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  3. Capítulo 602 - 602 UMA NOVA ESPERANÇA 602 UMA NOVA ESPERANÇA PONTO DE VISTA
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602: UMA NOVA ESPERANÇA 602: UMA NOVA ESPERANÇA PONTO DE VISTA DE TAG’ARKH
Empurrei a porta do quarto, ignorando os guardas que ali estavam com uma expressão de confusão em seus rostos. A hesitação deles era palpável, mas nenhum se atreveu a me questionar. Bom. Eu não estava com disposição para suas perguntas bajuladoras ou preocupações inoportunas.

As pesadas portas de carvalho rangiam sob a força do meu empurrão, batendo contra as paredes de mármore com uma rachadura ressonante. O som ecoava na câmara, atraindo todos os olhares do cômodo para mim; Aquafina e Lurina que me encaravam com expressões resignadas em seus rostos.

“Ah,” Lurina, sempre composta, disse com uma calma que só alimentava minha ira. Ela estava sentada em sua cadeira dourada, pernas cruzadas, seus cabelos prateados derramando-se como luz de luar pelas suas costas. “Aí vem ela, nossa tempestade. O que é desta vez, querida Tag’arkh?”

“Desta vez?” Sibilei, avançando mais para dentro do quarto, meus coturnos clicando nitidamente contra o chão polido. “Você pergunta como se minha raiva fosse injustificada? Que diabos vocês fizeram com os gêmeos?”

Aquafina suspirou profundamente, recostando-se na cadeira como se o peso da minha raiva fosse um incômodo leve. “Te disse que nada passa por ela,” ela murmurou para Lurina, que revirou os olhos em resposta.

“Muito bem, não passa mesmo!” Eu retruquei, minha voz reverberando pela câmara. “Vocês têm alguma ideia do que eles estão passando? Do que Arianne está passando por causa dos seus joguinhos mesquinhos e egoístas?”

“Nossos joguinhos mesquinhos?” Aquafina zombou de mim, eu preciso lembrar que são os Destinos que têm um papel nisso? Ou você pretende reescrever o destino você mesma?”

Soltei um suspiro pesado, beliscando a ponte do meu nariz em frustração. O tom santimonioso delas era como unhas em pedra. Fechando os olhos, respirei fundo, tentando manter meu temperamento a apenas um triz de explodir. “Eu sei disso,” eu disse, minha voz tensa. “Arianne está sendo punida, e eu entendo o motivo — mas seus filhos não merecem compartilhar sua dor!”

Os lábios de Aquafina se apertaram numa linha fina, mas ela não disse nada. Lurina, sempre a imagem da crueldade calma, arqueou uma sobrancelha. As duas trocaram um olhar, então, um vislumbre fugaz carregado de palavras não ditas. Eu captei isso, e isso só alimentou o fogo borbulhando sob minha pele.

“O que é?” Eu exigi, minhas chamas cintilando mais intensamente enquanto eu dava um passo à frente. “Não pense que não notei isso. O que vocês não estão me dizendo?”

Lurina deu de ombros, “Um filho nascido de um mortal e um deus é um tabu; todos nós sabemos disso,” Lurina disse, sua voz tão suave e fria quanto gelo polido.

Suas palavras atingiram como um martelo, e por um momento, só pude encará-la, incredulidade duelando com raiva. “Você acha que eu não sei disso?” Eu rosnei, minhas chamas envolvendo-me, lançando sombras tremeluzentes pelo quarto. “Mas eles estão aqui. Eles são inocentes. A lei não muda isso!”

Aquafina se mexeu, sua expressão ilegível, mas seu silêncio dizia muito. Ela não estava negando — nenhuma delas estava. Eles haviam condenado os gêmeos simplesmente por existirem, e minhas irmãs tinham desempenhado seu papel ao permitir que isso acontecesse.

