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- Capítulo 581 - 581 DÊ A ELES UMA LUTA E TANTO 581 DÊ A ELES UMA LUTA E TANTO
581: DÊ A ELES UMA LUTA E TANTO 581: DÊ A ELES UMA LUTA E TANTO PONTO DE VISTA DO IVAN
O reino inteiro estava em caos. Soldados corriam de um lado para o outro, agarrando o que conseguiam no arsenal. Espadas, escudos, flechas—cada homem tentando se equipar para a batalha que se aproximava logo além do horizonte. Eu estava na borda do pátio, o peso pesado da espada em minha mão se sentindo como uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo.
Estava chegando.
A guerra que temíamos há tanto tempo agora era inevitável. A notícia nos alcançou há apenas alguns dias—Azar estava em movimento, marchando com seus exércitos em direção às nossas fronteiras. Sabíamos que esse dia chegaria, tínhamos ouvido histórias dos reinos que ele havia conquistado, as terras que ele havia queimado. Cada aviso, cada pedido de unidade entre as nações vizinhas havia sido ignorado. E agora, era tarde demais. Azar estava aqui, e não haveria raciocínio, nenhuma diplomacia.
Apenas guerra.
Isso é o que tinha se tornado. Sem negociações, sem diplomacia—apenas o choque inevitável de espadas e o derramamento de sangue. Azar estava vindo, e com ele, Thea. Ainda não sabia como ele havia conseguido destruir reinos tão facilmente, como alguém poderia queimar um reino inteiro até o chão e apagá-los tão completamente. Mas eu acreditava, não—eu sabia—ele não estava fazendo isso sozinho. Ele tinha ajuda. Dela.
Thea. Sua bruxa.
Eu não me lembrava dela sendo tão poderosa, porém. Quando a vi pela primeira vez quando ela estava nos atacando por salvar Ravenna, ela era apenas mais uma feiticeira, envolvida nas pequenas truques feitiços—ilusões, feitiços menores, nada que pudesse abalar um reino até seu núcleo. Mas Ravenna… Ravenna, agora ela era um nome que enviava um arrepio pela sua espinha. Ela era a única poderosa o suficiente para causar o tipo de destruição que estávamos vendo agora. O tipo que poderia transformar cidades em cinzas com um único feitiço. Mas não era apenas o poder que a tornava perigosa; era o preço que vinha com a magia negra. Um preço que sempre arruinava quem a empunhava.
E isso é o que mais me assustava em Thea.
Eu estava na sala de guerra, olhando para o mapa estendido na mesa, marcado com as últimas conquistas de Azar. Cada um havia caído mais rápido que o anterior. Reinos inteiros desaparecendo num piscar de olhos. Os soldados, as muralhas, até as grandes fortalezas não significavam nada diante de qualquer magia que a bruxa de Azar havia desencadeado.
Mas como? Como Thea, que era uma vez uma simples criada mal conhecida no reino, se tornou a arma que Azar agora empunhava?
Kiran estava em frente a mim, sua testa franzida enquanto examinava o mapa estendido na mesa de guerra. A tensão na sala era sufocante, e a luz vacilante das velas lançava sombras longas e ameaçadoras nas paredes. Nosso tempo estava se esgotando.
“Temos menos de um dia para nos preparar antes que eles venham atrás de todos nós,” Kiran murmurou, sua voz carregada com o peso da realidade. Seu dedo traçava as linhas avançando do exército de Azar no mapa, se aproximando cada vez mais do nosso reino a cada momento que passava.
“Quantos soldados estamos enfrentando?” perguntei, tentando manter minha voz estável, embora a pressão estivesse aumentando. Uma expressão pensativa mascarava a ansiedade que fervilhava dentro de mim.
Kiran abriu a boca para responder, mas foi Harald que falou do canto onde ele estava afiando sua lâmina. Seus olhos brilhavam com uma mistura de determinação sombria e algo mais escuro, algo resignado.
“Você está perguntando sobre o exército dos mortos-vivos ou sem?” Harald perguntou, sua voz cortando o silêncio como uma faca. “Porque se você está perguntando sem os mortos-vivos, eles são cerca de setecentos e vinte mil graças à merda covarde que escolheu se juntar a eles. Mas com o exército dos mortos-vivos… bem, eles podem muito bem ser uma força imparável.”
Olhei para ele, e por um momento, a sala pareceu congelar. O peso de suas palavras se assentou pesadamente sobre todos nós. Os mortos-vivos. O pesadelo que assombrava a mente de cada soldado. A ideia de lutar contra homens que não sentiam dor, que não morriam a menos que você os queimasse ou cortasse suas cabeças—um exército que poderia continuar vindo mesmo depois de terem caído.
“Não imparável,” eu disse, minha voz quieta mas firme. “Só precisamos matar os cento e vinte mil soldados vivos primeiro.”
Harald sorriu com isso, embora não houvesse humor nisso. “E quanto aos mortos-vivos? Quando seus corpos se levantarem novamente, o que vai acontecer?”
