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566: REUNIR ALIADOS 566: REUNIR ALIADOS PONTO DE VISTA DO IVAN
Por um minuto, ninguém disse nada, ninguém falou. O único som que eu conseguia ouvir era o do sangue correndo para a minha cabeça. Parecia que uma tempestade furiosa estava se formando dentro de mim, cada batida martelando contra minhas têmporas.
“Que merda você acabou de dizer?” Harald rosnou, o tom baixo e ameaçador.
Langmore se remexeu desconfortável, mas não recuou, seus olhos passando de um para o outro enquanto falava novamente. “Temos medo de que essa seja a única opção que temos agora!” Ele tentava parecer resoluto, mas a rachadura em sua voz o traiu. Ele concordava com o que Remington havia dito, sem dúvida. Todos concordavam. Mas o covarde ainda não conseguia se forçar a me olhar diretamente nos olhos.
Kiran, parado logo atrás de mim, deu uma risada sombria, o som como o ronco de uma tempestade se aproximando. “E mesmo assim você escolheu dizer isso?” ele perguntou, sua voz suave, mas afiada como uma lâmina. “De todas as palavras que podia dizer, você escolheu essa?”
Eu podia sentir o calor subindo no meu peito, a raiva apertando seu controle ao redor da minha garganta. Minhas mãos se fecharam em punhos ao meu lado, e tive que me forçar a ficar parado. Para ouvir. Para escutar o restante do veneno que certamente sairia da boca de Remington.
“Tudo é culpa da rainha,” Remington murmurou em sua respiração, alto o suficiente para que todos ouvissem. “Eu sempre soube que havia algo errado com ela desde que entrou no castelo. E então ela apareceu com todas aquelas runas, falando sobre ser abençoada pela própria Deusa da Lua—”
“Remington, chega!” Gerald interrompeu, seu tom cheio de cautela, mas não o suficiente para esconder que ele também possivelmente concordava com o que Remington estava dizendo.
Harald ao meu lado soltou uma gargalhada profunda, seus ombros sacudindo com cada respiração de riso. “É como se ele não soubesse que é um homem morto,” Harald disse, suas palavras pingando de diversão, como se isso fosse alguma piada em um pub, em vez de traição no coração do castelo.
Meu sangue fervia com a audácia. Tolos! Pensei enquanto travava olhares com cada um deles, procurando em seus rostos um vislumbre de sensatez, um traço de lealdade, algum sinal de que alguém entre eles não culpava Arianne. Mas não havia nenhum. Nem um sequer.
Langmore sentou-se rígido, seus dedos batucando nervosamente na mesa, olhos passando de um homem para o outro. Gerald estava mais composto, braços cruzados, mas mesmo ele evitava meu olhar. Alguns deles tinham dúvidas, mas eu podia ver — essas dúvidas estavam começando a vacilar, erodidas pelo medo e pelas mentiras sussurradas. Esse recinto era um covil de covardes.
Meus olhos se voltaram para Remington, que estava sentado com um ar de falsa confiança, suas costas retas como se isso por si só pudesse dar-lhe força. Ele me encarou de volta, mas sua fachada era frágil. Inclinei minha cabeça, lentamente, avaliando-o como se ele fosse uma presa. Eu o vi apertar os braços da cadeira um pouco mais forte, sua respiração se interrompendo, e eu vi. O momento em que seu olhar vacilou. O momento em que o medo sangrou através de sua máscara, e ele olhou para outro lado.
“Depor minha rainha?” Eu finalmente perguntei, “É culpa dela, você diz?”
“Sua majestade, eu acredito que essa seja a melhor solução possível agora.” Gerald finalmente falou, “O que está acontecendo está causando uma ruptura entre reinos, todos os outros se aliaram com o senhor das trevas…”
Kiran zombou ao meu lado, “Sério que é assim que vamos começar a chamá-lo agora?”
“É como os outros reinos o chamam, quero dizer olhe como a situação se escalou, não temos aliados caso uma guerra venha e vai acontecer, não haverá jeito de impedir!” Remington gritou, “Quer dizer, como diabos você espera que vamos para a guerra com a deusa da escuridão?” Ele perguntou olhando ao redor enquanto os outros acenavam com a cabeça em concordância.
As palavras começaram a me irritar, a maneira como o medo deles se espalhava pelo recinto como uma doença. Minhas têmporas pulsavam, minha paciência diminuindo. “Uma guerra não vai acontecer. Certamente não com a Deusa da Escuridão,” eu murmurei, mais para mim mesmo do que para eles, embora eu estivesse tentando controlar meu temperamento.
“E como você pode ter tanta certeza?” Remington disparou, elevando sua voz enquanto fala. “Ela está se preparando para isso há anos! O senhor das trevas — chame do que quiser — está consolidando poder mais rápido do que podemos acompanhar! E a rainha… sua rainha… ela recusa fazer o que precisa ser feito!”
Eu apertei meus punhos, a tensão em meu corpo aumentando a cada palavra que ele cuspiu. “Recusa fazer o que precisa ser feito?” Eu repeti, sentindo o calor se construindo por trás dos meus olhos. “Você acha que estou cego para o que está acontecendo, Remington?”