“Chega de rodeios,” eu disse, minha voz abaixando para um ronco ameaçador. “O que vocês não estão me dizendo? O que isso tem a ver com o sofrimento dos gêmeos?”

Lurina inclinou a cabeça, um leve sorriso irônico curvando seus lábios, como se minha raiva a divertisse. “O vínculo entre Arianne e seus filhos não foi apenas uma consequência de sua desobediência, querida irmã,” ela disse, cada palavra pingando condescendência. “Foi projetado—uma punição sem escape. Os filhos são a manifestação física de seu pecado. Eles compartilham sua dor porque estão atados à própria existência dela. Se ela sofre, eles sofrem.”

Minha respiração falhou, o ar ao meu redor aquecendo até se tornar quase insuportável. “Você está dizendo que isto foi deliberado? Que os Destinos planejaram isso?”

“Claro que sim,” Aquafina finalmente falou, seu tom medido mas tingido de cansaço. “Você acha que os Destinos são tão descuidados a ponto de deixar uma transgressão como a dela passar sem controle? O vínculo garante que ela não pode simplesmente fugir de sua punição. Seus filhos são o laço, um lembrete do que ela ousou desafiar.”

Minhas chamas rugiram à vida, lambendo as paredes, enquanto minha fúria transbordava. “Você quer dizer que estão usando vidas inocentes para ensinar uma lição?”

Lurina deu de ombros novamente, indiferente à minha raiva. “Chame como quiser. Justiça, retribuição… Isso não muda a realidade.”

Eu dei um passo mais perto dela, minhas chamas projetando sombras aguçadas em seu rosto calmo e composto. “E você acha que eu vou aceitar isso? Que vou deixá-los sofrer por um erro que não cometeram?”

“O que você vai fazer, Tag’arkh?” Aquafina perguntou, sua voz suave, mas cortante. “Desafiar os Destinos? Queimar os fios do destino até virarem cinzas? Você é poderosa, sim — mas mesmo você não pode reescrever as leis deles.”

Parei, minhas chamas diminuindo levemente, mas apenas para ocultar a tempestade de fogo que se formava dentro de mim. “Você está certa,” eu disse com um sorriso irônico que estava longe de ser divertido. “Talvez eu não possa reescrever o destino deles…” Meu olhar se voltou para Lurina, segurando seus frios olhos prateados com uma intensidade que fez sua sobrancelha arquear levemente. “Mas eu conheço alguém que pode.”

O quarto mergulhou em um silêncio carregado. Aquafina inclinou a cabeça, seu olhar aquático se estreitando como se tentasse decifrar meu significado, mas Lurina… Ah, Lurina sabia. Um lampejo do que poderia ser aprovação? Diversão?—brilhou em sua frieza. Seus lábios tremeram, quase imperceptivelmente, em algo que poderia ter sido o fantasma de um sorriso. Então ela me deu um aceno leve, deliberado.

Isso foi tudo que eu precisava.

Sem mais uma palavra, virei nos calcanhares, minhas chamas ganhando vida mais uma vez, deixando trilhas de brasas brilhantes em meu rastro. As pesadas portas de carvalho rangiam enquanto eu as empurrava, o eco de seu estrondo ricocheteando pelo corredor como o trovão de uma tempestade que se aproxima.

Eu marchava pelo corredor, meus coturnos batendo no chão de mármore com propósito. O ar ao meu redor ficava mais quente a cada passo, minhas chamas lambendo as paredes como se me incentivando a seguir em frente. Eu não me importava com os olhares surpresos dos guardas ou os sussurros que me seguiam. Deixem eles falarem. Deixem eles se perguntarem.

Eu estava indo para o único lugar que abrigava o único ser capaz de desafiar os Destinos. O único lugar onde o poder rivalizava com o deles.

A caverna dos exilados!

