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557: O ENCONTRO 557: O ENCONTRO PONTO DE VISTA DE ARIANNE
Fui levada a um estado de sonho, estava escuro, e por um momento tive medo de que Nyana tivesse me encontrado novamente. Meu coração acelerou, cada nervo em alerta, antecipando o frio toque do seu reino, mas algo estava diferente desta vez. O ar parecia carregado, mas não com o temor de sempre. Não estava realmente escuro, mas era como se também não houvesse nada para ver. Um vazio se estendia à minha frente, estranho e desconhecido, mas de certa forma reconfortante. O medo que normalmente sentia no reino de Nyana estava ausente, substituído por uma vaga sensação de reconhecimento, como se esse lugar já tivesse sido parte de mim.
Eu hesitei, tentando acalmar minha respiração, quando ouvi — uma voz que me fez arrepiar, não de medo, mas de uma profunda e dolorosa familiaridade.
“Olá, Arianne!”
Prendi a respiração enquanto me virava em direção ao som, minha mente correndo por memórias que pensei ter enterrado há muito tempo. E então a vi — Ravenna, de pé, exatamente como eu a lembrava, uma figura de uma época em que os sonhos eram preenchidos com esperança em vez de pesadelos.
“Ravenna!” eu ofeguei, o nome escapando dos meus lábios antes que eu pudesse processar completamente a realidade de sua presença.
“Olá, velha amiga!” ela respondeu, sua voz quente e melódica, um contraste marcante com a maneira como ela soava quando estava viva.
Lágrimas embaçaram minha visão enquanto corria em direção a ela, uma necessidade desesperada de tocá-la, de confirmar que ela era real, tomando conta de todos os meus pensamentos. Mas quando cheguei perto dela, hesitei, lembrando a natureza deste lugar. Estávamos em um estado de sonho, um mundo onde nada era sólido, onde até o passado poderia enganar.
Parei a poucos centímetros de abraçá-la, minhas mãos pairando a centímetros de sua forma. Ela sorriu, um olhar de entendimento em seus olhos, e percebi que ela compreendia. Ravenna sempre me entendeu de maneiras que ninguém mais conseguia. Ravenna continuava parada, trajando um simples vestido branco que caía até seus joelhos.
“Você não está aqui, está?” sussurrei, as lágrimas finalmente transbordando.
“Não,” ela admitiu suavemente, “mas também não parti completamente.”
“Onde você está?” perguntei e então olhei ao redor, “O que é este lugar?”
“O vazio do nada!” disse Ravenna, olhando em volta, “Nem Neveah ou o submundo, apenas flutuando no meio até que eu finalmente aguarde o julgamento pelos meus crimes.”
Um olhar de pena se assentou em meu rosto enquanto eu olhava para Ravenna, sua presença tanto confortante quanto inquietante. Ela me ofereceu um sorriso irônico em resposta, seus olhos refletindo o vasto vazio ao nosso redor.
“Você não deveria estar triste por mim, Arianne,” ela disse, sua voz firme e resignada. “Este é um destino melhor do que eu esperava.”
“Certo, poderia ser pior,” respondi com um riso seco, tentando aliviar o clima, embora o riso soasse vazio no vazio. Ravenna sorriu levemente ao meu esforço. “Seu filho está bem, a propósito. E Lowe… ele está tentando ganhar o perdão de sua esposa e filhas. Mas ele ainda se insere na vida de Raven como pode. Eu o nomeei em sua homenagem, você sabe.”
“Eu sei,” disse Ravenna suavemente, seu olhar se suavizando. “E eu sabia que você cuidaria bem dele, por isso confiei a ele a você em primeiro lugar.” Ela deu um passo mais perto, sua expressão se tornando séria. “Mas eu não tenho muito tempo. Vim para te avisar.”
“O quê? O que é?” perguntei, meu coração batendo forte no peito enquanto buscava em seu rosto respostas.
“Ivan vai morrer,” afirmou Ravenna, sua voz firme e certa.
Arqueei uma sobrancelha para ela, confusão e incredulidade me inundando. “Como assim? Ivan… como? Quando?”
“Não sei exatamente como ou quando, mas eu vi,” continuou Ravenna, seus olhos escuros com presságio. “Os fios do destino estão fortemente entrelaçados ao redor dele, e eles estão se desgastando, se desfazendo mais rápido do que eu esperava.”
“Não!” eu sussurrei, balançando a cabeça como se o movimento pudesse de alguma forma dissipar a verdade em suas palavras.
O olhar de Ravenna se suavizou, um raro lampejo de simpatia em seus olhos normalmente impassíveis. “Parecerá que sua mãe está empenhada em tirar todos que você ama,” ela sussurrou, seu tom quase apologético.
Minha cabeça girou em direção a ela, a respiração se prendendo em minha garganta. “Minha mãe?”
Ravenna assentiu lentamente, sua expressão sombria. “Ela quer que você volte para casa, Arianne. Mas é o seu amor pela sua família que te mantém aqui no reino mortal. Ela está determinada a apagar cada um deles, começando por Ivan. E me desculpe, Arianne, mas você não pode impedir o que está por vir. Ninguém pode.”
“Não!” eu disse novamente, a palavra um pedido desesperado. “Nada acontecerá com Ivan, eu não vou permitir.”
Mas mesmo enquanto eu falava, sentia o peso da inevitabilidade pressionando sobre mim. Minha mãe, com sua vontade implacável, seu poder além da minha compreensão — como eu poderia lutar contra isso? E ainda assim, a ideia de perder Ivan, de ficar à margem enquanto minha mãe o arrancava deste mundo, era insuportável.
“Arianne,” disse Ravenna suavemente, sua voz cortando meus pensamentos em espiral. “Tenho medo de que já esteja acontecendo!”
