Capítulo 526: Escape (2)
Quando eles estavam longe o suficiente da casa, Katsuya soltou um suspiro de alívio, sentindo seu coração batendo selvagemente em seu peito.
‘Conseguimos.’
Agora ele não queria pensar nas repercussões se fosse pego, ele apenas queria sair e se divertir.
“Para onde vamos primeiro, mano?” Kiyoshi perguntou, praticamente pulando enquanto caminhava ao seu lado.
“Talvez o Fliperama?”
“Fliperama!? Que chato… Eu estava pensando no bordel ou algo assim.” Seu irmão mais velho disse, sua decepção evidente em seu tom.
Katsuya balançou a cabeça, “Você acha que o Pai não terá gente nesses tipos de lugares? Use sua cabeça.”
“Ah…”
Parecia que Kiyoshi finalmente havia entendido a situação em que estavam. Só porque eles tinham escapado da casa, não significava que não pudessem ser pegos enquanto estivessem do lado de fora.
“Acho que será o Fliperama então.” Ele respondeu, embora não parecesse muito feliz com isso.
Quando chegaram à estação de trem, Katsuya viu uma figura esperando sozinha, olhando para o celular. Seus olhos brilharam ao ver as belas e familiares características, fazendo seu coração acelerar.
‘Ai? O que ela está fazendo aqui?’ ele pensou.
“Oh, uau, ela é linda.” Kiyoshi disse, apontando para Ai na entrada da estação de trem.
Ela estava vestindo uma saia rosa e uma blusa branca, seu cabelo preto brilhando ao sol. Mesmo com a cabeça baixa, era claro que ela era atraente.
Katsuya parou no lugar, fazendo com que seu irmão quase colidisse com ele.
“Cara, o que diabos?” Kiyoshi reclamou.
Katsuya o ignorou, seus olhos fixos na figura de Ai. Ele vinha tentando há muito tempo conquistá-la com seu charme, mas ela era uma noz difícil de quebrar.
“Espera… Não me diga que é essa a garota.”
O rosto de Kiyoshi mudou, um sorriso se formando em seu rosto. Apesar de ser um pouco lento em outras áreas, seu irmão mais velho se destacava em assuntos relacionados ao sexo oposto.
Se não fosse por sua figura rechonchuda no momento, Katsuya se chamaria de inferior em comparação.
Mas antes que Katsuya pudesse responder, uma figura alta apareceu da saída da estação de trem e tocou o ombro de Ai.
Ai levantou a cabeça e viu o homem, mergulhando rapidamente em seu abraço e compartilhando um beijo apaixonado para o mundo ver.
Ambos, Katsuya e Kiyoshi, ficaram boquiabertos, sem esperar a cena.
‘Quem é esse cara? É o namorado dela?’ Katsuya apertou os punhos com força, sentindo uma dor no coração.
Sua mente começou a se desfazer lentamente, uma expressão feroz se formando em seu rosto.
Ele estava tão focado nos dois que não percebeu seu irmão também fervendo de raiva.
“Você não mexe com a propriedade de um Adachi…” Kiyoshi murmurou, indo direto para os dois, um ar de violência ao seu redor.
No entanto, Katsuya estendeu a mão e segurou seu braço, parando-o no lugar.
“O que você está fazendo?” Kiyoshi disse, virando seu olhar ardente em direção ao irmão mais novo.
“Deixa pra lá… Ela nunca foi minha para começo.”
“…”
Katsuya sentiu uma grande tristeza em seu coração ao saber a verdade.
Quando Ai havia chegado pela primeira vez à escola, ele a via como um troféu. Ela era uma mulher que só ele era digno de ter.
Mas com o passar do tempo e continuando a observá-la, Katsuya sentiu seus sentimentos mudarem pouco a pouco. Embora o desejo de torná-la sua mulher nunca tenha desistido, sua racionalidade havia mudado.
Ai não era uma garota que ele podia simplesmente reivindicar como todas as outras, ela era diferente.
Sem perceber, ele se apaixonou por ela.
“Katsu…”
Kiyoshi olhou para ele, suas feições suavizando. Sua raiva anterior desapareceu, substituída por um olhar simpático, mas Katsuya sentiu que estava muito próximo da pena.
Quando ele se recuperou do revés, Ai e a figura alta já haviam desaparecido.
“Vamos… Não vou desperdiçar essa pequena chance de liberdade por causa de uma garota.” Ele disse, embora um tom de tristeza ainda fosse evidente em seu tom.
“Mmm.” Kiyoshi assentiu.
Os dois continuaram andando, embora a atmosfera fosse sombria. A excitação anterior havia desaparecido, quase como se nunca estivesse ali em primeiro lugar.
Eles entraram em um beco, planejando economizar algum tempo.
“P-PARE COM ISSO!”
Um grito veio do fundo do beco, fazendo os dois congelarem no lugar.
“Ai?” O rosto de Katsuya escureceu após ouvir o grito.
Sem pensar, ele correu em direção ao som, seu coração batendo acelerado.
“Espere, Katsu!”
O som da voz de seu irmão ecoou atrás dele, mas ele o ignorou. Havia apenas uma coisa em sua mente, salvar Ai.
Quando ele dobrou a esquina, demorou um momento para perceber o que estava acontecendo à sua frente.
Ele viu a figura de Ai contra a parede, protegida pelo homem alto que ele tinha visto antes. Ele estava enfrentando três agressores que pareciam estar se divertindo.
Em uma olhada rápida, ele não conseguiu reconhecer quem eram, o que era estranho, já que seu pai empregava a maioria dos bandidos ao redor de Tóquio.
“Pare o que está fazendo!” Ele gritou, já correndo em direção à cena.
Antes que alguém pudesse reagir, ele enviou um chute voador em direção ao bandido mais próximo, mandando-o imediatamente ao chão.
Assim que estava prestes a se virar e ver se Ai estava bem, ele sentiu uma dor súbita em seu lado, soltando um gemido e se dobrando.
Seus olhos se moveram para outro dos bandidos que segurava um taco de beisebol de metal e instantaneamente soube o que havia acontecido.
Pela dor intensa em seu lado, ele não ficaria surpreso se suas costelas estivessem quebradas.
“O chefe só pediu para pegarmos o cara alto, o que fazemos com esse menino bonito?” Um dos bandidos perguntou.
O cara que Katsuya tinha mandado ao chão com seu chute voador levantou-se, seu rosto vermelho de raiva.
THWACK
Ele deu um soco direto no rosto de Katsuya, fazendo sua visão girar.
“Peguem esse desgraçado também.” Ele disse, cuspindo no adolescente caído.
A última coisa que Katsuya viu antes de perder a consciência foi o rosto apavorado de Ai enquanto o cara alto era espancado na frente dela.
‘Me desculpe Ai, não consegui te proteger.’