Sistema da Liga Principal - Capítulo 836

Capítulo 836: Surreal (2)

Ele tinha frequentado a faculdade em vez de entrar na NPB para começar, agora ele estava falando sobre voltar ao Japão?

“Ok… Bem, se chegar a isso, tudo bem.” Barry disse, ele também parecia um pouco surpreso. “Talvez você poderia se juntar a outra liga no exterior que não exija que você jogue por um período prolongado em vez disso…”

“Que tal falarmos sobre isso apenas se for preciso.” Mark interveio, vendo que Ken parecia um pouco desorientado. “Meu contrato foi ótimo com Detroit, então duvido que eles tentem te passar a perna.” Ele acrescentou.

“Vamos torcer para que sim.” Barry respondeu. “Bem, não acho que haja mais nada para falar por enquanto. Vou enviar os detalhes para a rede e avisar se ouvir algo de outras equipes interessadas em te recrutar.” Ele disse, levantando-se da mesa.

Ele estendeu a mão e Ken a apertou, desta vez foi um pouco mais firme.

“Obrigado, Barry.” Ken disse respeitosamente. Seu avô estava certo, o homenzinho era um pouco peculiar, mas certamente sabia o que estava fazendo.

Assim que eles saíram do prédio, Ken e Mark voltaram para a casa. Ele ficaria mais uma noite antes de voltar para o Texas. O draft seria em 6 dias e tudo ainda parecia bastante surreal.

Ken sentia que a qualquer momento acordaria de um sonho. De fato, ele estava se sentindo assim há mais tempo do que conseguia se lembrar.

Ele ainda não estava mais perto de entender de onde o sistema havia vindo, nem como ele foi capaz de regredir no tempo para quando estava no ensino fundamental. A pior parte era que Ken não conseguia falar com ninguém sobre isso, pelo menos não diretamente.

Ken e Mark estavam sentados na sala de estar em um silêncio confortável por um tempo enquanto tomavam seu chá.

“O que está em sua mente?” Mark perguntou finalmente, vendo que Ken estava agindo um pouco estranho.

“Você já sentiu que está vivendo em um sonho?” Ken perguntou, sem esperar que ele mesmo fizesse tal pergunta.

Mark não respondeu de imediato. Alguns poderiam rir da pergunta, mas não ele. Ele podia ver que seu neto estava sendo sério.

“Não posso dizer que já me senti assim, Ken. Embora, às vezes, quando durmo, ainda sonho com minha Yumi. Às vezes, desejo poder viver nesse mundo dos sonhos para sempre, mesmo que não seja real…” Ele respondeu seriamente.

Ken sentiu seu corpo tremer por um momento. Ele se virou para seu avô e olhou em seus olhos, eles eram sinceros.

Isso estava pesando sobre ele há um tempo. Mas o que ele faria se tudo isso fosse apenas um sonho? Um truque da mente enquanto ele se recuperava de sua overdose em sua vida anterior.

Um sentimento de dor e perda rapidamente penetrou em seu coração como uma adaga. A ideia de perder tudo pelo qual ele trabalhou arduamente surgiu nele. Ai, Daichi, sua família, seus amigos… Até mesmo seu Vovô, que já havia morrido de câncer em sua vida anterior.

O corpo de Ken começou a tremer e sua respiração ficou presa. De repente, ele estava lutando para respirar, como se suas vias aéreas estivessem se fechando. Seus olhos se arregalaram e ele segurou seu pescoço, em pânico.

Mark se levantou da cadeira com choque.

“C—Calma Ken. Tente respirar devagar, pelo nariz e saia pela boca.” O chá havia sido derramado no chão, mas ele não parecia se importar. Ele agarrou Ken pelos ombros e o segurou firmemente. “Você está tendo um ataque de pânico, precisa se acalmar.”

Ken lutou, tentando se controlar. Foi tão súbito que ele não havia conseguido ver os sinais. Ele tentou seguir as instruções de seu avô, mas falhou a princípio. Somente depois de alguns minutos ele conseguiu se acalmar.

Ele se recostou no sofá, exausto.

“S—Desculpa… Eu não sei o que deu em mim.” Ken disse, sem saber o que dizer. Ele podia ver a expressão preocupada no rosto de seu avô e se sentia mal por fazê-lo se preocupar tanto.

Mark ficou em silêncio por um momento antes de acenar com a cabeça, “Está tudo bem. Fique aqui enquanto eu limpo isso.”

Quando ele saiu, a mente de Ken estava em outro lugar. Ele não sabia o que o havia superado naquele momento, mas ele estava preenchido de desespero.

‘Eu não devo pensar nessas coisas no futuro… Apenas preciso viver minha vida normalmente.’ Ele pensou.

Depois que Mark limpou a caneca quebrada e o chá que tinha derramado, ele voltou à sala e olhou para Ken, uma certa preocupação em suas feições.

“Me diga o que você estava pensando antes do ataque de pânico.” Ele disse.

Ken não respondeu imediatamente. Ele não podia contar a seu avô sobre a regressão ou o sistema. Não havia como o homem acreditar nele, e mesmo que acreditasse, não havia nada que ele pudesse dizer que faria Ken se sentir melhor.

Então ele teve que mentir, apesar de isso ser doloroso para ele.

“Eu estava apenas pensando sobre o que aconteceria se eu não fosse recrutado… A ideia de não conseguir alcançar meu sonho depois de todo o trabalho duro que coloquei fez meu peito ficar tenso…” Ele respondeu.

Mark franziu a testa, suspeita em seu olhar. No entanto, ele soltou um suspiro e respondeu, “É normal ter medos, Ken, mas eles raramente resultam em um ataque de pânico. Eu sei que você disse que parece que é um sonho, mas você trabalhou sinceramente duro para chegar onde está agora.”

“Eu vi isso de volta na Seleção Nacional Sub-18, e ainda mais agora enquanto você estava na faculdade. Você melhorou em saltos e avanços, tudo graças ao seu trabalho duro. Se alguém merece entrar na Liga Principal, é você meu garoto.” Ele disse, colocando uma mão na perna de Ken de forma reconfortante.

“Obrigado, Vovô.” Ken se sentiu mal, mas ainda assim sorriu.