Sistema da Liga Principal - Capítulo 387
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387: Enfrente-me! (1) 387: Enfrente-me! (1) Ken caminhou até a caixa do batedor com um olhar determinado. Ele cruzou o olhar com Hiroki na primeira base, que parecia um pouco ansioso, mas quem poderia culpá-lo.
Estavam com 2 eliminados na 9ª entrada e o Japão estava perdendo por apenas uma corrida. O jogo estava literalmente dependendo dos ombros do Ken, um calouro e estreante no palco mundial Sub-18.
Todos os olhares na arena e no banco estavam focados nele naquele momento, esperando para ver se ele poderia realizar um milagre e virar o jogo.
Ken estaria mentindo se dissesse que não sentia pressão. Todas as esperanças de seus colegas de equipe estavam em suas costas, pesando fortemente em sua psique.
No entanto, em meio a tudo isso, um sorriso apareceu em seus lábios.
Era isso que ele havia sonhado, pelo que ele vinha se preparando todo esse tempo. Como arremessador, ele estava acostumado a ser minuciosamente examinado por todos, esse cenário não era diferente.
Só que dessa vez, ele estava no lado oposto.
‘Por que tivemos que pegar esse cara por último.’ Guillermo comentou em seu coração. Ken era provavelmente a única pessoa que ele temia que restasse na ordem de rebatidas do Japão.
Ele pensou por um momento antes de soltar um pequeno suspiro.
Guillermo se levantou e acenou para o arremessador, pedindo uma base por bolas.
‘E-EH!?’
Os olhos de Ken se arregalaram enquanto ele olhava para o receptor cubano, sem acreditar no que estava vendo. De repente um suor frio escorreu por suas costas enquanto ele entrava em pânico.
‘E-Espera um momento! Cadê o orgulho desse cara?’
Ele esperava que os adolescentes do Time Nacional Cubano tivessem um senso de orgulho, ou pelo menos coragem. Até o Japão não havia dado base por bolas para nenhum dos gêmeos Lopez durante o jogo, mostrando suas gigantescas pedras.
“O quê!? Eles estão dando base por bolas para ele?” Chris gritou surpreso, sua expressão quase espelhando a de seu filho.
Técnico Takashi franziu a testa. Ele vinha observando o técnico cubano todo esse tempo e sabia que nenhum sinal havia sido enviado ao campo, o que significava que essa era completamente uma decisão do catcher.
Não eram apenas os dois técnicos que estavam revoltados, o banco japonês estava enlouquecido.
“Vaias!”
“Vocês se chamam homens? Ptooi!”
“Cuba? Mais parece… COVARDES” Aki gritou, mas recebeu alguns olhares de interrogação.
A pequena multidão também não pareceu apreciar a decisão e expressou suas frustrações. O jogo estava prestes a chegar na parte mais emocionante, porém estava sendo manchado por uma decisão tão controversa.
Ken se virou para Antônio, querendo avaliar sua reação. Ele quase soltou um suspiro audível de alívio ao ver a expressão dividida no rosto do cara.
‘Sim sim! Diga que você não quer me dar base por bolas. Enfrente-me de frente!’ Ken gritava em sua mente.
Contudo, após hesitar por alguns momentos, ele pareceu aceitar a decisão e lançou uma bola por cima, direto na luva esperançosa de Guillermo.
“Bola.”
‘DROGA.’
Ken realmente se sentiu em pânico naquele momento. Ele voltou sua atenção para o lado do campo e viu Aki, que estava próximo a rebater, escavando algo de seu nariz vigorosamente.
‘Não não, eu não posso deixar eles me darem base por bolas.’ Ele pensou. Não havia como ele confiar em Aki com a rebatida final do jogo.
Ele rapidamente tentou se recompor, tentando pensar em uma maneira de acender o fogo competitivo na bateria cubana.
“Bola.”
‘Droga! O tempo está acabando.’
Ken soltou um suspiro profundo cheio de decepção, abaixando seu bastão até que a ponta tocasse o chão.
“Então essa é a resposta de Cuba a uma verdadeira ameaça, hein? Fugir.” Ele balançou a cabeça, fazendo o melhor para parecer decepcionado.
Guillermo franzia a testa com as palavras dirigidas a ele, sentindo como se estivesse sendo ridicularizado. No entanto, ele tentou ignorar, ou pelo menos tentou.
“Ah cara, e eu achando que o respeitado time que tem mais vitórias da Copa do Mundo Sub-18 não fugiria de um desafio. Acho que eu estava errado, já que vocês estão me esquivando assim.”
As palavras de Ken eram duras, quase demais. Elas atingiam o orgulho dos jogadores em sua nação, assim como a natureza apaixonada dos jovens.
Antes que Antônio pudesse lançar a próxima bola, Guillermo moveu sua luva e levantou a outra mão para detê-lo.
“O que você acabou de dizer!? Está falando merda?”
O árbitro de home plate ouviu todas as palavras do jovem e não pôde deixar de se posicionar a seu favor. Portanto, ele não interveio, querendo ver o que aconteceria.
Ken deu de ombros, tentando agir como se não ligasse de uma forma ou de outra.
“Quer dizer, se é assim que Cuba quer ganhar seus jogos, então por favor continuem. Foi meu erro pensar que vocês eram honrados.”
Claro que Ken estava apenas falando da boca para fora. Guillermo estava totalmente dentro de seus direitos de lhe dar uma base por bolas como batedor, muitos times profissionais faziam isso para minimizar os riscos, especialmente em tal circunstância.
Mas só porque era uma estratégia viável, isso não significava que ele queria que isso acontecesse com ele.
Guillermo ficou irritado por um momento e tentou retrucar.
“Eu—Y-Você… Seu bastardo, retire o que disse!” Ele disse enquanto rangia os dentes. Era claro que ele tinha orgulho de seu país natal, portanto ouvir alguém falar mal bem na sua frente era suficiente para ferver seu sangue.
‘Mas se enfrentarmos ele e ele acertar… Podemos perder.’ Ele pensou, parecendo dividido.
De um lado estava seu orgulho e do outro, o jogo. O que era mais importante naquele momento.
“Deixe-o rebater!”
O grito ecoou pelo campo, fazendo todos virarem a cabeça para a fonte do som.
Ken também virou seu olhar, tentando localizar seu salvador em meio ao caos.
‘Jorge?’
Surpreendentemente foi Jorge na segunda base que gritou essas palavras, reabrindo sozinho a porta para o Japão vencer o jogo.