Sistema de Evolução do Vazio - Capítulo 88

88: Retorno [2] 88: Retorno [2] O fato de estarem no meio de uma cidade só serviu para tornar a devastação mais pronunciada.

Edifícios se despedaçavam em pedaços e os mais próximos ao local do impacto desintegraram completamente. O chão cedeu e até o sistema de metrô por baixo foi destruído. Quanto a Jin, nem um fio das suas roupas permaneceu intacto.

Damien jamais tiraria vidas inocentes com suas próprias mãos. A única razão pela qual ele se arriscou a agir de tal maneira foi porque já havia confirmado que a vizinhança estava livre de civis.

Quanto aos heróis que assistiam à distância, foram salvos dos choques secundários pela barreira do velho homem. Bem, todos menos um. O idiota chamado Bryce que havia causado tanto problema a Damien acabou morto pelo impacto residual do seu ataque.

Não foi uma questão de coincidência, mas sim a própria idiotice de Bryce que o matou. Ele se recusou a se abrigar atrás da barreira após descobrir que o homem à frente deles era Damien. Sua negação da verdade o levou a morrer uma morte sem sentido.

Damien contemplou a destruição com um olhar profundo no rosto. Ele sentiu algo dentro de si dançar de alegria enquanto a área ao seu redor era destruída, mas não conseguia identificar o que era.

Damien estava satisfeito por finalmente ter recebido reparações pelos acontecimentos do passado, e a verdade é que ele estava esperando esse momento. Se alguém pensasse nos últimos 4 anos, Damien jamais havia matado outro ser humano.

Poderia-se argumentar que ele matou o primeiro clase 3 que encontrou em Apeiron, mas aquele homem acabou morrendo pelas mãos de Zara. Não foi por algum senso de justiça equivocado ou por um forte compasso moral, foi muito mais mesquinho que isso.

Damien queria que o primeiro humano que matasse fosse Jin. Ele reservou esse lugar para o homem que lhe fez suportar imensos sofrimentos e obter benefícios igualmente imensos. Especificamente para esse propósito, Damien se absteve de fazer inimigos nos últimos 4 anos.

E ele realmente não sentia nada pelo fato de ter matado outro humano. Era um pouco tarde demais para Damien sentir uma crise existencial ou se questionar por algo tão pequeno assim.

Quantos ele havia massacrado nos últimos 4 anos? Quantas vidas ele havia tomado? Após se aproximar de Zara, ele não via as bestas como simples alimento. Esse sentimento aumentou quando ele conheceu Ethan e a imperatriz das bestas.

Todos eram bestas ou descendentes de bestas, mas não eram diferentes de humanos. Bestas de classe 3 até tinham um intelecto igual ou superior ao dos humanos médios, então por que ele os consideraria seres inferiores?

A mentalidade de Damien era em grande parte apática em relação aos outros, especialmente seus inimigos. Matar era simplesmente o modo do mundo. A metade besta dele acreditava nisso de todo coração e sua metade humana também ressoava com isso.

Se suas ações eram ou não a escolha certa, ele não se importava. Se o que ele fez hoje voltasse para mordê-lo como consequências no futuro, ele lidaria com essas consequências.

Ele não se importava na mínima com a vida das pessoas que não estavam próximas a ele. Jin tinha que morrer. Era isso. O que estava acontecendo na terra era um assunto separado.

Damien lançou um olhar rápido ao velho homem mais uma vez antes de falar. “Tenho certeza de que nos encontraremos novamente.”

Ele chamou Zara, que havia encolhido o suficiente para não causar caos, e pulou em suas costas. No entanto, logo ele descobriu que havia um passageiro extra.

Quando ele se virou, viu não uma, mas duas belas garotas olhando para ele. Uma delas tinha um sorriso maroto no rosto enquanto a outra fazia o seu melhor para segurar as lágrimas.

Olhando para a familiar beleza de cabelos azuis à sua frente, Damien teve que admitir que sentia falta dela. Ele sabia que seus sentimentos haviam se intensificado devido à prova do túmulo da herança, mas mesmo sem isso ele ainda sentia falta dela.

Ele pensou nisso antes de voltarem. Ele achou injusto para Elena que seus sentimentos tivessem brotado por uma versão falsa dela. Não importa quão realista fosse a ilusão, no final, ainda era uma ilusão. Então, ele passou algum tempo se livrando desses sentimentos intrusivos.

Mas mesmo sem eles, ele ainda sentia falta dela. Só depois de vê-la na sua frente mais uma vez é que ele percebeu o quão verdadeiro isso era.

“Faz tempo,” ele disse com um sorriso, “como você está?”

As palavras de Damien eram leves, mas foram o suficiente para quebrar a última barreira de resistência de Elena. Ela pulou para a frente e o abraçou com toda a força que pôde. Damien também retribuiu, feliz em ver sua amiga depois de muitos anos de separação.

