Capítulo 532: Reunião (2)
Do que Tetsu podia ver, eram apenas os arredores de Tóquio que não caíam sob o território que havia sido marcado. Uma vez que a cidade era tão grande, levaria muito tempo para verificar fisicamente todos os lugares.
Tomoya parecia ter percebido isso também, pois seu rosto se transformou em uma expressão de profunda preocupação. Era claro que ele queria dizer algo, mas ele manteve a boca fechada.
“Sugiro que nos dividamos e procuremos pessoalmente os armazéns abandonados nos arredores. Existem também alguns lugares onde vimos a Família Hokori se esconder, esses devem ser nossas principais prioridades.” Naoki disse, voltando ao seu assento.
BUZZ BUZZ
Todos na sala se voltaram para a localização do som, que por acaso era onde Tetsu estava.
Ele tirou o telefone com a intenção de recusar a chamada, mas quando viu que era sua esposa, ele hesitou.
“Ai, é sua mãe. Vá para outra sala e informe-a sobre o que está acontecendo.” Ele disse, entregando o telefone para sua filha.
Ai assentiu e pegou o telefone. Tsukasa se levantou e a direcionou para outra sala antes de fechar a porta.
Uma expressão de raiva apareceu no rosto de Tomoya pela distração, mas Tetsu o ignorou completamente. Para ele, sua esposa também merecia saber o que estava acontecendo, já que dizia respeito ao filho deles.
Desconhecendo a tensão na outra sala, Ai atendeu a ligação da mãe.
“Oi mãe, sou eu.” Ela respondeu.
“Ai querida! Graças a Deus, eu estava tão preocupada.”
Ouvir a voz da mãe trouxe lágrimas aos seus olhos, tornando-a emocional mais uma vez.
“Mãe, você precisa ligar para Yuki e dizer a ela que o Ken foi capturado.”
“O QUÊ!?”
Nos próximos minutos, ela teve que explicar o que havia acontecido. Aparentemente, o pai dela havia saído no momento em que recebeu a mensagem e não tinha informado a esposa sobre toda a história.
“Espere querida, deixe-me ligar para ela agora mesmo.”
BEEP BEEP BEEP
Ai afastou o telefone do ouvido e ficou olhando para ele por um tempo. Ela se virou para a porta, mas decidiu não voltar lá. Era assustador com todos aqueles homens que ela não conhecia.
Como a sala era pequena e estava vazia, ela se sentiu segura o suficiente para ficar lá por um tempo.
Cerca de 5 minutos depois, o telefone tocou novamente.
“Alô?”
“É a Ai?” Uma voz masculina perguntou, deixando-a um pouco desconfiada.
“Sim… Quem é?”
“É o Chris, pai do Ken. Pode me contar o que aconteceu do começo ao fim?”
Ela soltou um suspiro de alívio, mas por dentro um sentimento de culpa apareceu. Ela podia ouvir o pânico reprimido em seu tom depois de ouvir as notícias.
Não poupando detalhes, ela contou tudo a Chris.
Chris ficou em silêncio do outro lado por um tempo, como se estivesse processando suas palavras.
“Você mencionou a Família Hokori? É uma gangue?” Ele perguntou.
“Mmm. Aparentemente, eles têm tentado assumir o controle de Tóquio.”
“…E você disse que está com a gangue que comanda Tóquio agora?”
“Sim. Meu Tio faz parte da gangue.” Ela disse.
“Pode me fazer um favor? Pergunte se fazem negócios com a Suzuki Corporation. Se não fizerem, então eu talvez saiba quem está por trás disso.” Sua voz era grave, cheia de raiva reprimida.
Com essa revelação, os olhos de Ai se arregalaram. Ela estava com medo de voltar para a outra sala e interromper a todos, mas se as palavras fossem verdadeiras, eles poderiam ter encontrado uma pista.
“Um momento.”
Ai se virou, olhando para a porta por alguns momentos antes de abri-la. No momento em que fez isso, os olhares de todos se voltaram para ela, fazendo-a se sentir um pouco intimidada.
“Vocês fazem negócios com a Suzuki Corporation?” Ela perguntou, sua voz um pouco mais baixa do que pretendia.
“Suzuki Corporation? Que tipo de pergunta é essa?” Tomoya se levantou, sua raiva finalmente o levou a perder o controle.
Tetsu também se levantou, encarando os caras. “Não falem com minha menina assim!”
“Cale a boca vocês dois.” Tsukasa interveio, visivelmente irritado.
“Ai, nós não fazemos negócios com a Suzuki Corporation, eles são limpos como um apito.” Ele completou.
“Ai, você pode colocar no viva-voz, por favor?” Chris disse através do telefone.
“Ah, ok, um momento.”
Ela fez o que lhe foi dito e colocou o telefone na tabela.
“Você está no viva-voz agora, Chris.” Ela disse.
O rosto de Tetsu brilhou com confusão por um momento ao ouvir que o pai de Ken estava no telefone. Ele olhou para Ai com uma pergunta, mas ela não respondeu.
“Oi pessoal, não tenho certeza de quem está aí agora, mas tenho algumas informações que podem levar aonde meu filho e o outro menino estão sendo mantidos.”
Com essas palavras, Tomoya foi especialmente afetado. Não era mais argumentativo e sua atenção total estava no telefone sobre a tabela.
“Aqui é Minoru Tozuka. Chris, por favor, nos conte a informação.” O chefe falou educadamente.
“Primeiramente, vocês tiveram algo a ver com o assassinato de Sachiko Koga há alguns meses?” Ele perguntou.
“Não, foi a Família Hokori que fez isso em nosso território.” Minoru afirmou.
“Ok, bom. Eu e minha família fomos alvo de alguém que acreditamos estar relacionado ao nosso filho adotivo. Não sei seus motivos exatos, mas acredito que ele esteve envolvido no assassinato de Sachiko Koga.”
O grupo ouviu, sem dizer nada em resposta. Eles imaginaram que ele faria seu ponto em breve.
“Se isso for verdade, então ele deve estar relacionado à Família Hokori, ou pelo menos fazer negócios com eles. Caso contrário, não faria sentido por que eles atacariam meu filho.” Chris disse, fazendo o melhor para manter a compostura.
“E quem é essa pessoa que você suspeita estar envolvida?” Minoru perguntou.
Houve alguns momentos de silêncio antes de Chris responder à pergunta do homem.
“Ele é o CEO da Suzuki Corporation, Tetsuhiro Suzuki…”
“O quê!?”