Sistema da Liga Principal - Capítulo 498
Capítulo 498: Boatos (2)
***
Mais cedo naquele dia, Chris estava em seu escritório analisando alguns dados para uma apresentação que seria na manhã seguinte. Enquanto alguns poderiam achar a tarefa árdua, Chris a apreciava profundamente.
“Oi Chris, tem um minuto?”
Chris se virou para ver o Gerente Geral espiando a cabeça dentro de seu escritório.
“Sim, o que houve?”
“Você pode vir ao meu escritório por alguns momentos?”
“Claro, claro.”
Não era incomum para o GM abordá-lo dessa maneira, então Chris não teve reservas enquanto seguia o homem de meia-idade até seu grande escritório.
“Você pode fechar a porta?”
Somente após ouvir essas palavras Chris sentiu que algo estava estranho. O cara costumava trabalhar com a porta aberta, a menos que fosse um assunto oficial que exigisse algum tipo de sigilo.
No entanto, ele não teve escolha senão concordar.
“Sente-se.”
Chris caminhou e se sentou na cadeira em frente à mesa do homem, sentindo-se ligeiramente desconfortável. Ele tentou manter uma cara corajosa, mas havia uma grande parte dele que estava cheia de apreensão.
O homem de meia-idade também se sentou, desabotoando o paletó e soltando um leve suspiro. Sua fachada profissional anterior havia sido abandonada e ele parecia cansado.
Massageando sua glabela, o cara parecia ter envelhecido consideravelmente nesses poucos momentos.
“Chris, você está na organização dos Guerreiros de Yokohama há mais de 15 anos.” Ele declarou, levantando o olhar.
Chris apenas assentiu. Como era uma declaração, não havia necessidade real de resposta. No entanto, a declaração parecia conter uma insinuação subjacente, que o deixou ansioso e exposto.
Alguns momentos de silêncio se espalharam entre eles enquanto o Gerente Geral parecia procurar as palavras certas para dizer.
“Hiro, nos conhecemos há tanto tempo, não há necessidade de rodeios.” Chris declarou, endurecendo seu coração.
Com essas palavras, Hiro soltou um suspiro profundo, sua expressão se tornando pesarosa.
“Chris, têm circulado alguns rumores sobre você… Rumores que nossos patrocinadores não estão felizes.” Ele afirmou, soando bastante cansado.
“Rumores?”
Hiro assentiu, “Extorsão, intimidação, sequestro…”
O rosto de Chris caiu com essas palavras, sua expressão escurecendo. Instantaneamente ele sabia quem era o culpado por espalhar tal rumor, no entanto havia algo suspeito nisso.
‘Como ela poderia ter espalhado o rumor para os patrocinadores? Ela não tem essa capacidade.’ Ele pensou, sentindo um aperto no estômago.
Ao ver sua expressão mudar, Hiro sentiu que Chris sabia de algo.
“Por que você não me conta o que está acontecendo?” Ele perguntou.
Chris hesitou, debatendo se deveria ou não lavar a roupa suja. Como era um assunto familiar, ele não queria que isso afetasse sua vida profissional.
No entanto, parecia que ele não tinha escolha.
Após uma breve pausa, Chris começou a detalhar como Daichi havia entrado em sua família. Sem poupar detalhes, ele falou sobre os abusos que seu filho adotivo sofria na casa da mãe e como eles intervieram para resgatá-lo.
A assinatura da renúncia de qualquer direito parental e o dinheiro que ele deu a Sachiko, seguido por todo o processo de adoção. Ele não escondeu que acelerou o processo através de alguns contatos que tinha no prédio do governo.
O GM Hiro apenas se recostou e ouviu, sem jamais interromper durante toda a explicação. Em sua posição, ele não tinha o luxo de demonstrar suas emoções, mesmo ao ouvir algo tão profundamente perturbador como isso.
Quando Chris finalmente terminou, ele sentiu como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.
Enquanto estava em casa, Chris era o pilar da família. Para evitar que sua família se preocupasse, ele precisava assumir todas as responsabilidades, algo que ele pensava ser capaz de fazer.
No entanto, só depois de falar em voz alta para um terceiro, ele percebeu que a pressão estava esmagando-o nas últimas três semanas. O estresse e a ansiedade que ele precisava suportar sozinho eram como uma faca, se aproximando cada vez mais de seu coração.
Agora que conseguiu desabafar suas preocupações, ele sentiu um senso de alívio.
Na realidade, Hiro estava chocado e consternado com a conduta da mulher sobre quem Chris falou. Como homem de família, ele nunca poderia imaginar tratar seus filhos de tal maneira.
No entanto, ele não estava diante de Chris como um homem de família naquele momento. Embora isso o magoasse, era seu trabalho garantir o futuro da organização, especialmente porque envolvia centenas de empregos e meios de subsistência.
“Chris… Obrigado por me explicar tudo.” Ele afirmou suavemente.
Chris, por outro lado, olhou para seu chefe e instantaneamente soube que não iria gostar do que o cara estava prestes a dizer. Sua expressão de sofrimento era um sinal evidente do que estava por vir.
“Recebemos um ultimato para a continuação do patrocínio dos Guerreiros de Yokohama…”
…
“Ou removemos você da nossa equipe, ou perderemos nosso patrocínio.”
Chris sentiu seu corpo ficar frio enquanto a notícia era dada a ele por um homem que ele realmente respeitava. Mesmo depois de ouvir a história completa, Hiro havia decidido ficar ao lado da empresa.
Ele estaria mentindo se dissesse que isso não doeu, mas não tinha escolha senão aceitar a realidade.
“Sinto muito mesmo, Chris… A diretoria tomou a decisão final. Você está sendo dispensado, com efeito imediato.”
Com isso, Hiro se levantou e abotoou seu paletó, esperando que Chris se levantasse.
Para Chris, os próximos minutos pareceram como se ele estivesse assistindo de uma perspectiva externa. Tudo ficou cinza enquanto ele empacotava suas coisas e saía do prédio.
Ao entrar em seu carro, ele ficou ali por um tempo, olhando para a frente através da janela, vazio.
30 minutos depois, chegou em casa, sem nenhuma lembrança da viagem de volta. Yuki tinha ido fazer compras e ainda não havia retornado, deixando-o sentado à mesa de jantar, sentindo-se entorpecido.
“Pai, o que está acontecendo!?”
Chris virou a cabeça e viu a expressão de pânico no rosto do filho. Ele sentiu um nó se formar em sua garganta quase imediatamente enquanto tentava conter suas emoções.
“Oh, oi Kenny, desculpe, estou apenas um pouco cansado do trabalho.”