Sistema da Liga Principal - Capítulo 38
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38: Primeiro Jogo (2) 38: Primeiro Jogo (2) Keisuke achou um pouco estranho, mas rapidamente se adaptou. “Ele está meio esquisito esta manhã. Juro que até o vi sorrindo há pouco tempo.” Ele se inclinou e sussurrou, com medo de ser ouvido.
Foi então que o Técnico finalmente notou os dois novatos e seu rosto se iluminou, um sorriso se formando em seus lábios. “Ah! Daichi, você chegou.”
O sorriso desapareceu quando seu olhar caiu sobre Ken e Keisuke, “Tudo bem, vamos aquecer.” Ele disse, virando-se e indo em direção ao campo.
“Cara, qual é dessa preferência…” Keisuke resmungou, virando sua atenção para Daichi.
Ken achou engraçado, apesar de também ter sido ignorado. Ele cutucou Keisuke nas costelas com o cotovelo e brincou, “Talvez quando você também conseguir rebater um home run do nosso Ás, vai receber atenção.”
Keisuke riu um pouco, mas retrucou, “Diz você que nem mesmo consegue acertar a bola metade do tempo.”
“Hahaha.” Ken riu alto. Talvez aquele comentário teria o ofendido no início da semana, mas ele estava de bom humor, mesmo que um pouco deprimido pela manhã.
Talvez fosse porque sua mente tinha, na verdade, 24 anos e ele conseguia lidar com as críticas muito melhor que a maioria dos adolescentes. Havia também o fato de que ele sabia que o sistema curaria completamente seu braço em menos de um ano.
Logo, toda a equipe chegou e o Técnico começou a revisar algumas táticas para o jogo. Seu foco principal era no arremessador principal que Kanagawa havia adquirido no fim do ano passado.
Eles não tinham muitos dados sobre ele, mas sua altura elevada e membros flexíveis davam uma má impressão ao técnico.
Quando as táticas terminaram, as equipes se alinharam frente a frente, fazendo uma reverência e desejando um bom jogo uns aos outros. Essa era uma prática comum no beisebol japonês em todas as faixas etárias, incluindo o jogo profissional.
Era uma forma de mostrar respeito aos seus oponentes e ao jogo.
Kenta Shouichi, o capitão do Seiko que também era um aluno do terceiro ano e jogava como terceira base. Ele ganhou no cara ou coroa e escolheu defender primeiro, algo que o técnico havia pedido, caso tivessem a chance.
Ken podia ver que Daichi estava nervoso, então colocou a mão em seu ombro, sentindo o corpo do menino tremer em resposta.
“Ei cara, não pense demais nisso. Lembra do que praticamos e vai se divertir.” Ken disse com um sorriso.
Ele também se lembrava de seu primeiro jogo na escola primária, onde seu pai tinha feito a mesma coisa por ele. Enquanto seus pensamentos iam para seu pai, ele virou sua atenção para as arquibancadas e viu os dois acenando.
“Olha lá, temos nossos fãs pessoais na torcida.”
Daichi virou sua atenção e não pôde deixar de sorrir para os dois. Ele sentia o apoio deles, mesmo estando tão longe, preenchendo-o com força e confiança.
“Valeu, Ken, vou fazer o meu melhor.” Ele respondeu antes de entrar correndo no campo e se posicionar na segunda base.
“Mostre o que você sabe fazer.” Ken murmurou antes de encontrar indo e sentando-se no banco do abrigo.
“Ué? Por que o Ken não é o arremessador inicial?” Chris exclamou, ao ver seu filho sentado no banco.
“Que estranho. Será que querem descansar um pouco porque é um amistoso?” Yuki disse, inclinando a cabeça em confusão.
“Mas o Ken não teria reclamado pra gente a semana inteira se fosse isso?”
“É, verdade. Tomara que ele jogue um pouco.”
“Também espero. Não o vejo arremessar desde o início do ginásio, estou curioso pra saber quão rápido ele pode lançar agora.” Chris afirmou, sentindo sua expectativa crescer.
“Joguem!” O árbitro gritou assim que todos estavam em posição.
Kouichi soltou um suspiro contido em cima do monte enquanto olhava para o primeiro rebatedor da equipe adversária. Ele era baixo, mas parecia leve nos pés, provavelmente era um corredor rápido.
Ele viu o sinal para uma bola rápida na parte de fora e assentiu com a cabeça. Começou seu arremesso e lançou a bola voando em direção à luva do catcher, porém ele instantaneamente soube que estava fora do alvo.
Em vez de voar para fora da zona de strike, flutuou direto para o meio. Mesmo que ainda estivesse rápida, não havia como nenhum rebatedor do seu nível deixar passar uma bola fácil como aquela sem punição.
DONG!
O som do bastão batendo na bola com força reverberou pelo campo. Kouichi sentiu a bola passar assobiando pelo lado direito de seu rosto em direção ao interbases e segunda base. Ele rapidamente se virou, esperando que não passasse pelos dois defensores.
Keisuke estava paralisado no lugar enquanto finalmente avistava a bola indo em direção ao seu lado esquerdo, mas estava rápido demais. Ele sabia instantaneamente que não teria tempo para ajustar seu corpo e estender a luva para pará-la.
PAH
O som da bola batendo na luva entrou em seus ouvidos, confundindo-o. Ele virou a cabeça apenas para ver Daichi com seu braço esticado, agora deitado no chão, coberto de sujeira.
Ele só podia assistir, atônito, enquanto Daichi se levantava e mostrava ao árbitro a bola que estava presa dentro de sua luva.
“Nossa! Que pegada!” Kouichi foi o primeiro a vir e parabenizar os reflexos incríveis de Daichi enquanto esfregava o topo de sua cabeça com vigor.
“Eliminado!”
O primeiro rebatedor de Kanagawa conseguiu chegar à primeira base antes de ser informado pelo árbitro que estava eliminado. Ele estava prestes a argumentar quando finalmente notou a comoção em volta da segunda base.
“Ele pegou aquilo!?” O rosto do menino se contorceu de choque até que ele foi mandado embora da base.
“Caramba, esse garoto tem bons reflexos… Será que eu poderia usá-lo como catcher?” O Técnico murmurou, ao alcance do ouvido de Ken.
O rosto de Ken se iluminou com um sorriso, ‘Ah, se você soubesse Técnico…’ ele disse interiormente.