Sistema da Liga Principal - Capítulo 378

378: Fadiga (2) 378: Fadiga (2) ‘Apenas mais uma entrada… 3 eliminações. Depois eles farão uma substituição…’
Após soltar um suspiro profundo, Daichi se recompos. Ele fez o sinal, pedindo uma bola rápida comum por dentro para o rebatedor destro.

Kei assentiu, chutando a perna e executando seu movimento preliminar.

No momento em que a bola deixou suas pontas dos dedos, ele soube que era ruim.

Os olhos de Daichi se arregalaram em choque quando a bola desviou de sua trajetória e foi direto para Ricardo na caixa do rebatedor.

Thud
O som da bola de couro atingindo a carne fez o coração de Daichi saltar até sua garganta.

“Atingido pelo arremesso, vá para a primeira base.”

Ricardo contorceu-se de dor por um momento antes de enviar um olhar mortal para Kei no montinho. Se não fosse pelo fato de que o cara alto parecia extremamente arrependido, ele poderia ter pensado que foi proposital.

“T-Tempo, por favor.”

Daichi rapidamente pediu um tempo antes de correr até o montinho para trocar algumas palavras com Kei.

“A bola escorregou, desculpe.” Kei disse simplesmente. Era evidente em suas feições que ele estava irritado tanto consigo mesmo quanto com Daichi por pedir o tempo.

“Cara, estamos realmente em apuros agora. Preciso que você melhore, não podemos ter arremessos como esse contra os gêmeos.”

Ken viu toda a jogada de sua posição no campo externo e começou a ficar um pouco nervoso. Seus olhos se moveram para seu pai e o Técnico Takashi no dugout, tentando adivinhar o que eles estavam pensando.

‘Eles certamente não vão deixá-lo arremessar contra os gêmeos Lopez depois de uma bola como essa?’ Ele pensou.

No entanto, os dois pareciam impassíveis, quase como se tivessem se resignado ao que aconteceria nessa entrada.

Além de estar chocado, Ken estava um pouco irritado.

‘Eles sabem que estou pronto para arremessar… Então por que estão hesitando?’
O Japão estava apenas com 2 corridas à frente agora. Com o corredor adicional na base graças ao walk, tanto Manuel quanto Jorge eram capazes de assumir a liderança se conseguissem uma boa rebatida agora.

Estando em uma posição tão perigosa, não faria sentido substituir um arremessador fresco agora? Especialmente porque Kei parecia tão fatigado?

No entanto, o que Ken esperava não aconteceu. Daichi voltou para sua posição atrás do home plate e se deparou com o primeiro gêmeo Lopez.

“Rebatendo em 3º, terceira base, Manuel.”

O cara grande parecia intimidador como sempre enquanto se aproximava do home plate. Mesmo do ponto de vista de Ken, ele podia sentir o poder na postura do jogador cubano.

“Bola.”

“Bola.”

Os dois próximos arremessos foram fora da zona de strike, fazendo Daichi se contorcer. Apesar da conversa anterior, Kei parecia estar piorando à medida que o tempo passava.

“Droga! O que eu deveria fazer?” Daichi praguejou internamente.

Ele pediu um arremesso rápido de duas costuras, posicionando sua luva no meio da zona de strike.

Parecia que o controle de Kei estava sofrendo devido à sua fadiga, então ele só podia pedir arremessos que fossem fáceis o suficiente para lançar. Contanto que a velocidade não diminuísse muito, eles poderiam ter uma chance de salvar essa entrada.

Porém, ele estava errado.

DOOOONG
A bola disparou para o campo externo esquerdo, vencendo Riku pela velocidade e pousando justo antes do muro de fundo. Em uma agitação de movimentos, ele conseguiu enviá-la de volta ao campo interno a tempo de impedir Ricardo de se aproximar do home plate.

Manuel estava na segunda base e recuperava o fôlego, mas havia um sorriso de satisfação em suas feições após acertar uma rebatida dupla.

“Rebatendo em 4º, segunda base, Jorge.”

Mais uma vez o Japão estava enfrentando o perigoso rebatedor Jorge. Apesar de sua última vez ao bastão ter resultado em ele ser eliminado na segunda base, ninguém o subestimava.

Havia também o fato de que sua expressão agora não tinha nenhum humor. Todas as pretensões haviam caído e ele estava jogando seriamente para vencer.

Aparentemente, seu erro anterior foi o suficiente para motivá-lo.

‘Isso é o pior.’
Daichi começou a entrar em pânico. Agora com dois corredores nas bases, se Jorge acertasse a bola, eles perderiam a liderança que haviam construído no início do jogo.

Ele cerrava os dentes e chamava por uma bola, querendo tentar induzir um swing e sair na frente na contagem. Ele se sentia como se suas mãos estivessem atadas com a forma como Kei estava arremessando nesse momento.

Kei fez seu movimento preliminar e lançou a bola, fazendo uso de sua forma não ortodoxa.

Daichi ficou surpreso assim que a bola deixou as pontas dos dedos de Kei. De alguma forma, a nitidez havia retornado, fazendo-o questionar se o cara estava cansado.

Ele lamentou ter desperdiçado esse arremesso, já que foi um dos melhores que ele havia lançado desde o início da partida.

No entanto…

VUUUUSH
DOOOONG
Apesar de estar fora da zona de strike, Jorge a perseguiu e a acertou com toda a sua força. A bola disparou para o ar, seu destino claro para todos na arena.

Desta vez não havia dúvidas de que o rebatedor ultrapassaria o muro de fundo, e não havia nada que alguém pudesse fazer para impedir.

“Ótima rebatida, Jorge!”

O banco cubano explodiu quando Jorge conseguiu um home run de três corridas, enviando os corredores e ele próprio para casa. Até a pequena multidão aplaudiu e cantou no maravilhoso display de força e destreza na rebatida.

Daichi só podia assistir enquanto a bola navegava para as arquibancadas vazias, sentindo seu coração afundar. Tudo parecia tão inevitável naquele ponto, tudo porque os técnicos não queriam fazer uma mudança no montinho.

Ele se sentiu amargo e um pouco traído, mas não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.

Não era apenas ele, os jogadores japoneses deixaram os ombros caírem enquanto assistiam sua liderança escapar graças ao que havia acabado de acontecer.

Ricardo e Manuel esperavam por Jorge no home plate depois de cruzá-lo, apenas para cobri-lo com high fives e palavras comemorativas.

“De volta ao topo!” Jorge disse com um sorriso.