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- Capítulo 606 - 606 EU SEMPRE ESTAREI AQUI 606 EU SEMPRE ESTAREI AQUI PONTO
606: EU SEMPRE ESTAREI AQUI 606: EU SEMPRE ESTAREI AQUI PONTO DE VISTA DO IVAN
Eu corri pelos corredores o mais rápido que pude. Meu coração trovejava no peito, mais alto que o som das minhas botas batendo contra os frios pisos de pedra. Eu empurrei as pessoas para fora do caminho, mal registrando seus gritos de surpresa ou o som surdo de corpos batendo contra as paredes. Não me importava se eu os machucava no processo; nada mais importava exceto chegar até ela.
Milhares de pensamentos gritavam em minha cabeça, cada um pior que o outro. Ela foi encontrada, Arianne foi encontrada! Mas tecnicamente não era ela. Seu corpo havia sido encontrado nos escombros do castelo e foi Rissa que a encontrou.
Ela encontrou Arianne! Arianne. Ouvir seu nome em minha mente foi o empurrão que eu precisava, um lembrete agudo e doloroso de que eu não estava me movendo rápido o suficiente. Eu empurrei mais um grupo de servos, seus suspiros de surpresa desaparecendo atrás de mim enquanto eu subia outro lance de escadas.
Cada cenário horrível arranhava em minha mente. E se ela não estivesse respirando? E se seus ferimentos fossem graves demais? E se ela…
Não podia pensar. Não iria!
Virei nos últimos corredores e pude distinguir o som de pessoas conversando na sala junto com alguém chorando. Eu parei em frente à porta, puxando um fôlego profundo empurrei a porta para abrir.
Todos na sala se levantaram em respeito. Rissa e Jafar estavam lado a lado e eu não conseguia focar em nenhum deles porque a única pessoa em que eu estava tão focado estava deitada na cama sem se mover.
A primeira coisa que meus olhos captaram — o que meu coração se recusava a processar — eram suas pernas ensanguentadas. Listras carmesins, hematomas e sujeira encobriam sua pele, e por um momento, o mundo inclinou.
Eu dei um passo à frente, meus movimentos automáticos. Meu corpo estava me puxando para ela, mas Rissa e Jafar hesitaram, bloqueando meu caminho. A relutância deles era clara na forma com que a mão de Jafar se mexia ao lado, sua habitual expressão estoica quebrada com algo perto de piedade.
“Saiam da frente,” eu rosnei, a única palavra crua com raiva e desespero.
Rissa estremeceu levemente, trocando um olhar com seu marido, mas eles não se afastaram.
“Ivan…” Rissa começou, sua voz suave, quase implorando. “Curandeiros já foram chamados, então talvez seja melhor—”
“Saiam!” Eu bradei dessa vez, cortando-a. Minha paciência havia acabado, substituída por uma necessidade fervente de chegar até Arianne. De vê-la. De tocá-la.
Relutantemente, eles se afastaram, e eu não perdi um segundo. Passei por eles, meus olhos fixos em sua forma frágil. Quando me aproximei da cama, o mundo ao meu redor pareceu desfocar, desaparecendo ao fundo.
Seu rosto estava pálido, demasiado pálido, e seus lábios estavam rachados e secos. Ela parecia tão pequena, tão diferente da mulher forte que eu conhecia. Meus joelhos atingiram a lateral da cama enquanto eu me abaixava ao lado dela, minha mão trêmula estendendo-se para tocar a dela.
Havia um grande corte ao redor de seu pulso, a ferida serrilhada e furiosa, crostas de sangue seco. Meu estômago torceu violentamente, náusea e raiva surgindo em medidas iguais.
“Arianne…” eu chamei trêmulo, mas ela não se mexeu. Ela parecia estar respirando, mas mal.
“O que… o que aconteceu com ela?” Minha voz quebrou, a pergunta raspando da minha garganta como vidro partido. Eu não ergui a cabeça; não consegui. Meus olhos estavam presos na ferida, minha mente preenchida com mil cenários horripilantes.
A voz de Rissa veio de algum lugar atrás de mim, suave e hesitante. “Ninguém sabe, nós a encontramos assim.”
