferozmente e então balançou a cabeça de um lado para o outro, emitindo pequenos rosnados da base de sua garganta. Dessa forma, ele conseguiu chamar a atenção do assassino, mesmo que fosse apenas para empurrá-lo suavemente para longe.
Quando o assassino percebeu que Zeke voltava mais feroz toda vez que era afastado, ele finalmente mostrou um olhar de impotência. “Pare com isso.” Antes que Zeke pudesse reagir, o assassino se abaixou, pegou-o e o colocou em seu colo. Zeke congelou quando sentiu os dedos frios do homem ao redor de sua cintura. Ele se hipnotizou ao repetir várias vezes que era um gato, e um gato não deveria se sentir envergonhado quando alguém tocasse sua barriga!
Um toque gentil dos nós dos dedos do assassino pousou em sua cabeça, rígido no início, mas logo se tornou cada vez mais fluido a cada segundo. “Por que você é tão brincalhão?” Ele perguntou com um tom de impotência em sua voz profunda e ligeiramente rouca.
Zeke encostou sua cabeça contra a palma larga do homem. “Miw…!” Não é porque você é tão entediante? Veja só, eu até me esforcei bastante pra te divertir!
É claro que o assassino não entendeu o sacrifício legítimo que Zeke havia feito por ele. Seus dedos acariciaram a cabeça de Zeke, repetidamente, e por mais que Zeke odiasse admitir, era bem… agradável ser tocado assim. Isso o fez lembrar do momento em que o assassino o desenterrou da pilha de neve. Naquela época, ele também usou a mesma gentileza para tratá-lo…
Zeke parou quando um novo aperto cutucou o canto do seu coração. Desta vez, era diferente do desconforto desagradável que ele sentira antes. Mesmo que ainda estivesse dolorido um pouco, Zeke descobriu que não odiava essa sensação.
Descaradamente, ele se acomodou no colo do assassino, com seus membros curtos espalhados como uma estrela-do-mar preguiçosa. Ele esticou o pescoço para receber mais carícias. O assassino hesitou por um segundo antes de, desajeitadamente, atender ao pedido. Agora ele não apenas acariciava a cabeça de Zeke, mas também usava sua palma ampla para alisar o pelo bagunçado nas costas de Zeke. Tirando o quão fria era a mão do assassino, Zeke não tinha reclamações sobre aquele tratamento gentil e reconfortante.
Assim, um humano e um gato passaram um tempo harmonioso juntos. Um estava tão confortável sendo acariciado que acabava cochilando com um ronronar na garganta, enquanto o outro se perdia em pensamentos, admirando o quão quente e macio era o corpo do gatinho.
Talvez por causa de sua profissão, ele já estava acostumado com pequenos animais evitando e temendo sua presença. Ele havia lido em algum lugar que animais, especialmente os mais frágeis, seriam capazes de saber se alguém tinha sangue nas mãos, fazendo com que os vissem subconscientemente como predadores. Às vezes, quando o cheiro de sangue em seu corpo era tão intenso, os pequenos animais fugiam dele freneticamente como se tivessem encontrado seu grande adversário. No entanto… o caso era completamente diferente com esse gatinho.
Não apenas ele não o evitou ou temeu, como também se aproximou voluntariamente dele e se aconchegou contra ele.
Ele não pôde deixar de cair em um transe. Era a primeira vez que ele tinha uma vida quente e frágil em suas mãos – não para matar, mas para proteger…