O recinto ficou em silêncio. Eu podia sentir o peso de seus olhares, suas acusações não ditas pesadas no ar. Era sufocante, a hipocrisia aderindo a cada respiração.
“Esta guerra de que você fala? Esta guerra com a qual está tão assustado não está ocorrendo, e você sabe por quê?” Eu me inclinei para a frente, minha voz baixa, mas carregada de veneno. “A rainha. Arianne é a única impedindo-a. Ela está fazendo tudo o que pode para nos proteger da Deusa da Escuridão, e ainda assim, vocês são todos tão rápidos em acreditar nos rumores de Azar e seguir atrás dele como idiotas sem espinha! Você realmente acha que ele vai proteger vocês quando chegar a hora?”
Eu deixei a pergunta no ar, meus olhos passando por seus rostos. Nenhum único deles teve a coragem de falar. Nem mesmo Gerald, que geralmente era o primeiro a resistir. Meu peito arfava com frustração, e uma risada amarga escapou dos meus lábios antes que eu pudesse pará-la. “Então, vocês são todos tolos maiores do que eu pensava.”
“Sua Majestade…” Gerald começou, mas eu nem me dei ao trabalho de ouvi-lo. Estava feito com essa reunião, feito com a covardia deles.
“Esta reunião está encerrada!” Eu declarei, minha voz ressoando com finalidade. “E eu não quero ouvir mais uma palavra sobre isso.”
Toda pessoa na sala baixou a cabeça, murmurando sua concordância enquanto se levantavam. Um a um, eles saíram, ansiosos para escapar da tensão que pesava no ar. Todos, exceto Langmore.
Ele hesitou na porta, virando-se para me olhar. “Sua Majestade, se posso?”
De onde eu estava sentado, ainda fervendo de raiva, ergui os olhos para encará-lo. Eu já podia sentir a irritação aumentando, sabendo que qualquer coisa que saísse da sua boca seria um absurdo. Mas eu concordei com a cabeça. “Fale.”
Langmore baixou a cabeça, sua voz cautelosa, mas firme. “Você pode nos achar desalmados por sugerir a deposição da rainha, mas você deve saber isso — os outros reinos já fizeram petições para que ela seja removida. Cinco assinaram. Apenas dois restam, e o apoio deles à rainha está diminuindo. Uma vez que assinem, estará fora das suas mãos.”
Eu o olhei com um olhar entediado, mesmo quando o pensamento de estrangulá-lo passou brevemente por minha mente. Eu o descartei tão rápido quanto veio. “Chegue ao ponto, Langmore. Estou ficando entediado.”
Ele engoliu, mas empinou a espinha, levantando a cabeça para encontrar meu olhar. “Meu ponto, Sua Majestade, é este: em vez de permitir que sua rainha enfrente a vergonha pública de ser deposta por forças externas, faça você mesmo. Assim, parece como se fosse sua escolha. Você controla a narrativa.”
Ele se curvou profundamente, esperando minha resposta, mas eu não lhe dei nenhuma. Com um último olhar, ele saiu, fechando a porta atrás de si.
Assim que ele se foi, Kiran rosnou, sua fúria fervilhando logo abaixo da superfície. “Deveríamos ter matado ele quando tivemos a chance.”
“Eu concordo,” Harald rosnou em uníssono de seu assento. “Junto com aquele idiota do Remington.”
Eu não respondi. Em vez disso, levantei a mão para minha têmpora, massageando a dor surda que lá se instalou. Eu raramente tenho dor de cabeça, mas essa… essa não estava indo embora.
“Você está bem?” Kiran perguntou, seu tom impregnado de preocupação.
Eu não respondi imediatamente. Apenas fiquei sentado lá, olhando para o local onde Langmore havia estado, suas palavras ecoando em minha cabeça. “Depô-la eu mesmo?” O mero pensamento disso revirou meu estômago.
“Você não deve pensar muito nisso, ninguém vai depor Arianne!” Kiran disse com tanta convicção que quase me fez querer acreditar nele.
Como eles poderiam sequer sugerir isso? Arianne não tinha feito nada além de lutar por este reino, arriscar tudo para proteger esses mesmos covardes que agora conspiravam contra ela. E agora eles esperavam que eu a traísse, para fazer parecer como se fosse minha escolha? Como se isso tornasse tudo mais palatável, mais aceitável para o resto do mundo?
Eu apertei meus punhos, sentindo a raiva se construindo mais uma vez. “Eles não entendem,” eu murmurei, mais para mim mesmo do que para Kiran. “Eles pensam que depô-la resolverá seus problemas, mas estão errados. Eles não percebem o que ela fez por eles. Por todos nós.”
Kiran se aproximou, sua mão pousando no meu ombro. “Eles não se importam. Eles só veem o que querem ver.”
“Eu não vou permitir que ela perca o lugar dela!” Eu disse, minha voz com uma promessa.
“E nem nós!” Harald disse, “Arianne não vai a lugar algum e mesmo que uma guerra venha, vamos garantir que estamos prontos, mas primeiro, precisamos reunir o resto de nossos aliados!”