***
PONTO DE VISTA DE ARIANNE
Estou acorrentada aqui há exatamente cento e cinquenta e um dias e contando.

Os primeiros dias se misturaram em uma névoa de agonia, cada hora trazendo um novo tormento para o qual eu não estava preparada. Mas agora? Agora, conheço os ritmos do meu sofrimento como uma canção de ninar cruel. O amanhecer chega com sua nevasca amarga, uma tempestade implacável que se infiltra em meus próprios ossos. Meus cílios congelam, pesados por icículos, e cada respiração queima como cacos de vidro cortando meus pulmões. As correntes que prendem meus pulsos às paredes da caverna são geladas, mordendo minha pele, mas eu já não me encolho com o frio.

Ao meio-dia, a neve derrete como se nunca tivesse existido. O sol queima a caverna com tanta intensidade que meu suor nem tem chance de se formar — evapora instantaneamente. Minha pele parece estar sendo assada viva, o ar ao meu redor tremulando com ondas de calor. Eu pressiono minhas costas contra as paredes de pedra ásperas, esperando alívio, mas o calor se agarra a mim, implacável e zombeteiro.

E então vem a noite.

O vento uiva como uma banshee, carregando consigo lâminas de gelo e cacos de areia semelhantes a vidro. Eles se movem pela caverna, cortando minha pele exposta, deixando novos rastros de sangue para se misturar com as cicatrizes antigas. Eu me encolho, mas nunca é o suficiente. As lâminas me encontram, rasgando em mim até eu ter certeza de que não resta nada para cortar.

Mas ainda estou aqui.

Sobrevivi 151 dias, e sobreviverei a mais um se isso significa que posso manter minha família segura.

Os destinos pensaram que essa punição me quebraria. Talvez eles pensaram que eu imploraria por misericórdia ou sucumbiria à loucura que sussurra nas margens da minha mente. Mas eu me recuso. Minha dor não será a vitória deles.

Eu encaro a entrada da caverna, onde o sol cruel está começando a nascer novamente. Meus cílios congelados piscam contra a luz, e eu aperto os dentes enquanto o frio avança pelas minhas pernas. Outra manhã, outra batalha.

Eles me colocaram aqui por desafiar suas leis, por ousar proteger o que eles consideravam indigno. Meus filhos. Minha família.

Se eu tiver que suportar mais cento e cinquenta dias, mil dias a mais, eu suportarei. Eu sairei desta cova de tormento, quebrada e cicatrizada, e os verei novamente.

Tudo que faço, faço por eles!

Apertei os punhos, as correntes enferrujadas tilintando contra as paredes irregulares da caverna. O sol começou a descer, lançando longos raios dourados pelo chão, um lembrete cruel de que o breve alívio do calor escaldante logo daria lugar a um novo tipo de tormento. Minha pele seca doía, e meus lábios rachados arderam enquanto eu os lambia, uma tentativa vã de umidade.

As sombras se aprofundavam, e com elas vinha o sussurro ameaçador do vento. Fechei os olhos, preparando-me para o ataque que viria.

Começou devagar, um uivo fraco à distância, como um predador perseguindo sua presa. Eu mudei meu peso, ajustando as correntes para proteger o máximo possível do meu corpo. Não que isso importasse — as lâminas me encontrariam, como sempre faziam.

Eu me preparei para a dor que viria, mas não veio.

Em vez disso, a caverna foi inundada por um brilho tão intenso que me deixou temporariamente cega. As bordas afiadas do vento foram substituídas por um calor radiante, diferente do calor cruel do sol do meio-dia. Esta luz era suave, reconfortante e estranha em um lugar de tormento como este.

Pisquei rapidamente, tentando me ajustar, meu coração batendo em confusão e esperança frágil. Uma figura emergiu do brilho, sua silhueta firme e segura enquanto avançava.

Levei um momento para reconhecer o rosto por trás da luz, e quando o fiz, mesmo exausta e desgastada como estava, um sorriso lento se formou em meus lábios rachados.

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