Sistema de Salvação do Vilão (BL) - Capítulo 686
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Capítulo 686: Para onde você está indo?!
Zeke só sentiu surpresa por um segundo antes de rapidamente reajustar suas emoções. Não era a primeira vez que ele havia experimentado um ataque terrorista na simulação, porém, da última vez, a situação foi muito caótica, com um grupo de homens invadindo o Palácio Imperial carregando armas, canhões e bombas. E ele tinha morrido enquanto tentava fugir.
Desta vez, o instituto finalmente havia feito algumas mudanças no cenário.
Não era um grupo, mas a ação de um único homem. Ele havia expulsado os servos e matado todos os membros da realeza, deixando apenas o Rei por último. Zeke lançou um olhar para seu agonizante Pai Imperial sem demonstrar nem mesmo um traço de compaixão em seus olhos. Em vez disso, ele estava mais interessado em observar o assassino.
Parado no meio de um salão cheio de cadáveres com o céu nublado e os pesados flocos de neve como pano de fundo, ele pintava uma imagem muito pitoresca e ao mesmo tempo bizarra, como se tivesse saído diretamente de uma pintura a óleo.
Zeke ficou surpreso ao descobrir que o assassino era tão jovem, no máximo apenas um ou dois anos mais velho que ele. Sangue havia sido espalhado por todo o seu corpo, quase deixando suas roupas negras encharcadas. A faixa carmesim em sua bochecha se destacava ainda mais contra sua pele clara e brilhantes cabelos loiros.
Ele parecia mais morto do que vivo. Igual ao Deus da morte, ou um ceifador sombrio que estava ali para colher essas almas pecaminosas.
Zeke sabia de algumas informações privilegiadas. Normalmente, os pesquisadores criariam personagens virtuais baseados neles mesmos, era como um artista deixando uma assinatura em sua pintura. Ele vasculhou sua memória, mas ainda não conseguiu identificar qual pesquisador havia inspirado o assassino loiro.
Em meio à espessa tensão no ar, nada podia ser ouvido exceto a respiração laboriosa do Rei. Talvez ele soubesse que o único caminho adiante era a morte, então jogou a cautela ao vento e zombou, seu tom provocador. “Eu não esperava… que o neto do Ministro Lu viesse bater à minha porta. Diga… se ele pudesse ver você agora… o que ele acharia…?”
O assassino continuou encarando-o friamente, como se o que o Rei dissera fosse nada mais que uma brisa passageira.
Zeke admirava o quão firme e tranquilo ele era. Ele soube desde cedo que o reinado de seu Pai Imperial era mais maligno do que bom. Ele era egoísta, tirânico e paranoico. Ele tinha as mãos manchadas com o sangue de muitas vidas inocentes, e Zeke também teria sido uma de suas vítimas, se não tivesse tido sorte de escapar da morte até agora. Era apenas questão de tempo para que alguém viesse buscar vingança contra ele.
Ele tinha apenas um pensamento em sua mente: bem feito.
Ele estava começando a bocejar de tédio quando o assassino finalmente ergueu sua arma. Cada corpo que Zeke havia encontrado em seu caminho até ali tinha sido morto com um tiro direto na cabeça, mas apenas o Rei tinha inúmeros ferimentos de bala, todos em áreas não vitais. Desta vez, também, quando o assassino disparou, atingiu o Rei diretamente na coxa.
“Ahh—!!” Um grito agonizante escapou de seus lábios.
Zeke fez uma careta e usou suas pequenas patas para cobrir os ouvidos com força. Maldição! A voz do velho era tão irritante! Por que o assassino simplesmente não o matava logo?! Seus ouvidos não doíam ao ouvir esse tipo de grito horrível?!
Outro disparo foi feito, depois mais um, e outro.
Bang! Bang! Bang!
A expressão do assassino mal mudou, mas deu a Zeke a impressão de que ele estava despejando algum tipo de emoção intensa dentro de si.
