Capítulo 579: Escoteiros (1)
Ken chegou ao home plate, seus olhos caindo sobre o catcher mais uma vez. Ele pisou silenciosamente no plate antes de se virar para o próprio banco, não havia necessidade de palavras já que ele deixaria suas ações falarem por si.
Por outro lado, o catcher adversário sentiu seu rosto esquentar de vergonha. Sua atitude arrogante de antes foi retirada depois de ter aprendido uma lição.
Havia algo no olhar do cara que o fazia sentir-se fraco e insignificante, como se estivesse sendo encarado por alguém que estava muito acima dele. Suas travessuras anteriores só pareciam brincadeiras de criança para o cara.
Depois de encarar a figura de Ken se afastando por alguns momentos, ele voltou sua atenção para Alex no monte, que parecia ter engolido um limão. Era óbvio que ele não esperava ser atingido tão facilmente, ainda mais no primeiro inning.
Como alguém que conhecia bem seu arremessador, um sorriso irônico apareceu em seu rosto. O golpe no ego de Alex seria notável e ele viria arremessando com tudo de agora em diante.
‘Esperamos que ele possa controlar-se.’ O catcher disse em seu coração.
“Meu Deus cara, foi incrível.” Nico, que estava esperando por Ken perto do home plate exclamou, seu rosto cheio de entusiasmo. Ele era quase como um filhote, pulando para cima e para baixo.
“Obrigado. Bom trabalho ao entrar na base.” Ken respondeu, enviando-lhe um pequeno sorriso.
“Ei, sem problemas, é meu trabalho.” Nico apontou para o próprio peito com o polegar, claramente feliz ao receber o elogio de Ken.
Em seu caminho de volta para o banco, Max já havia começado seu aquecimento, seu taco emitindo um som nítido enquanto balançava no ar.
“Bom home run.” Ele afirmou, levantando a mão para um high five.
“Continua assim.” Ken brincou, batendo na mão do cara com um sorriso.
Na plateia, os poucos olheiros presentes estavam enlouquecendo tentando obter informações. Um deles até tinha seu laptop aberto, digitando furiosamente para fazer sua pesquisa sobre Ken.
Esses olheiros estavam originalmente aqui por Alex, mas ele foi rapidamente esquecido quando Ken mostrou sua habilidade no bastão. Eles ignoraram completamente as duas próximas entradas nas quais nenhum hit foi feito, muito focados na pesquisa.
“Mudança!”
Com as palavras do árbitro, os Gladiadores entraram em campo, prontos para enfrentar a linha de rebatida dos Panteras. Steve já estava com seu equipamento, mas estava andando um pouco cautelosamente.
Ken soltou uma risada, cutucando-o com o cotovelo. “Tudo bem?”
Steve soltou um suspiro irritado, “Sim, depois de agachar o dia todo ontem e aquela corrida ridícula esta manhã, minhas pernas estão um pouco trêmulas.”
“Você ficará bem. Em 3 meses você estará acostumado.” Ken respondeu simplesmente, dirigindo-se ao monte.
“Hã? O que você quer dizer com isso?” Steve disse, agora congelado no lugar.
No entanto, Ken continuou seu caminho, acenando para ele.
Uma sensação de medo e presságio tomou conta de Steve, fazendo-o sentir-se vulnerável. Lembrando-se do demônio sorridente que o acordou esta manhã, ele não pôde deixar de fazer outra pequena prece em voz baixa.
“Eh!? Ele está arremessando?” Um dos olheiros aconteceu de olhar para cima e ver o cara que estavam pesquisando em pé no monte, manipulando o saco de resina na mão.
A exclamação foi alta o suficiente para que outros pudessem ouvir na plateia, fazendo com que os outros dois olheiros prestassem atenção. Eles estavam tão intrigados quanto o olheiro inicial, sem entender o que estava acontecendo.
Uma figura com uma barriga saliente se aproximou, sua voz chamando a atenção de um dos olheiros.
“Você não sabe quem é esse, sabe?” Ele perguntou, seu tom soando exasperado.
O olheiro se virou, apenas para reconhecer a figura. “Tex?” Seu rosto mudou algumas vezes, “Parece que você sabe quem ele é, se importa em me iluminar?”
Tex suspirou, sua mente cheia de emoções misturadas. Ao fazer sua pesquisa na noite passada, ele sabia que não havia como Ken permanecer indetectado, não com seu nível de habilidade.
Querendo ou não divulgar suas informações, seria apenas uma questão de tempo antes que o nome de Ken circulasse por todos os olheiros universitários. Ele acreditava que esse cara seria muito mais procurado do que mesmo Ryan Smith.
“Você se lembra da Copa do Mundo Sub-18 há 2 anos atrás?” Ele disse suavemente.
O homem franziu a testa, tentando se lembrar. No entanto, essa dica parecia ser tudo o que ele precisava, pois as engrenagens começaram a girar em sua mente.
“Espere… Ele é aquele cara? Ken… alguma coisa.”
“Takagi. O que arremessou contra nós nas finais e absolutamente passou por nossas fileiras.” Tex respondeu, sua voz suava. Ele encarou a figura de Ken no monte e sentiu uma sensação de perda.
“Espere, o que ele está fazendo aqui no Torneio PG? Ele não era do Japão?” O olheiro perguntou incrédulo. O fato de que ele estava na América, em um pequeno torneio no Texas, era bastante difícil de acreditar.
“Seu palpite é tão bom quanto o meu.” Tex deu de ombros, “Eu só o vi rebatendo ontem e ele me surpreendeu. Pelo que li online, ele tem lutado com seus arremessos desde a Copa do Mundo.”
Ao ouvir essas informações, o olheiro franziu a testa. A primeira coisa que veio à mente foi uma lesão, algo muito comum para adolescentes que vêm arremessando desde jovens.
“Bem, ele é incrivelmente bom com um bastão na mão. Mesmo que seus arremessos sejam lixo, ele ainda receberá muitas ofertas como rebatedor.” O olheiro respondeu de maneira factual.
“Mmm. Se importa se eu sentar aqui?” Tex perguntou, apontando para a cadeira vazia ao lado dele.
“Vai em frente.”
Quando a grande figura de Tex se sentou, o assento de metal gemeu em protesto, no entanto, permaneceu forte. Era claro que quem construiu a acomodação foi bastante minucioso em seu trabalho.
Com isso, Tex tirou seu medidor de velocidade da bolsa e alinhou para medir os arremessos de Ken. Embora ele não tivesse muita fé nos arremessos do cara, não custava nada conferir.