Sistema da Liga Principal - Capítulo 423

423: Momentum (1) 423: Momentum (1) O queixo de Ichiro caiu ao ver a bola voar para o campo direito. Ele pensou que Aki estava falando besteira como de costume, mas ao contrário dele, o cara realmente conseguiu fazer contato com a bola.

“VAI VAI!”

O banco japonês gritou e aclamou, incentivando Aki enquanto ele contornava a primeira base. Ele não era o mais rápido do time, mas ainda fazia parte da Seleção Nacional.

Ele bombeou suas pernas curtas, olhando para o campo por um momento antes de deslizar com segurança para a 2ª base.

Aki lentamente se levantou, controlando sua respiração. Ao ouvir os aplausos do banco, um largo sorriso surgiu em seu rosto.

“ORYAHHH! Viu isso, Ichiro? É assim que se bate uma bola!” Ele gritou, erguendo o punho em triunfo.

Ichiro fechou a boca, sentindo seu corpo tremer de irritação. Ele podia entender que Aki estava feliz por ter acertado a bola, mas por que ele tinha que gritar essas coisas do campo?

‘Foi um golpe de sorte…’
Ken tinha visto tudo acontecer de seu ponto de vista e se sentiu incrédulo. Não havia dúvida de que o duplo de Aki foi sorte. Ele conseguiu recriar o cenário que Ken tinha acabado de realizar por acidente.

Uma bola rápida externa, o arremesso que Ken, Daichi e Hiroki todos almejavam.

Em todos os jogos que ele assistiu, ele notou uma certa peculiaridade de Leo que ninguém mais havia notado. Ele tendia a chamar bolas que estariam mais ou menos na borda da zona de strike.

Leo sabia que com suas habilidades ele poderia enquadrar as bolas como strikes, instigando medo nos rebatedores que enfrentava. Ele então faria com que eles balançassem em bolas que não tinham esperança de acertar.

Talvez fosse arrogância, ou algum tipo de transtorno de personalidade, mas Ken podia perceber que o cara se divertia em fazer os rebatedores desesperarem.

Devido a isso, ele frequentemente usava o mesmo padrão inconscientemente nas entradas iniciais.

Aumentar o tamanho percebido da zona de strike com o enquadramento adequado, antes de brincar com os rebatedores até que eles sejam eliminados.

É claro que, uma vez bem estabelecido, ele não precisaria fazer isso nas entradas posteriores. Por isso, Ken precisava capitalizar esse fato antes que Leo passasse para a sua próxima fase de liderança.

Além da peculiaridade de Leo, o principal contribuinte para seu plano de jogo era o adolescente que parecia ter engolido um limão no monte. Ryan Smith, o prodígio.

Ele tinha um certo hábito que Ken tinha notado durante sua sessão de estudo. Sempre que estava prestes a lançar uma bola rápida, ele olhava para a terceira base por alguns segundos antes de iniciar seu movimento diretamente.

Se isso fosse tudo, então os treinadores seriam capazes de corrigir esse sinal facilmente. No entanto, também era sua perna de apoio que entregava a dica.

Em todas as vezes que ele lançava uma bola rápida, ele dava um passo mais longo. Embora alguém possa argumentar que seria difícil fazer a distinção naquele fração de segundo com base em onde seu pé pousou, Ken tinha outra maneira.

Ao realizar uma ação como dar um passo à frente, outros músculos eram ativados para facilitar esse movimento. Como Ryan precisava se impulsionar mais com uma bola rápida, ele precisava gerar mais movimento lateral.

Portanto, ele quase chutava a perna de apoio para frente ao fazer isso. A diferença era quase imperceptível, mas com o traço Acadêmico de Ken, ele conseguia ver.

Assim, com as peculiaridades desses dois jogadores, Ken tinha descoberto uma maneira de superar a defesa robusta do time dos EUA. O problema era que isso só poderia durar por um curto período.

‘Esta é uma chance…’
Ken não esperava originalmente que Aki acertasse a bola, mas isso abriu uma janela de oportunidade para a Equipe Japonesa que não existia antes.

Originalmente, apenas Hiroki, Daichi e Ken podiam ser a força de ataque com seu conhecimento. Mas com apenas 1 out, Aki conseguiu chegar à 2ª base.

Ken debateu internamente por alguns momentos, tentando decidir seus próximos movimentos.

No final, ele jogou a cautela ao vento.

“Atsushi, Riku, Capitão. Venham aqui por um momento.” Ken chamou, gesticulando para os três se juntarem a ele.

“Hmm? Finalmente disposto a revelar o plano, hein?” Masayuki tentou agir calmamente, mas por dentro ele estava curioso.

Ele se inclinou para perto e começou a falar sobre seu plano de jogo. Contanto que esses caras pudessem capitalizar a situação, eles poderiam abrir uma vantagem ainda maior.

“Huh? De jeito nenhum.”

Os três ficaram atordoados quando Ken revelou seu conhecimento. Eles estudaram o filme por mais de 2 horas na noite anterior com a equipe, e até mesmo os treinadores não conseguiram descobrir essas informações.

Das perguntas anteriores, também era seguro assumir que eles não tinham ideia sobre essa tática.

Ken gesticulou para eles se voltarem para o campo e ficarem de olho em Ryan enquanto ele arremessava contra Kuro.

“Batendo em 8º, 3ª Base, Kuro.”

A figura sombria de Kuro apareceu na caixa do rebatedor, parecendo como se não quisesse estar ali naquele momento. Ele podia sentir o olhar penetrante dos jogadores dos EUA sobre ele, apenas servindo para aumentar sua aura sombria.

Os olhos de Leo se arregalaram de surpresa ao sentir seu espírito de luta começar a murchar na presença daquela aura. Não era apenas ele, Ryan tremeu subconscientemente no monte ao ver a anomalia na caixa do rebatedor.

‘O que há com esse cara?’ Ele pensou, sentindo-se arrepiado.

Antes ele estava furioso depois de ceder outro acerto. Ele nunca tinha sido tão humilhado em sua vida. Como estavam enfrentando a segunda metade da escalação de rebatidas japonesa, ele ia tirar todas as suas frustrações neles.

Mas então esse cara de cabeça cogumelo apareceu.