Todos os tiros estavam profundamente cravados no corpo do Rei, quase transformando-o em uma peneira humana. O sangue jorrava continuamente dos ferimentos, formando uma poça carmesim espessa ao redor dele. Seu corpo se contorcia e espasmava violentamente. Ele estava com tanta dor que não conseguia mais gritar. “Não…” ele arquejou em meio ao gorgolejo em sua garganta. “M–Misericórdia… Tenha… misericórdia…”
“Continue falando,” uma voz indiferente e ligeiramente rouca ecoou suavemente no ar, quase abafada pelo vento assobiando lá fora.
Zeke ficou pasmo com o quão irracional ele era. O Rei já estava dando seu último suspiro, como essa pessoa podia esperar que ele continuasse falando? Era sorte se ele conseguisse respirar cinco vezes mais, certo?!
Sua conjectura logo se provou correta. O Rei inspirou uma vez, duas vezes e então… seu corpo inteiro ficou imóvel. Sua saúde já era frágil para começar e, somado aos ferimentos graves, ele não conseguiu mais resistir e rapidamente expirou pela última vez. A vida rapidamente esvaiu-se de seus olhos injetados de sangue, fixados na própria pessoa cuja boca do revólver ainda estava apontada para ele.
Zeke segurou a respiração abruptamente. Agora que Pai Imperial havia morrido, então… seria sua vez. Ele não fazia ideia de por que foi transportado para o corpo de um pequeno gato. No cenário normal, o assassino deveria encontrá-lo – o amado filho do Rei – escondido atrás da coluna, então arrastá-lo para fora e continuar outra rodada de tortura até que cada pessoa no Palácio estivesse morta. Mas como ele deveria fazer isso quando Zeke estava neste corpo?!
Ele estava apenas contemplando se deveria ir em frente e se oferecer quando os dedos do assassino tremularam em surpresa. Ele não parecia esperar que o Rei morresse tão rápido. Um lampejo de raiva passou por seus olhos e então ele disparou sua arma, de novo e de novo, no corpo sem vida do Rei até que seu carregador ficasse vazio. Mesmo assim, em vez de parecer aliviado, sua expressão se tornou ainda mais distorcida, como se estivesse irritado consigo mesmo por ter matado seu inimigo tão cedo. Sua respiração áspera e agitada ecoou naquele lugar mórbido como uma fera ferida presa em uma jaula.
Zeke fez uma careta. Como ele esperava, a sede de sangue do assassino ainda não havia sido saciada.
Justamente quando estava prestes a se revelar, o assassino de repente jogou sua arma de lado e se virou, caminhando com arrogância em direção ao portão principal que já estava encharcado de sangue, deixando para trás um pequeno gato preto perplexo.
Ei, para onde você está indo?! Você deveria me matar primeiro! Como vou sair da simulação de outra forma?!
Sem se dar espaço para dúvidas, ele saiu de trás da coluna e correu atrás do assassino. Ele abriu a boca e pretendia chamá-lo, mas quando seus olhos pousaram nas costas do homem… de repente ele não conseguiu se fazer emitir nenhum som.
A constituição do homem era muito proporcional, robusta e poderosa. Com um olhar, Zeke podia dizer que ele não era alguém com quem se devia brincar. Mas, por algum motivo, ao focar nas costas do assassino, que gradualmente se confundiam com a neve feroz, ele teve a estranha impressão de que… o homem parecia excepcionalmente frágil e solitário. Como se fosse se despedaçar com o menor toque.
Ele ficou assustado quando essa noção surgiu em sua mente. Esta era apenas uma simulação e todos dentro dela eram apenas personagens virtuais, incluindo o assassino e ele mesmo. Então, como alguém poderia exibir emoções tão complexas e profundas? Impossível, devia ser apenas um fruto da sua imaginação.
Dando um leve balançar com a cabeça, Zeke seguiu em sua empreitada de oferecer sua pobre vida de gato ao assassino.