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- Capítulo 551 - 551 JULGAMENTO FINAL 551 JULGAMENTO FINAL Elsa gritou alto
551: JULGAMENTO FINAL 551: JULGAMENTO FINAL Elsa gritou alto quando finalmente soube da verdade sobre a traição de seu marido. O som de sua angústia ecoou pelas paredes de pedra da sala do trono, um grito pungente e visceral que perfurou o ar. Eu estremeci, incapaz de compreender completamente a profundidade de sua dor, embora esperasse essa reação. Tínhamos enviado por ela naquele mesmo dia, assim que o Conselho confirmou a traição de Lowe. Eu temia esse momento, sabendo que, por mais suavemente que tentasse dar a notícia, isso a destruiria.
Quando Elsa chegou, seu rosto estava pálido e seus olhos continham um lampejo de esperança, como se acreditasse que poderia haver algum engano. Eu sabia melhor. Tentei manter minha voz firme, escolhendo minhas palavras com cuidado, mas nada poderia amenizar o golpe. No momento em que pronunciei as palavras, “Lowe traiu o reino”, ela paralisou.
Por um instante, houve silêncio. Então, quando a realização se firmou, seu corpo começou a tremer. Ela começou a soluçar, cada respiração prendendo dolorosamente em seu peito. A visão dela desmoronando diante de mim, quebrando sob o peso desse conhecimento, rasgou algo profundo dentro de mim.
Mas foi somente quando ela soube a razão por trás de sua traição que ela realmente se perdeu. Quando eu disse a ela que Lowe tinha feito isso por outra mulher, seus soluços se transformaram em lamentações. Era como se cada parte dela tivesse sido dilacerada, sua voz estava crua com tristeza e traição. Ela desabou no chão, agarrando a camisa de Lowe.
Meu coração se apertou de pena ao vê-la, minha garganta apertada de emoção. Tudo o que podíamos fazer era ficar ali, impotentes, enquanto ela soluçava incontrolavelmente. Seus dedos se fecharam em punhos, agarrando o tecido como se fosse o último pedaço dele que ela poderia segurar. O amor que ela tinha por ele, a confiança, a vida que eles haviam construído juntos—estava tudo se desfazendo diante de seus olhos.
“Enviamos por você porque eu cheguei a uma decisão, mas por respeito, quis ouvir a sua.” A voz de Ivan ecoou na pequena câmara, suas palavras carregadas de finalidade, “Qualquer que seja sua decisão, saiba que a respeitarei!”
Elsa soltou outro soluço, o som cortando a sala, antes de balançar a cabeça. “Você sabe,” ela começou, olhando para Lowe, que estava em silêncio ao lado, com a cabeça baixa de vergonha. “Não é o fato de você ter me traído e ter tido um filho com a inimiga do reino, não é isso. O que realmente me machuca, o que verdadeiramente me machuca, é que você estava me deixando sem dizer nada.”
Suas palavras ficaram suspensas no ar, cruas e vulneráveis. Eu podia ver a dor gravada em cada linha de seu rosto, a maneira como seus ombros caíram sob o peso da traição. A traição de Lowe não era apenas ao reino—era a ela, a mulher que o tinha amado, que havia confiado nele com seu coração.
Lowe não se moveu, não disse uma palavra em sua defesa. Talvez ele soubesse que não havia nada que pudesse dizer que aliviaria a angústia que causara. Seu silêncio era tão condenatório quanto as acusações, uma confirmação de sua culpa.
“Diga algo, Lowe, por favor, diga qualquer coisa.” A voz de Elsa tremia enquanto ela implorava a ele, o desespero em seu tom cortando o silêncio da câmara. Ela ficou diante dele, seus olhos grandes e vermelhos, cheios de lágrimas que ainda não haviam caído. “Eu não merecia isso. Eu te amei, eu te amei mesmo quando você não me amava. E você queria me deixar! O que eu teria dito para Anne? Você sabe como ela te admira. Você pode me deixar, eu sei que não sou a sua parceira, mas você não deveria querer partir o coração de Anne, não assim.”
