Sistema da Liga Principal - Capítulo 885
Capítulo 885: Velhos Amigos (1)
“Ehhh? Quem é o Steve?”
“Steebu?”
Ken ignorou as perguntas no bar e entregou sua cerveja para Daichi por perto antes de voltar para a rua. Claro, não muito longe estava seu amigo dos estados.
“Steve, achei que você só chegaria tarde hoje à noite?” Ken disse surpreso.
“Hehe, peguei um voo mais cedo. Não tem como eu perder a despedida de solteiro do meu melhor amigo, né?” Steve respondeu com um sorriso.
Ken sorriu, “Venha, eu vou te apresentar aos meus amigos.”
Ken o conduziu de volta ao bar, onde os olhos de todos imediatamente se fixaram no recém-chegado. Assim que entrou, Steve sentiu como se estivesse sendo avaliado.
“Pessoal, este é o Steve, meu amigo da América. Jogamos juntos no Ensino Médio e na Faculdade.” Ken afirmou.
“Hmm? Esse cara joga beisebol?” Makoto balbuciou, olhando para Steve com um olhar suspeito. Ele começou a apalpá-lo, como se quisesse sentir seus músculos.
“Que diabos ele está fazendo?” Steve estremeceu, rapidamente se escondendo atrás de Ken das mãos curiosas de Makoto.
Makoto zombou, “Ele é muito fraco para ser um jogador de beisebol.”
Ken riu alto, achando a situação hilária.
Steve não entendia japonês, mas ele podia perceber que algo havia sido dito pelo monge careca que era desrespeitoso. “O que ele disse, Ken?”
“Ele disse que você é muito fraco para ser um jogador de beisebol.” Ken respondeu com diversão.
Os olhos de Steve se arregalaram, mas então um sorriso travesso apareceu em seu rosto. “Por que você não conta pra eles? Eu quero ver a expressão dele.”
Ken deu de ombros e fez o que Steve disse. “Ele pode não parecer, mas o Steve foi recrutado para a Liga Principal no ano passado. Ele subiu para a Triple-A e pode estar jogando para os Texas Riders antes do final do ano.”
“O-ORYAHH?” A expressão de Makoto congelou, porém ele parecia não acreditar nisso.
Daichi era a única pessoa que conhecia Steve, e ele foi o único a não se surpreender.
“Ele? Eu não acredito.” Makoto respondeu, cruzando os braços musculosos desafiadoramente.
Desta vez, Steve não precisou de um tradutor para entender o que o cara disse. Com um sorriso travesso ainda no rosto, Steve tirou seu telefone e caminhou até Makoto, mostrando algo na tela.
Makoto franziu a testa, “5 milhões de Ienes? Por que esse cara está mostrando a conta bancária dele?”
“Isso não são Ienes, Makoto… São dólares dos EUA.” Ken respondeu, soltando uma risada.
Desta vez, todos no bar de repente ficaram quietos. Shiro parecia prestes a desmaiar, enquanto Hiroki, Riku e Masayuki tinham expressões sérias.
O salário médio da NPB era em torno de cem mil dólares dos EUA por ano, embora esses jovens jogadores recebessem um pouco mais por causa do nível de habilidade deles. Ainda assim, ouvir que um novato que ainda não tinha jogado um jogo da Liga Principal de verdade tinha tanto dinheiro foi chocante para eles.
Makoto coçou a cabeça, “Quanto é isso em Ienes? Eu não sou bom com essas coisas.”
“É mais de 700 milhões de Ienes…” Masayuki respondeu, com uma expressão solene.
“HUHHH!?” Makoto quase pulou da própria pele ao ouvir uma quantia tão absurda.
Vendo que todos estavam reagindo dessa forma, Steve sentiu seu ego disparar. Seu sorriso travesso se tornou convencido e ele ergueu a cabeça, “Você tem mais alguma dúvida, meu caro Monge?”
Ken traduziu para ele, achando graça.
Makoto rapidamente se prostrou no chão na frente de Steve, “P—Por favor, perdoe-me por minha falta de respeito, Steebu-senshu[1].”
Steve jogou a cabeça para trás e riu com bom humor. Ele levantou o homem musculoso e careca e deu algumas batidinhas nas costas dele, “As bebidas são por minha conta esta noite! Vamos comemorar nosso querido amigo Ken!”
Ken traduziu para o grupo, seu rosto se abrindo em um sorriso.
“ORYAHHHHH! LONGA VIDA A STEEBU-SENSHU!”
E assim, Makoto e Steve ficaram grudados a maior parte da noite, apesar de não conseguirem se entender. Ken não se importava, ele estava apenas feliz que ele e seus amigos pudessem se reencontrar como nos velhos tempos.
Logo depois, eles foram a um restaurante para encher seus estômagos.
“Ainda não acredito que você foi para a América, Daichi.” Hiroki disse, balançando a cabeça. “Bem quando eu achava que íamos vencer vocês na próxima temporada.”
Daichi deu de ombros, “Duvido muito que teriam feito isso, não até se livrarem daquela fraqueza sua.”
“Hã!? Que fraqueza[2]?” Hiroki se animou, ficando arrepiado.
No entanto, Daichi se inclinou para frente e tomou um gole da sua bebida, ignorando a pergunta.
Hiroki então começou a importunar Daichi incessantemente até que finalmente foi convencido a revelar a resposta.
“O quê? Sério?” Hiroki perguntou chocado, sem saber se acreditava ou não.
“É sua escolha acreditar em mim ou não.” Daichi deu de ombros, “A única razão de eu ter te contado é que eu não estou mais na NPB.”
Hiroki ficou em silêncio por um tempo antes de assentir, sua expressão se tornando determinada. “Vou trabalhar nisso… E então, quando terminar esta temporada, talvez também vá para a Liga Principal.” Ele disse com um sorriso.
“Eu também…”
Ken, Hiroki e Daichi se viraram para Riku que estava por perto. O rosto do cara estava vermelho, claramente ele já tinha bebido bastante.
“Você não pode estar falando sério, Riku…” Masayuki disse, dando-lhe um olhar estranho.
“Você não entenderia… Há algo que eu só posso alcançar na América.” Riku acrescentou, seus olhos se tornando distantes.
Ken observou o cara, sentindo sua determinação. Ele assentiu para si mesmo, dava um trabalho enorme chegar à Liga Principal, mas parecia que Riku tinha determinação.
No entanto, Masayuki revirou os olhos. “E o que há na América que você pode alcançar e que não pode fazer aqui?”
Riku lentamente colocou sua caneca de cerveja na mesa e olhou para Masayuki seriamente. No entanto, seu rosto desmoronou no momento seguinte e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, como se as comportas tivessem se rompido.
“EU SÓ QUERO UMA NAMORADA, DROGA!” Ele chorou.
“PFFT.” Kuro cuspiu sua cerveja, afogando Shiro que estava sentado do outro lado da mesa dele. A sala explodiu em risos.
[1] Um sufixo usado no Japão ao se referir a um atleta.
[2] Fraqueza por peitos grandes…