Sistema da Liga Principal - Capítulo 859
Capítulo 859: Chapter 1: Rohan
Depois de deixar Ken no hotel, Rohan esfregou os olhos, contendo um bocejo. Sentia-se exausto, embora não estivesse surpreso. Desde o acidente, ele havia perdido muito da sua resistência.
Embora ele tivesse conseguido voltar a algum nível de condicionamento físico, era um pálido reflexo do que costumava ser. A equipe médica havia dito que era um milagre ele ter chegado tão longe.
Claro que não tinha sido fácil. Rohan precisou aprender a andar novamente, algo que exigiu uma quantidade monumental de determinação e esforço. Se não fosse pelo seu amor pelo beisebol, ele já teria desistido há muito tempo.
Mesmo assim, os médicos o advertiram que quanto mais jogasse, piores suas lesões se tornariam mais tarde na vida. A maior preocupação deles era a artrite.
Depois de finalmente chegar ao seu apartamento, Rohan estacionou seu caminhão e lentamente saiu do lado do motorista, fazendo uma careta de dor. Ele bocejou mais uma vez e subiu as escadas cuidadosamente até a sua casa.
“Essas malditas escadas.” Ele reclamou amargamente.
Ele atrapalhou-se com suas chaves após subir e abriu a porta. Rohan tropeçou, soltando um grito de dor quando caiu no chão com força. A sala estava escura e o chão era frio.
Com dor, ele fez o melhor que pôde para se levantar, cerrando os dentes com força. Não era a primeira vez que isso acontecia, e não seria a última.
Com um esforço monumental, ele se levantou e fechou a porta, acendendo a luz.
“Estou bem…” Ele disse para si mesmo, soltando um suspiro profundo. “Talvez eu precise apenas pegar leve nos próximos dias.” Murmurou.
Rohan bocejou mais uma vez, o cansaço pesando sobre sua mente e corpo. Tirando cuidadosamente os sapatos, caminhou até o quarto e sentou-se à beira da cama antes de massagear as pernas.
“Eu gostaria de poder ir com ele…” Rohan murmurou, uma sensação de anseio em sua voz.
Ele gostava de Ken. O cara era trabalhador e competitivo. Tinha visto ele jogar em alguns jogos no início do ano pela Columbia e maravilhava-se com sua garra, tanto na caixa do rebatedor quanto no monte.
No entanto, havia uma parte dele que estava com ciúmes. Ele não se orgulhava disso, na verdade, sentia vergonha. Preocupado que talvez não conseguisse esconder seu ciúme, Rohan manteve distância inicialmente.
Mas isso não durou. Rohan sentia a compaixão e empatia do cara, o que praticamente destruía seu ciúme. Então, quando Ken ligou para ele naquela noite após o jogo, ele não hesitou em se encontrar.
“É uma pena que não nos veremos novamente.” Ele disse, deitando-se na cama.
Por algum motivo, seu corpo todo estava exausto. Ele não se sentia tão fraco desde o acidente, era como se fosse um bebê recém-nascido. Usou toda a sua força para virar-se de lado e colocar um travesseiro entre suas pernas.
Ele lentamente adormeceu profundamente e suaves roncos preencheram o quarto.
Rohan se viu correndo pelas ruas. O ar fresco da noite preenchia seus pulmões, dando-lhe vitalidade. Seus olhos se moviam para as luzes das ruas laranjas, lançando sua luz no caminho à frente.
As coisas pareciam um pouco estranhas, mas ele não conseguia identificar o que era. Ele olhou para o relógio e viu que ainda precisava correr mais algumas milhas antes de alcançar seu alvo.
Com uma onda de determinação, ele aumentou seu ritmo, deleitando-se com a sensação de liberdade. A brisa fresca tocava sua pele, invigorando-o. Realmente não havia nada melhor do que correr.
Os carros passavam, seus faróis iluminando a estrada à frente. Um conjunto em particular parecia muito brilhante, fazendo com que Rohan protegesse os olhos do desconforto.
Foi então que aconteceu.
Antes que percebesse, o corpo de Rohan foi lançado no ar. O impacto havia sido tão rápido que seu corpo não teve tempo de registrar o que havia acontecido. Só quando ele rolou pelo asfalto e parou é que a dor excruciante seguiu.
Deitado de costas, Rohan fitava as luzes amarelas das ruas. Ele sabia que tudo tinha acabado. Seus sonhos de jogar na liga principal desapareceram, tudo por causa desse único momento.
Dor e angústia se fundiram, produzindo um grito gutural que saiu de sua boca. Ele chorava, sabendo que tudo havia acabado. Tudo pelo que ele trabalhou arduamente durante toda a vida estava agora perdido.
O som das sirenes perfurou sua mente. Ficou gradualmente mais alto, até o ponto em que sacudiu seu cérebro, rompendo a neblina da dor.
Rohan se levantou bruscamente da cama, ofegando por ar. Seu corpo estava coberto de suor e sua boca estava seca. O alarme do telefone estava tocando, soando semelhante às sirenes que ele ouvira antes.
Ele estremeceu, desligando o alarme e limpando o suor do rosto. Não era a primeira vez que ele experienciava o pesadelo, mas fazia muito tempo desde que havia acontecido pela última vez.
Rohan sentia-se horrível. O suor fazia sua camisa grudar na pele, deixando-o desconfortável. Com um suspiro, ele cuidadosamente balançou as pernas sobre a borda da cama e lentamente pousou os pés no chão.
Se certificando de que estava estável, Rohan lentamente se empurrou da cama e ficou de pé, indo em direção ao chuveiro. No início, seus músculos protestaram, mas logo se estabilizaram.
As manhãs geralmente eram as piores para dor, mas hoje parecia estar razoavelmente calmo. Ainda assim, Rohan sabia que em algum momento pioraria, sempre piorava.
Ele lentamente despiu-se e entrou no chuveiro, garantindo que a água estivesse morna o suficiente. Rohan estava se ensaboando com a barra de sabão antes que ela caísse no chão.
Com um gemido de aborrecimento, ele se abaixou para pegá-la, apenas para perder o equilíbrio.