Capítulo 531: Reunião (1)
Em uma rua secundária de Tóquio, um carro pequeno e de aparência um tanto velha parou abruptamente. Um homem vestindo uma regata preta saiu do veículo com uma expressão ameaçadora no rosto.
Tetsu bateu a porta com força, seus olhos caindo sobre um bar com dois homens grandes na frente vestidos em ternos. Sem cerimônia, ele caminhou até as portas e estava prestes a entrar.
“O lugar está fechado.” Um dos homens disse, colocando a mão no peito de Tetsu.
“Você tem 2 segundos pra me deixar entrar antes que eu quebre seus dedos.” Tetsu disse, sua voz mal contendo sua raiva.
Aquelas palavras foram o suficiente para a vigilância dos seguranças atingir o pico. Pouco antes da violência acontecer, a porta se abriu, mostrando um homem careca com tatuagens coloridas em ambos os braços.
“Deixe-o entrar, não temos homens suficientes para mandar vocês para o hospital.” Ele disse, despreocupadamente.
“S—Sim senhor!” O segurança gaguejou, rapidamente saindo do caminho.
Em vez de agradecer, Tetsu olhou fixamente para seu amigo, “Onde ela está?”
Tsukasa não pareceu se importar com sua atitude, fazendo sinal para ele entrar.
“Papai!”
O som da voz de sua filha pareceu derreter toda a ansiedade dentro de Tetsu.
“Ai!”
Ai correu para os braços dele, agarrando-o com força. Ele podia sentir seu corpo tremendo, fazendo-o se enrijecer.
“Está tudo bem querida, Papai está aqui.” Ele disse suavemente, dando leves tapinhas em suas costas e tentando acalmá-la.
Os dois ficaram assim por um tempo, como se não houvesse mais ninguém na sala. Para ele, nada importava, contanto que sua filha estivesse segura.
Só quando ele sentiu o corpo de sua filha relaxar foi que Tetsu soltou seu aperto firme nela. Ele a segurou à distância de um braço e a inspecionou, certificando-se de que não havia ferimentos.
No entanto, quando viu o grande hematoma em sua bochecha, seu olhar endureceu.
“Quem colocou as mãos em você?” Ele disse, seu tom tão gelado quanto as profundezas do inferno.
O rosto de Ai se transformou, parecendo que ela iria começar a chorar.
“Aqueles bandidos… Os que levaram Ken.” Seus olhos começaram a lacrimejar, mas parecia que ela estava se esforçando ao máximo para se manter composta.
“Quem se importa com aquele garoto, eles pegaram meu filho!” Uma voz gritou do outro lado da sala, sua fúria palpável.
Tetsu virou sua cabeça na direção da voz por um momento antes de ignorá-lo. Ele se voltou para Ai e começou a confortá-la mais um pouco.
Para ele, sua prioridade número um estava em seu abraço.
“Pai… Você vai salvá-lo, né?” Ai perguntou, seus olhos lacrimejantes e suplicantes olhando para ele com expectativa.
Para um pai, não havia nada mais poderoso do que tal pedido de sua filha. Mesmo com um coração de pedra, quem poderia recusar tal pedido sincero e genuíno?
“Mmm, não se preocupe querida, Papai vai encontrar os desgraçados que fizeram isso com você.” Ele disse, acariciando a cabeça dela.
“Certo, já chega da sua reunião, podemos começar a maldita busca já?” A voz de Tomoya soou novamente. Ele estava andando de um lado para o outro, sua ansiedade palpável.
Tetsu virou seu olhar, uma evidente antipatia presente em seus olhos, no entanto ele não retrucou. Que tipo de hipócrita ele seria para repreender outro pai pela reação de perder seu filho.
“Tenha paciência, Tomo, todos devem estar aqui em alguns minutos.” Tsukasa disse, embora seu rosto também mostrasse alguns sinais de preocupação.
Como se esperando por suas palavras, a porta se abriu.
Tetsu voltou sua atenção para as 3 figuras que entraram. Dois estavam vestidos com Kimonos tradicionais enquanto o outro estava em um terno risca de giz.
Ele reconheceu todos, embora tivesse se passado muito tempo desde que se encontraram pela última vez.
“Chefe.”
Todos na sala, exceto Tetsu e Ai, se curvaram, saudando a chegada de seu chefe.
“Chega, vamos para a sala dos fundos. Temos pouco tempo a perder.” Ele disse, acenando com a mão.
Com isso, os quatro Tenentes e Tetsu entraram na sala dos fundos e se dirigiram para a tabela.
Tetsu atravessou o limiar com Ai a reboque, mas foi subitamente interrompido.
“Você pode entrar, mas a garotinha fica.” O guarda disse, colocando sua mão no ombro de Ai.
BANG
Em um piscar de olhos, o segurança foi jogado contra a parede, sua garganta segura firmemente pelos grandes dedos de Tetsu. Com um leve puxão, a vida do segurança estaria acabada.
SHIIIING
Tetsu sentiu o aço frio da Katana pressionado contra sua garganta, mas ele não se mexeu. Seus olhos estavam cheios de fúria, prontos para derrubar o homem que acabara de tocar em sua filha.
“Shin, embainha sua espada.” O chefe disse, sua voz soando cansada.
Sem uma palavra, a espada foi devolvida à bainha, mas Tetsu não puxou sua mão de volta.
“Deixe ela entrar também. Não temos tempo para tais exibições.”
A essas palavras, Tetsu empurrou o segurança antes de soltar seu aperto na garganta do cara. Ele não deixaria ninguém tocar em sua filha, não depois de tudo que havia acontecido.
Com isso, os dois entraram e encontraram um assento lado a lado.
O chefe soltou um suspiro, seu cansaço evidente. Era claro que as coisas tinham saído do controle e eles precisavam de um plano.
“Pegue o mapa.” Ele disse suavemente.
Seus olhos demoraram-se em Tetsu por alguns momentos, uma emoção misteriosa pintada em sua expressão enrugada.
Apesar de sentir o olhar, Tetsu ignorou o cara.
Tomoya voltou com um grande mapa de Tóquio, com marcações por toda parte. À primeira vista, não era óbvio para Tetsu o que eram aquelas marcações, mas ele manteve a boca fechada.
O chefe enviou um aceno para Naoki, como se dizendo a ele para revisar as coisas.
Naoki se levantou, ajustando seu terno risca de giz antes de apontar para um ponto no mapa.
“Todos esses lugares que marcamos são nosso território. Já fizemos nossos homens começarem a procurar qualquer lugar de interesse nessas áreas.”