Capítulo 558: Equipe de Viagem (2)
“Equipe de viagem?” Esta foi a primeira vez que Ken ouviu falar de algo assim.
“Pense nisso como um clube de beisebol amador. Nós jogamos principalmente nos fins de semana, em torneios ou jogos amistosos.”
Os olhos do Ken se arregalaram. No começo, ele estava triste porque a temporada escolar tinha acabado, mas ao ouvir sobre essa maravilha chamada equipes de viagem, ele recuperou seu entusiasmo.
“Então, como eu entro na equipe?” Ken perguntou ansiosamente.
“Hehe. Bem, você só precisaria fazer um teste, se você for bom o suficiente, eles te colocam no time.” Steve disse com um sorriso, parecia estar se divertindo.
Ken ignorou a expressão do cara, focado no assunto em questão.
“Ok, parece fácil o suficiente. Podemos ir depois da escola?”
“Você quer ir hoje? Caramba, alguém está ansioso…” Embora tenha dito isso, Steve não parecia tão surpreso quanto soava, quase como se estivesse esperando esse tipo de reação.
“Bem, há algumas coisas que você precisa saber antes de pensar em entrar em uma equipe de viagem.”
Steve então começou a delinear os contras, desde não ter tempo livre nos fins de semana, até as viagens às vezes caras associadas a jogar por todo o Texas. Havia também o fato de que os jogadores não tinham garantia de tempo de jogo, a menos que fossem realmente bons.
Ken basicamente desconsiderou esse fato. Mesmo que seu pai não tivesse um salário lucrativo na Universidade do Texas, ele ainda tinha muito dinheiro sobrando do Vovô.
“E os benefícios?” Ken perguntou preguiçosamente.
“Hehe. Bem, se você quer exposição aos olheiros da Faculdade e enfrentar a melhor competição do estado, uma equipe de viagem é o lugar certo para estar.”
Desta vez, Steve realmente chamou a atenção do Ken.
‘Olheiros da Faculdade?’ Ele pensou, estreitando os olhos. Não havia dúvida, ele precisava entrar em uma equipe de viagem, não importava o quê.
“Konichiwa.”
Ken quase se encolheu com a pronúncia horrível de japonês da voz atrás dele. Ele se virou, apenas para ver alguns dos caras nerds que ele havia enfrentado no vôlei mais cedo naquele dia.
O cara da frente fez uma leve reverência, que parecia extremamente desajeitada.
“Umm… Anime wa sukidesu ka?”
‘Eu gosto de Anime?’ O rosto do Ken era um reflexo direto de sua confusão. Quem se aproximaria de alguém no meio de uma conversa e diria isso? E em um japonês tão quebrado também.
Steve gemeu levemente, sentindo o constrangimento o envolver.
Como ele era japonês, Ken não gostava de ser rude, então ele respondeu educadamente o suficiente em japonês.
“Claro, eu acho. Meu Anime favorito é Major, mas também gosto de Hajime no Ippo. Mas, sendo honesto, prefiro ler Mangá em vez de Anime.”
O cara na frente ficou estupefato por um momento, como se estivesse fazendo o seu melhor para traduzir as palavras que ouviu para o Inglês. Portanto, quase um minuto inteiro se passou enquanto ele continuava pensando, fazendo com que o constrangimento aumentasse.
“Um… High School DxD ga daisuki desu.” Ele respondeu depois de um tempo, com um sorriso no rosto.
O rosto do Ken congelou. Ele, é claro, sabia o que era High School DxD, mas o fato de que esse cara admitiria abertamente tal coisa foi o que o fez se sentir extremamente desconfortável.
Em sua mente, era basicamente apenas um Hentai glorificado.
“Ahem… Com licença, eu estava só terminando.” Ken disse, rapidamente guardando seu almoço e saindo da cantina. Um arrepio percorreu sua espinha ao se lembrar do sorriso inocente no rosto do garoto.
‘Pervertido…’
O resto do dia foi bastante tranquilo para Ken, embora um pouco entediante. Steve estava em 2 das suas últimas 3 aulas, o que era bom, mas o problema era que ele já tinha aprendido todos os assuntos e mais.
Como ele estava basicamente repetindo os últimos meses de seu ano júnior, Ken sabia quase tudo o que os professores estavam ensinando. Além disso, parecia que o currículo aqui estava um pouco atrasado em comparação ao que ele estava acostumado no Japão.
Mesmo assim, Ken prometeu não relaxar. As notas do GPA também eram um fator importante em determinar em que tipo de faculdade ele poderia entrar, mesmo quando bolsas de estudos esportivas estavam envolvidas.
Quando o último sinal tocou, Ken se espreguiçou, sentindo seus músculos cantarem de satisfação.
“Quão longe é o clube?” Ken perguntou a Steve enquanto eles caminhavam para seus armários.
“Fica a cerca de 25 minutos de ônibus.”
“Ônibus?” Ken estava um pouco preocupado, já que ele tinha trazido sua bicicleta para a escola.
“Não se preocupe, há um ônibus que volta para a escola. Minha mãe geralmente me pega aqui por volta das 6 ou 7 da noite.” Steve assegurou a Ken após ver sua expressão ansiosa.
“Ah, isso é bom.”
Os dois saíram da escola e esperaram pelo ônibus, que partiu prontamente após cerca de 10 minutos. Ken estava agradecido por ter Steve como guia, já que ele estava entrando em território desconhecido.
Ele rapidamente enviou uma mensagem para sua mãe, informando-a sobre o que ele estava fazendo. Já era um hábito dele, já que havia se perdido mais de uma vez e precisava que ela o buscasse.
Depois de enviar a mensagem, Ken se recostou em seu assento, seus olhos vasculhando o ônibus. Estava bastante cheio, o que não era surpreendente, já que tantos garotos frequentavam a escola.
Ele viu um par de olhos olhando em sua direção da parte da frente do ônibus. No momento em que ele cruzou olhares com a garota, ela rapidamente se virou.
Ken sentiu que ela era familiar, mas ele tinha conhecido muitos rostos novos hoje, então levou algum tempo para associar um nome ao rosto.
‘É a Stephanie?’ Ele pensou, lembrando da situação na academia.
Ele se virou para Steve, que parecia estar olhando na direção dela e instantaneamente sentiu que havia algo acontecendo.
“Certo, fala aí. O que está rolando entre você e aquela Stephanie.” Ken disse, com um pequeno sorriso se formando em seu rosto.
Os olhos de Steve se arregalaram de surpresa um pouco, mas logo depois ele sorriu de maneira torta.
“Ah, não é nada. Nós crescemos juntos e costumávamos ser bem próximos, mas desde que chegamos ao Ensino Médio ela tem sido estranha comigo.” Ele admitiu, sentindo-se um pouco exasperado.
“Oho? É mesmo?” Ken disse, cutucando o cara com o cotovelo. Ele sentia que sabia para onde essa história estava indo, mas ver a expressão ingênua em seu novo amigo tornava tudo muito mais interessante.
Nesse momento, Ken teve uma realização. ‘Droga, virei minha mãe?’
Lembrando de sua mãe que adorava ser casamenteira, ele de repente teve um momento de autorreflexão.