“Não!” gritei, minha voz tremendo enquanto eu olhava para Ravenna, desesperada por algum sinal de que tudo aquilo era um erro, um mal-entendido.
Mas a expressão de Ravenna estava preenchida de tristeza, seus olhos escuros refletindo uma tristeza que parecia ser demais real. “Sinto muito, de verdade,” ela sussurrou, sua voz soando distante agora, como se viesse de algum lugar remoto além do meu alcance. Assisti horrorizada enquanto sua forma começava a borrar, suas bordas se dissolvendo no vazio ao nosso redor.
“Não, não, espere…” eu chamei, estendendo a mão em sua direção, mas era tarde demais. Ela já estava desaparecendo, sua figura se esvaindo no espaço vazio que parecia engoli-la por completo. Pânico surgiu em mim, e tentei me mover, segurar o sonho, mas tudo escorregava como areia entre meus dedos.
O vazio ao meu redor colapsou, a escuridão se desfazendo para revelar uma luz forte e cegante. Eu ofeguei, abrindo os olhos rapidamente, meu coração batendo forte no peito. Estava acordada, o sonho já se esvanecendo da minha mente como uma lembrança distante. Mas o medo, o pavor — ele perdurava, pesado e opressor.
Sentei-me, respirando em solavancos curtos e irregulares. O quarto ao meu redor estava iluminado, o suave brilho da aurora filtrando pelas cortinas. Tudo estava parado, silencioso, mas meu coração disparava, e o eco das palavras de Ravenna ressoava em meus ouvidos.
“Já está acontecendo.”
Não conseguia sacudir a sensação de urgência, o pressentimento de que algo terrível se desenrolava enquanto eu estava lá, impotente para impedir. Precisava agir, fazer alguma coisa, qualquer coisa, para proteger Ivan e os outros.
Sem mais pensar, joguei as cobertas para longe e escorreguei minhas pernas para dentro das pantufas. Meu coração batia forte no peito enquanto andava apressada para fora do quarto, abrindo as portas com força. O ar frio do corredor me atingiu como um choque, mas mal o registrei enquanto me movia com propósito, meus passos acelerando a cada segundo.
Desceu as escadas correndo, o som dos meus passos ecoando pelos corredores silenciosos do palácio. As paredes ornamentadas e as tapeçarias douradas embaçavam na minha visão periférica enquanto meu foco se mantinha fixo à frente. Minha mente era um turbilhão de medos e planos malformados, mas um pensamento me mantinha em movimento: eu tinha que chegar até Ivan.
Ao chegar ao pé da escada, avistei as pesadas portas duplas que davam para o pátio. Dois guardas estavam posicionados de cada lado, suas armaduras brilhando na luz tênue. Eles se endireitaram ao me ver, seus olhos se arregalando de surpresa.
“Sua Alteza!” um deles chamou, dando um passo à frente como se fosse me impedir.
“Abram as portas!” eu comandei, minha voz incisiva e intransigente. Não havia tempo para explicações ou cortesias. Os guardas hesitaram, trocando um olhar rápido, mas sabiam que não deveriam me questionar.
“Agora!” eu insisti, perdendo a paciência.
“Sim, Sua Alteza,” o outro guarda respondeu, apressando-se para puxar as pesadas portas. O ar frio da manhã invadiu o espaço, cortando minha pele, mas isso não importava. O único pensamento na minha cabeça era chegar até ele — antes que fosse tarde demais.
Eu pisei nos degraus de pedra, a bainha do meu vestido arrastando no chão enquanto me movia. O pátio banhado na luz cinza suave da aurora, o céu apenas começando a clarear, mas eu não tinha tempo para admirá-lo. Meu coração batia forte no peito, cada batida me impulsionando para a frente, mais rápido, mais rápido.
Minha respiração se condensava no ar gelado enquanto cruzava o pátio, o som dos meus passos ressoando nas paredes de pedra. Os cavalariços apenas começavam suas tarefas matinais, e eles olharam surpresos enquanto eu me aproximava.
“Preparem meu cavalo,” exigi, sem diminuir o passo.
O mestre dos estábulos, um homem mais velho com olhos bondosos, se adiantou apressado. “Sua Alteza, é perigoso cavalgar sozinha. Talvez eu pudesse—”
“Eu disse preparem meu cavalo,” interrompi, meu tom de voz não deixando margem para discórdia. Não havia tempo para explicar, não havia tempo para esperar. Cada segundo que se passava parecia uma eternidade, e o medo me roía, agudo e implacável.
Em instantes, meu cavalo foi trazido e eu agarrei as rédeas prestes a montá-lo quando fui subitamente impedida.
“E para onde você pensa que vai tão cedo?”
Virei-me para ver Dahlia atrás de mim com um olhar confuso no rosto. “Ivan está em perigo, não há tempo para explicar, mas tudo que sei é que preciso encontrá-lo.”
“Ah, pelo amor de Deus, de novo não!” Dahlia murmurou em voz baixa, “Ivan está bem, pare de se preocupar!”
Eu não me dei ao trabalho de escutá-la e, em vez disso, levei Tuck para fora ignorando o resmungo de Dahlia atrás de mim.
“Arianne, escute-me” Dahlia chamou atrás de mim, mas eu a ignorei, “Pare de se preocupar e volte para dentro, o Ivan está bem!”
“E como você sabe disso?” eu gritei para ela, não aguentando mais.
Os olhos de Dahlia se arregalaram em descrença por um momento antes de ela soltar um suspiro pesado. “Porque, eu posso vê-lo cavalgando para dentro do castelo!”
“O quê_” respirei, justo quando ouvi o som de cascos trovejando enquanto cavalgavam para dentro do castelo.