Sistema da Liga Principal - Capítulo 108

108: Confia em mim, mano (2) 108: Confia em mim, mano (2) ‘É agora!’ Hiroki sentiu que a bola estava um tanto mais lenta que a anterior e bem no meio do caminho. Um sorriso imperceptível se formou em seu rosto enquanto calculava o tempo e a trajetória da bola.

“Adeus.”

SWOOOSH
O rosto de Hiroki mudou de um sorriso para um choque completo e absoluto quando seu taco passou por cima do beisebol, que parecia ter caído bem antes de cruzar o home plate.

PAH
Shiro, que estava preparado para o impacto, de repente sentiu a bola aparecer em sua luva como mágica. Ele quase não podia acreditar no que acabara de acontecer, mesmo vendo com seus próprios olhos.

“Foi uma forkball?” Ele murmurou, captando a atenção do batedor.

“O quê? Ele não te disse que arremesso ele ia fazer?” Hiroki virou a cabeça e perguntou, soando aflito.

Shiro balançou a cabeça. “É a primeira vez que eu pego os arremessos do Ken, eu nem sabia que ele podia fazer uma fork.” Ele admitiu.

Hiroki soltou um suspiro de decepção, porém um sorriso apareceu logo em seguida. Ele caminhou até Ken, que ainda estava no montinho, e estendeu a mão.

“Eu perdi completamente, foi uma batalha brilhante. Bem-vindo ao time, meu nome é Hiroki Kondo.”

Ken sentiu uma onda de realização depois de conseguir eliminar Hiroki, então ele estava de bom humor. Essa foi a primeira vez que ele lançou a forkball com o braço direito, então ele sabia que era um risco, porém valeu a pena.

“Obrigado, eu sou Ken Takagi.” Ele apertou a mão de Hiroki e sorriu satisfeito.

Enquanto isso, Tatsuya estava em sua base recém-roubada com uma expressão abafada no rosto.

‘Por que ninguém está me notando!’ ele gritou internamente, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

O Treinador Hanada sentiu como se sua mente fosse explodir. De onde esse garoto tinha vindo?

‘Essa forkball teria enganado até alguns dos melhores batedores na Universidade.’ Ele pensou interiormente, voltando sua atenção para o radar de arremessos.

“137km/h… Até suas bolas quebradas são rápidas.”

“HAHAHA, o garoto tem coragem. Não se importe com Hiroki.” O capitão Makoto bateu nas costas de Hiroki enquanto caminhava para a caixa de batedor, seus músculos quase estourando o uniforme.

Hiroki recuou com dor, mas parecia acostumado o suficiente com o tratamento vindo do capitão cabeça de músculo.

Todos no banco de reservas do primeiro time pareciam efervescentes de empolgação depois de ver um novato tão promissor. Todos exceto um que agora estava com a face em quatro tons de vermelho.

‘Como esse desgraçado pode ser tão bom? Ele é só um calouro.’ Akira rangia os dentes, sentindo seu rosto esquentar enquanto via sua posição sendo ameaçada.

“F-Foi sorte! Só pode ter sido sorte!”

Ele nunca tinha eliminado Hiroki, nem em treino. Então seu cérebro foi para a única explicação lógica que ele conseguia pensar, ou neste caso, explicação ilógica.

“Pffft.”

“Isso aí.”

Algumas risadas abafadas e até mesmo obscenidades foram direcionadas a Akira após seu ataque, fazendo-o ficar ainda mais vermelho no rosto.

Hiroki, que acabara de chegar ao banco de reservas depois de sair do campo, virou sua atenção para Akira, estreitando os olhos.

“É melhor você arrumar as suas merdas, senão você vai se encontrar no segundo time com todos os outros que você ridiculariza.”

Após dizer isso, Hiroki o ignorou e foi procurar um lugar no banco.

Era bastante aparente que o time só tolerava Akira porque ele era o arremessador principal, não porque gostavam dele como pessoa.

Já que ele bajulava os melhores jogadores do time e desdenhava quem não tinha sucesso, eles tinham uma opinião bastante desfavorável dele. Tanto é que eles sentiram um grande alívio ao descobrir que agora havia um arremessador ainda melhor no time.

‘I-Impossível…’ Akira colocou a cabeça nas mãos, sentindo seu mundo desabar ao seu redor.

Enquanto isso, no campo, o capitão Makoto estava com um enorme sorriso no rosto enquanto encarava Ken no montinho. Seu corpo todo estava gritando que ele estava pronto para começar.

“Esperem vocês dois.” O Técnico Hanada entrou no campo com as mãos para o alto, interrompendo o jogo.

“Ken, saia do montinho. Eu vou te substituir.”

“O QUÊ!? T-Treinador, o que você quer dizer?”

Surpreendentemente, não foi Ken quem reagiu tão fortemente, mas Makoto na caixa de batedor. Ele tinha acabado de se aquecer e estava pronto para um confronto com o novato canhão de 1º ano.

“Não faz sentido o Ken continuar arremessando. O Shiro aqui não tem capacidade de pegar os arremessos no momento.”

“Hã?” Makoto virou-se para olhar para Shiro, que instantaneamente se sentiu intimidado pela figura grande e musculosa do capitão.

“Tch, então ele notou.” Ken murmurou.

Ele tinha pensado que Shiro poderia ser bom o suficiente para pegar suas bolas rápidas já que ele tinha jogado pelo Fujimi.

‘Esse Kenji costumava arremessar a 130km/h então por que o Shiro não consegue pegar meus arremessos?’ ele pensou, deixando o montinho.

“Por sorte temos alguém que pode te substituir. Katsuya, você assume o montinho.” O técnico chamou para o banco de reservas, provocando uma exclamação nervosa em resposta.

Ele então voltou para o banco de reservas com Ken, deixando o deprimido Makoto na caixa de batedor, seu espírito de luta anterior agora indo pelo ralo abaixo.

O Técnico Hanada colocou seu braço ao redor do ombro de Ken e o puxou para mais perto, um sorriso no rosto.

“Por que você não me contou que podia arremessar tão rápido? Cara, o Chris deve ter treinado um monstro como você desde que você saiu do ventre.” Seu tom era alegre, compreensivelmente.

Ken inclinou a cabeça confuso, “Quão rápido eu estava arremessando?” ele perguntou.

“O quê? Você não sabe?”

Dessa vez foi a vez do Técnico se confundir.

Ken balançou a cabeça. “Não, na verdade eu parei de arremessar durante todo o ano passado por causa de uma lesão no ombro.”

A mandíbula do Técnico Hanada caiu, quase se deslocando com o choque que veio com as palavras de Ken.

“A-Ah não se preocupe, estou curado. Meu pai me levou ao fisioterapeuta que me liberou para arremessar.” Ken entrou em pânico, pensando que o Técnico pudesse considerar colocá-lo no banco por causa disso.