Quando Damien estava cuidando do assunto de Jin, Elena havia conversado com Rose sobre os últimos 4 anos. Embora Rose tivesse deixado a maior parte dos detalhes para Damien explicar, ela fez questão de mencionar que eles estavam juntos.

E Elena imediatamente se sentiu desanimada com isso. Ela esperou 4 anos nutrindo seus sentimentos por ele, mas ele tinha voltado com outra mulher ao seu lado já.

Mas ela não podia aceitar. Mesmo sabendo no fundo de seu coração que era a verdade, ela ainda não podia aceitar. E sendo a mulher que é, sua natureza competitiva se acendeu.

Mesmo que Damien já tivesse uma mulher, isso não significava que ela não podia ficar com ele. Mesmo que não fosse um relacionamento romântico, eles ainda eram melhores amigos. Ela faria o seu melhor para manter esse laço.

E assim, ela o abraçou com toda a sua força. Ela não queria que ele a deixasse novamente.

Rose observava com um leve sorriso no rosto enquanto isso acontecia. Ela sentiu vontade de provocar sua primeira rival amorosa, então não mencionou nada sobre o conceito de haréns simplesmente para ver o que acontecia e não ficou desapontada.

Elena tinha lhe dito sobre sua determinação em ficar ao lado de Damien como sua melhor amiga, e Rose aceitou de bom grado. ‘Hmm, vamos ver quanto tempo ela consegue suprimir seus sentimentos. Eu dou no máximo 6 meses.’
Após bons 10 minutos que Elena passou chorando silenciosamente no peito de Damien, os dois se separaram enquanto começavam a conversar.

Damien naturalmente omitiu seu tempo na masmorra e explicou principalmente sobre suas viagens em Apeiron, enquanto Elena lhe contou sobre suas aventuras na masmorra e as mudanças na terra.

Enquanto conversavam, Zara continuou a voar até que finalmente chegaram ao destino do segundo e mais importante assunto de Damien na terra. Era algo que ele não queria adiar nem um pouco.

Era hora de curar sua mãe.

Eles chegaram ao hospital em silêncio, e Damien entrou no quarto de sua mãe pela janela enquanto as garotas o aguardavam pacientemente do lado de fora.

Quando ele chegou, acabou encarando o rosto familiar que não via há tantos anos. Era um rosto que ele sentia muita falta. E como Elena vinha pagando suas contas hospitalares consistentemente, ela parecia exatamente a mesma da última vez que ele a viu.

Com lágrimas nos olhos, Damien falou. “Mãe, seu filho finalmente voltou.”

Ele tirou uma garrafa de Elixir de seu inventário e cuidadosamente começou a despejá-la na boca dela. Normalmente haveria algum tipo de problema ou responsabilidade que o impediria de curá-la tão rápido, mas Damien não era do tipo que se importava com qualquer uma dessas coisas.

Ele havia se movido com esse objetivo principal pelos últimos 4 anos, mesmo se tivesse se desviado um pouco, então por que ele adiaria quando já tinha a oportunidade? Seria estupidamente absurdo se ele considerasse priorizar qualquer outra coisa, especialmente após o julgamento da ilusão.

Enquanto despejava o Elixir em sua garganta, ele gentilmente injetou seu mana em seu corpo para ajudá-la a processar seus efeitos. Ela ainda estava em coma, então ela nem mesmo seria capaz de engolir por conta própria. A última coisa que Damien queria era matá-la acidentalmente por descuido.

Ele colocou sua máxima concentração em maximizar os efeitos do Elixir, perdendo a noção de tudo ao seu redor. O tempo passou rapidamente e após 10 minutos, ele finalmente terminou.

Ele deu um passo para trás e observou cuidadosamente, à espera dos resultados. No entanto, ele ficou triste ao ver que não havia mudanças.

Sua mãe ainda jazia na cama como se estivesse dormindo pacificamente.

Mas se Damien pudesse ver as mudanças acontecendo dentro do corpo dela, sua boca estaria aberta o suficiente para caber um punho dentro.

Seus órgãos foram fortalecidos, seguidos por seus ossos, músculos e carne. Seu corpo alcançou um nível mais forte que o de um classe 1 médio.

Mana floresceu dentro dela, preenchendo cada poro de sua pele e rejuvenescendo seu sistema, removendo a deficiência que a atormentava.

O sistema não estava mentindo quando disse que os efeitos eram mais pronunciados em mortais. A mãe de Damien até pareceu rejuvenescer, parecendo ter no final dos seus 20 anos em vez dos 50 anos que ela havia vivido. Era claro ver por que o Elixir era considerado um remédio celestial.

Damien havia fechado seus olhos, silenciosamente à espera de uma reação. Mesmo que fosse alguém que pudesse matar sem piscar um olho ou causar destruição em larga escala impulsivamente, ele estava apavoradamente receoso com a ideia de sua mãe não acordar.

E por sorte, suas preces foram atendidas. Os efeitos preliminares do Elixir terminaram e a calma retornou ao quarto.

No instante seguinte, suas pálpebras tremeram e lentamente se abriram.