“Então lidaremos com eles depois.” Tentei projetar confiança, mas até eu sabia quão tênues eram nossas chances.
Kiran balançou a cabeça, seu olhar ainda fixo no mapa. “Não temos pessoal para isso. Temos talvez apenas cento e cinquenta mil homens, e metade deles são milícia despreparada. Azar está vindo com um exército que é mais do que o dobro disso mesmo sem os mortos-vivos. E com Thea—Ninguém sabe que merda ela se tornou de repente!”
Eu expirei lentamente, o peso da situação pesando sobre mim. “Não podemos focar nos números, Kiran. Se fizermos isso, já perdemos.”
“Então em que podemos focar?” ele perguntou, finalmente olhando para cima do mapa, seus olhos procurando os meus por respostas que eu não tinha.
Eu caminhei até a mesa, me inclinando sobre ela, traçando o caminho das forças de Azar. “Focamos na estratégia. Usamos o terreno a nosso favor. Atraímos eles, fazemos eles lutarem em nossos termos.”
Harald resmungou, “De alguma forma duvido que isso vá funcionar porque Azar só quer uma coisa, Arianne!”
“Bem, é bom que ela não esteja aqui então!” Eu retruquei, mais duramente do que pretendia.
Silêncio. Eu percebi imediatamente, como a sala ficou parada, como se cada respiração tivesse sido puxada de uma vez e segurada lá. Lentamente, levantei a cabeça, encontrando seus olhos—o olhar firme de Harald, o olhar agudo de Kiran, e o cálculo frio de Rollin. Mas foram os olhos de Tag’arkh que fizeram meu estômago afundar. Ela estava incomumente quieta, seu comportamento feroz temperado com algo mais suave, algo como tristeza.
Ela sabia.
Eles todos sabiam.
Não estou lidando mal com a ausência de Arianne—pelo menos, é o que eu continuo me dizendo. Mas a verdade é, eu sinto falta dela. Sinto tanto sua falta que parece que não consigo me concentrar em mais nada. Toda vez que fecho os olhos, vejo seu rosto, seu sorriso, a maneira como ela ria quando me pegava olhando para ela por muito tempo. Mas agora, com ela fora, tudo que consigo sentir é o espaço vazio onde ela costumava estar. A guerra pairando sobre nós, as reuniões de estratégia, os preparativos—tudo isso parecia barulho de fundo para a única coisa com a qual realmente me importo: trazê-la de volta.
Tag’arkh finalmente falou, sua voz suave mas firme. “Arianne está bem, Ivan, você não precisa se preocupar com ela. Você precisa colocar todo o seu foco nisso, tenho certeza de que onde quer que ela esteja, Arianne está bem.”
“Sim, não há como saber, não é?” Eu retruquei, levantando a cabeça para olhá-la. “Não consigo senti-la através do vínculo, quero dizer, ainda está lá, mas agora está fraco!” Minha voz estalou, a frustração transbordando antes que eu pudesse contê-la.
Tag’arkh não se abalou. Seu olhar permaneceu firme, inabalável. “Então você terá que confiar nela,” ela disse firmemente. Suas palavras pairaram no ar entre nós, pesadas e implacáveis.
“Confiar?” Eu soltei uma risada amarga, passando a mão pelo cabelo em exasperação. “Ela está lá fora sozinha, Tag’arkh. Toda sozinha, enquanto o exército dos mortos-vivos anda livre!” Eu bati minha mão na mesa, o eco do impacto mais alto do que eu antecipava. “Você entende o que isso significa? Saber que ela pode estar lá fora, cercada por esses monstros, e eu não posso fazer nada?”
O silêncio na sala era sufocante. O peso dos meus medos, minha raiva, pairava sobre nós como uma nuvem de tempestade prestes a estourar.
Rollin falou, “Não subestime sua majestade, suserano. Se alguém pode sobreviver sozinha lá fora, é ela.”
Kiran balançou a cabeça, “Acredite ou não Arianne,” Ele falou suavemente, “E você também acredita. Arianne é mais forte do que você está dando crédito a ela. Se alguém pode sobreviver a isso, é ela.”
Eu cerrei os dentes, virando de costas para ela enquanto olhava para o mapa na parede. Os exércitos dos reinos convergindo. As forças de Azar se aproximando cada vez mais. E Arianne… em algum lugar além daquele horizonte, se afastando cada vez mais de mim. O vínculo que uma vez parecia uma linha de vida agora tremeluzia como uma chama moribunda.
Harald entrou, segurando meus ombros. “Precisamos focar Ivan, não podemos deixar o medo começar a nublar nosso julgamento. Precisamos vencer essa guerra, o que significa criar a melhor estratégia e eu preciso de você aqui comigo.”
Eu virei para olhar Harald que me deu um único aceno, “Você está certo irmão, preciso tentar vencer essa guerra.”
“É disso que estou falando.” Kiran declarou se sentindo mais animado, “Vamos dar a eles uma baita de uma luta, algo que eles não esperam!” Ele disse com um sorriso no rosto.
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