Capítulo 549: Formatura (1)

Uma semana passou como um flash e a data de início para o Koshien de Primavera se aproximou. Durante esse tempo, Chris e Yuki estavam ocupados arrumando suas coisas, deixando a casa um pouco desorganizada.

Ao ver as malas e pertences embalados, Ken finalmente sentiu que tudo era real. Uma coisa era discutir a mudança, mas outra coisa completamente diferente era ver isso pessoalmente.

Apesar do prazo estar tão próximo, Ken ainda não tinha tomado uma decisão, diferente de seu irmão. Parecia que a decisão para ele era muito mais fácil, já que ele já tinha seu próprio alojamento nos dormitórios Osaka Toin.

“Bom dia, Kenny.” Yuki disse da cozinha, seu humor ainda animado.

“Bom dia.” Ken murmurou, seus pensamentos ainda confusos. Ele se dirigiu para a porta, vestido com seu uniforme escolar.

“Oh, não é hoje a formatura para os alunos do terceiro ano?”

Os olhos de Ken se iluminaram, ele havia se esquecido completamente. Seus pensamentos foram para Hiroki, a quem ele não via há algum tempo, já que ambos estavam bastante ocupados e ele não frequentava mais os treinos do clube.

“Sim, acho que sim.”

“Certifique-se de se despedir adequadamente dos seus Senpai.” Yuki afirmou, enviando-lhe um sorriso.

Ken assentiu antes de se mover para a porta.

“Você não vai tomar café da manhã?”

“Não, não estou com muita fome. Vou para a escola um pouco mais cedo hoje.” Ken respondeu, acenando.

“Oh… Tudo bem, então se cuide.”

Yuki observou com preocupação enquanto Ken saía de casa, seus olhos cheios de apreensão.

Alguns momentos depois, Chris entrou na sala de jantar carregando uma caixa nas mãos.

“O contêiner de envio chega amanhã, você já embalou tudo o que precisa?”

No entanto, suas palavras aparentemente caíram em ouvidos surdos enquanto Yuki olhava fixamente para a porta da frente, parecendo preocupada.

“Querido?”

“Hmm? O que foi?” Ela respondeu distraidamente.

Em vez de repetir suas palavras, Chris cuidadosamente colocou a caixa no chão e caminhou até ela, envolvendo seus braços ao redor dela.

“Um centavo por seus pensamentos?” Ele perguntou com um pequeno sorriso.

Sentindo os braços dele ao seu redor, Yuki relaxou subconscientemente, abraçando-o de volta. Ela soltou um suspiro, um cheio de emoção.

“Estamos fazendo a coisa certa?”

Chris ficou um pouco chocado, mas rapidamente escondeu isso. “Você está preocupada com os meninos?” Ele perguntou, sua voz cheia de compreensão.

“Mmm. Kenny nem tomou café da manhã hoje, ele deve estar tão estressado.” Ela disse, seus instintos maternos entrando em ação.

No início, Chris ficou chocado, ele nunca tinha visto seu filho pular o café da manhã, especialmente desde que ele começou a levar o treinamento a sério. No entanto, não seria bom reagir, caso contrário ele poderia alimentar a preocupação de sua esposa.

“Querida, Kenny agora tem 18 anos. Embora ele ainda não possa beber, ele já é um adulto.” Chris afirmou, tentando fazer ela se sentir melhor.

“Mas ele ainda é nosso bebê…”

“Eu sei. Mas às vezes precisamos tomar decisões como essa para nossa família.” Ele respondeu, esfregando suas costas suavemente.

Yuki franziu a testa, ainda não totalmente convencida.

Chris soltou um suspiro, sabendo que não conseguiria convencer totalmente sua esposa.

“Já te contei qual é o meu salário inicial?”

Yuki levantou a cabeça, enviando-lhe um olhar severo. “Você acha que isso vai mudar minha opinião? Nunca me importei com dinheiro.” Ela afirmou.

“É cerca de 900 mil.” Ele disse suavemente.

“900 mil ienes? Por mês?” Yuki parecia um pouco confusa. Seu marido ganhava muito mais do que isso quando trabalhava como olheiro para os Guerreiros de Yokohama.

Chris riu, balançando a cabeça lentamente.

“900 mil dólares dos EUA por ano.”

Yuki franziu a testa, tentando calcular o valor em iene.

“São 130 milhões de ienes por ano…” Ela disse, seus olhos quase dobrando de tamanho.

“Mmm, quase 10 vezes o valor que eu ganhava nos Guerreiros. Devemos ser capazes de viver uma vida confortável no Texas e até apoiar os meninos no Japão com facilidade.”

Yuki ficou em silêncio por um tempo, mas um sorriso surgiu em seu rosto pouco depois.

“Quero trocar a cozinha na nova casa.” Ela disse, seu tom não permitindo qualquer contestação.

“Hehe, como você quiser.”

***

Ken foi à escola e participou da cerimônia de formatura para os alunos do terceiro ano. Todas as turmas da escola estavam alinhadas no auditório enquanto os alunos recebiam seus documentos.

Ele estava ao lado de Shiro, que parecia estar em um estado sombrio. Agora que pensava nisso, Kaori estava se formando hoje e sairia para ir para a Universidade em poucas semanas.

“Anime-se, cara.” Ken disse, cutucando o garoto baixo ao lado dele.

Shiro virou-se para ele lentamente, revelando seu rosto chorando feio.

“Eu—vou sentir falta dela…” Ele disse, choramingando como uma criança.

Ken não pôde deixar de dar um passo para trás, esbarrando em um de seus colegas de classe por acidente.

Ele então passou o resto da cerimônia tentando confortar seu amigo, dando-lhe tapinhas no ombro.

Após o fim da cerimônia, todos deixaram o auditório e começaram a conversar entre si. Esta era geralmente a parte onde os alunos do terceiro ano tiravam fotos com seus amigos e pais.

Assim que saíram, Shiro correu para Kaori. Felizmente, ele já não estava chorando, pelo menos recuperando um pouco de sua dignidade.

Ken olhou ao redor por um tempo e viu os Gêmeos Aoyama cercados por garotas. Embora fossem idênticos, ele podia facilmente identificar Jun, já que ele era o único que parecia desconfortável na situação.

“Hahaha! Não se preocupem, meninas, todas podem ter meu número.” Tatsuya disse, sua voz alta o suficiente para que todos no local pudessem ouvir.

Ken balançou a cabeça, achando isso um tanto divertido. Mas então seu rosto ficou sério, como se se lembrasse de algo.

Se ele decidisse ir para a América, não seria capaz de se formar assim.

“Qual o motivo do rosto longo?” Uma voz chamou atrás dele.

Ken se virou, apenas para ver Hiroki sorrindo para ele.

“Parabéns, cara.” Ken disse, estendendo a mão.

Hiroki apertou sua mão firmemente, seu rosto cheio de algumas emoções não expressas.