Capítulo 596: Estudo (2)

“Huh!? Nós nem estamos namorando, isso não faz sentido.” Steve respondeu, de repente duvidando das habilidades de seu novo Sensei.

“Além disso, mesmo que estivéssemos namorando, você já me viu com mulheres?” Ele continuou, olhando para os lados como se estivesse verificando se havia alguma por perto.

Ken abafou uma risada, achando a situação do amigo bastante divertida. “Bem, você não é próximo de algumas garotas da nossa escola?”

A expressão de Steve mudou, “Bem, eu não diria próximo. Stacey sempre pergunta se eu quero pegar emprestado seus apontamentos ou estudar juntos, mas é só isso.”

Agora foi a vez de Ken ficar surpreso. Até ele, que era absolutamente alheio quando se tratava de mulheres, sabia que isso era um sinal de algo mais.

“E ela já te viu com essa… Stacey?” Ken perguntou, tentando não soar acusatório.

“Bem, quero dizer, sim. Claro que ela teria visto.” A expressão inocente de Steve parecia muito irritante naquele momento, mas Ken se conteve.

“Então, você acha que talvez Stephanie poderia estar com ciúmes? Ou talvez tenha um mal-entendido sobre a sua relação com Stacey?”

“Ah… Eu acho que sim?” Steve parecia inseguro, “Mas isso não seria um pouco ridículo?”

CLAP~

Ken bateu palmas, “Exatamente! Quando as coisas parecem um pouco irracionais, você sabe que deve estar perto da verdade.” Ele disse misteriosamente.

“Certo…”

RING RING

O sino da escola de repente tocou, quebrando o momento constrangedor.

“Ah droga, eu nem consegui comer meu almoço.” Ken reclamou, olhando para seu estômago com pena.

“Que tal a gente matar aula?”

“De jeito nenhum, minha mãe me mataria.” Ken afirmou, sentindo seu corpo estremecer só de pensar em ser pego.

“É… Provavelmente você está certo.”

Como Steve já estava em apuros com seus pais graças aos seus resultados abaixo da média no SAT, ser pego matando aula apenas exacerbarias o problema.

Os dois voltaram para a aula e terminaram o dia.

Após o treino, Ken convidou Steve para ir à sua casa para que ele pudesse começar suas aulas de tutoria. A ideia era que, até setembro, seus resultados nos exames deveriam melhorar.

“Mãe, estou em casa. Trouxe o Steve comigo.” Ken gritou da porta.

“Ei, tire os sapatos.” Ken murmurou para seu amigo. Aparentemente não era costume na América fazer isso.

“Ah, foi mal.”

“Bem-vindo de volta, Kenny. Prazer em conhecê-lo, Steve, eu sou Yuki.” A mãe de Ken se apresentou. Ela estava em sua roupa habitual de cozinheira, usando um avental branco limpo e com o cabelo preso.

“O–Obrigado por me receber.” Ele disse educadamente.

“Você vai ficar para o jantar?” Ela perguntou com um sorriso.

“Oh, eu não gostaria de incomodar.”

“Não seja ridículo, você é a única pessoa que o Ken convidou desde que nos mudamos. Vou preparar um pouco de comida para você também.” Yuki insistiu, indo em direção à cozinha.

Steve estava prestes a recusar, mas Ken o cutucou e sussurrou, “Você está lutando uma batalha perdida, cara. Ninguém sai da casa da minha mãe sem a barriga cheia.”

Ken abafou uma risada ao ver a expressão em seu rosto antes de acená-lo para seguir. “Nós vamos estudar um pouco, mãe.” Ele gritou, dirigindo-se para seu quarto.

“Tudo bem querido, seu pai estará em casa em cerca de uma hora.”

Com isso, os dois entraram no quarto simples do Ken. Havia apenas uma cama, uma escrivaninha e uma TV que não parecia ter sido usada há bastante tempo.

Steve olhou em volta, com uma expressão levemente desapontada. “Cara, seu quarto é… sem graça.” Ele disse calmamente.

Ken deu de ombros em resposta, “A única coisa que faço aqui é dormir.”

“Mas ainda assim. Onde estão seus pôsteres? A pintura das suas paredes parece ter pelo menos 30 anos.” Ele andou pelo espaço simples e coçou a cabeça.

Se ele tivesse que viver em um quarto assim, provavelmente ficaria louco de tédio em pouco tempo. Claro, Steve não sabia que Ken usava o Treinamento de Imagem todas as noites, o que era basicamente como possuir um fone de realidade virtual imersivo.

“Espera aqui, vou pegar outra cadeira.” Ken disse, saindo do quarto.

Steve andou pelo quarto enquanto esperava, com uma expressão travessa no rosto. Em um piscar de olhos, ele se jogou no chão e olhou debaixo da cama, como se procurasse algo.

“O que você está fazendo?” Ken voltou rapidamente, segurando uma das cadeiras da sala de jantar na mão.

“Tch, eu não consegui achá-los.”

“Hã? Achar o quê?”

Steve olhou para ele seriamente, com uma expressão inalterada. “Suas revistas.”

Vendo que Ken parecia confuso, ele elaborou, “Você sabe, as revistas sujas com mulheres nelas…” Então ele hesitou, “Ou homens?”

Ken piscou algumas vezes, deixando a piada pairar, “Eu não tenho essas coisas.”

Depois de ouvir isso, Steve olhou para Ken de cima a baixo, seus olhos cheios de algo ininteligível. “Mmm, não é à toa que você é tão tenso o tempo todo.”

“O que você quer dizer com isso…?” Ken perguntou, estreitando os olhos.

Sentindo um senso de perigo, Steve rapidamente mudou de assunto, “Ah, provavelmente deveríamos começar a sessão de tutoria.”

O olhar de Ken era penetrante enquanto olhava para seu amigo, era óbvio que o cara estava zombando dele, mas ele rapidamente deixou passar.

“Certo, como suas notas estavam tão ruins, provavelmente deveríamos começar pelas bases.” Ele declarou, tirando alguns de seus antigos cadernos.

Ouvindo as verdadeiras, porém dolorosas palavras, Steve fez o melhor para não se sentir ofendido.

Ken folheou suas anotações antigas, mas rapidamente percebeu que elas seriam inúteis.

“Por que todas essas anotações estão em japonês?”

“Haaahh, isso vai ser mais irritante do que eu pensava.” Ken lamentou.

Eventualmente, Ken pegou seu livro de matemática e começou a passar por algumas equações.

No começo, a mente de Steve estava girando, mas logo ele percebeu que Ken era realmente bom em explicar tudo. Desde a Álgebra até as equações, ele conseguiu simplificá-las, até mesmo usando exemplos da vida real para ajudá-lo a entendê-las melhor.

Uma hora parecia ter passado num piscar de olhos, mas parecia que ele tinha aprendido muito mais do que nos últimos meses na escola.