Um soluço escapou de mim enquanto eu pensava em quais horrores ela deve ter suportado. Alcancei por Arianne, trazendo suas mãos aos meus lábios e pressionando um beijo nelas.
Atrás de mim, ouvi o som discreto de movimentos. Rissa se aproximou, e pelo canto do olho, vi-a segurando uma tigela de água e uma pilha de panos de lavagem. Suas mãos tremiam enquanto as colocava sobre a mesa ao lado da cama, o esforço de manter sua compostura evidente em cada movimento.
“Eu preciso limpar ela antes que qualquer outra pessoa chegue”, disse Rissa baixo, sua voz pesada de emoção. Ela fungou, enxugando rapidamente seus olhos como se não quisesse se desfazer. “Ela não queria que ninguém a visse assim.”
Suas palavras flutuavam no ar, cortando o silêncio como uma lâmina. Eu podia ouvir o leve tremor em sua voz, o peso de sua dor mal contida.
Eu assenti entorpecido, meu olhar nunca deixando Arianne. “Você está certa, ela não iria querer.” Eu respondi com um sorriso no rosto. “Deixe me fazer isso.”
Rissa abriu sua boca como se quisesse discutir, mas Jafar a pegou pelo braço, sacudindo a cabeça levemente. Rissa se aproximou, segurando a tigela de água com mãos trêmulas. Eu a aceitei sem palavras, meu controle firme apesar da tempestade que rugia dentro de mim. Ela hesitou por um momento como se quisesse dizer algo mais, mas a presença de Jafar ao seu lado a puxou de volta.
“Não queremos ser perturbados”, disse eu, minha voz fria e definitiva. Não olhei para ela. Meu foco estava inteiramente na mulher que jazia diante de mim, quebrada, mas viva. “Permita Madea aqui dentro e mais ninguém.”
O fôlego de Rissa se engasgou baixinho, o peso do meu tom não deixando espaço para discussão. Ela assentiu uma vez, embora eu não a visse; Eu só ouvi o som sutil de seus passos enquanto ela se virava para sair.
A porta se fechou atrás deles com um baque suave, e o silêncio que se seguiu me pressionou como um manto sufocante. Sozinho agora, deixei escapar um sopro trêmulo e mergulhei o pano de lavagem de volta na tigela.
A água estava fresca, ondulando ligeiramente enquanto minhas mãos tremiam. Eu torci o pano, gotas caindo na tigela com um ritmo silencioso, e voltei minha atenção para Arianne.
Ela parecia tão frágil, tão diferente da mulher feroz e inflexível que eu conhecia. Meu peito doía ao vê-la, mas eu reprimi a dor. Eu tinha que focar. Eu tinha que fazer isso por ela.
Cuidadosamente, limpei a sujeira de seu rosto, seu pescoço, seus braços — cada movimento lento e deliberado, como se eu pudesse de alguma forma lavar não apenas a sujeira, mas também a dor e o sofrimento que ela suportou.
“Você odiaria isso,” eu murmurei, minha voz quebrando o silêncio. “Você odiaria ser vista assim, não é? Vulnerável. Indefesa.”
Eu parei, minha garganta apertando. “Mas você não é indefesa. Nunca foi. Você é a pessoa mais forte que eu conheço, Arianne. Sempre foi.”
O quarto permanecia imóvel, seus respirar superficiais sendo o único som a quebrar o silêncio. Cada subida e descida de seu peito era um salvavidas, um fio frágil que me amarrava à esperança.
“Eu não sei o que farei se você não acordar”, sussurrei, minha voz mal audível. “Então você tem que acordar, ok? Você tem que lutar. Por mim. Por nós.”
Eu me inclinei para frente, pressionando um beijo em sua testa, demorando-me ali enquanto as lágrimas queimavam meus olhos. “Eu sei que você está lutando, mas preciso que você não pare agora. É egoísta pedir isso a você, mas preciso que você lute por mim, Arianne, por favor, apenas lute!” eu sussurrei, “Eu estarei bem aqui esperando por você o tempo todo. Sempre estarei aqui.”
E assim, eu fiquei, o peso da minha promessa me ancorando ao lado dela enquanto as horas se estendiam.