A menção de Anne, sua filha, fez Lowe estremecer. Eu observei enquanto sua fachada de silêncio estoico rachava, seus ombros caíam levemente sob o peso de suas palavras.
Quando Lowe finalmente falou, sua voz era apenas um sussurro. “Eu sinto muito.”
O fôlego de Elsa falhou, e por um momento, ela apenas olhou para ele, como se esperasse mais. Mas nada mais veio.
“Você está arrependido,” ela ecoou, sua voz oca. “Você está arrependido. Isso é tudo o que você tem a dizer? Depois de tudo, depois de quase destruir nossa família, o futuro de nossa filha, isso é tudo o que você pode me dar?”
“Eu sinto muito.” Lowe pediu desculpas novamente.
Elsa fungou, seus olhos vermelhos e inchados pelas lágrimas que ela havia derramado desde que chegara. Suas mãos tremiam enquanto ela enxugava o rosto, tentando se recompor diante do que estava por vir. “Sabe de uma coisa_” Ela começou, “Eu não me importo mais com a traição, Lowe,” ela disse, sua voz agora mais firme, embora ainda cheia de dor. “Não me importo com as mentiras ou o filho que você teve com ela. O que me importa é nós—nossa família. Anne. Eu não posso deixar você deixá-la assim. Ela precisa do pai, e não importa o que você tenha feito, não vou tirar isso dela. Você pode trazer o filho, eu vou criá-lo e amá-lo como meu próprio, você pode passar o resto de sua vida pedindo desculpas à Anne e a mim!”
Ela se virou para Ivan, que estava assistindo à troca em silêncio, seu rosto insondável. “Rei Ivan, por favor,” Elsa implorou, sua voz densa de emoção. “Poupe a vida dele. Eu sei que ele cometeu traição, e sei que merece ser punido. Mas eu imploro a você, como esposa, como mãe—não o tire de nós. Podemos encontrar uma maneira de corrigir isso, de expiar pelo que ele fez, mas por favor… não deixe Anne crescer sem o pai dela.”
Eu vi como o olhar de Ivan se suavizou ao olhar para Elsa. Houve uma pausa, um momento de hesitação, enquanto ele considerava o pedido dela. Era claro que ele não esperava isso—que nenhum de nós esperava. Elsa, apesar de tudo, estava pedindo por misericórdia, não por si mesma, mas pela filha.
Lowe também parecia estarrecido. Sua cabeça se ergueu, os olhos arregalados enquanto olhava para Elsa, descrença e algo como esperança brilhando em seu olhar. Ele abriu a boca para falar, mas nenhuma palavra saiu. Em vez disso, ele simplesmente a encarou, como se tentasse compreender o fato de que ela ainda poderia amá-lo, ainda querer salvá-lo, depois de tudo o que ele havia feito.
“Elsa…” Lowe começou, mas sua voz falhou, e ele teve que parar, lutando para encontrar as palavras certas.
Você não merece meu perdão!” A voz de Elsa cortou o ar como uma lâmina, afiada e implacável. Seu olhar estava fixo em Lowe, que estava lá, ombros curvados, olhos baixos. “Mas você merece o perdão de Anne, então passe sua vida tentando compensá-la, e se você tentar sair novamente, eu mesma arrancarei seu coração!”
Eu não pude deixar de admirá-la. Um sorriso surgiu no meu rosto enquanto eu a observava, de pé e resoluta, suas palavras cheias do fogo de uma mulher que fora injustiçada, mas ainda estava de pé, forte. Isso sim é uma mulher, pensei comigo mesmo. Elsa havia passado pelo inferno, mas ela não ia deixar isso quebrá-la. Ela estava recuperando seu poder, exigindo responsabilidade do homem que a havia traído, mas mais do que isso, ela estava colocando sua filha em primeiro lugar. Havia algo ferozmente protetor nela, e era essa força que a ajudaria a atravessar esse pesadelo.
Ao virar meu olhar para Ivan, notei como ele arqueou a sobrancelha para mim. Ele estava esperando minha permissão, percebi.
Eu acenei com a cabeça sorrindo, sinalizando minha concordância com a decisão de Elsa. Era a escolha certa, e ela merecia ter sua escolha respeitada.
O olhar de Ivan percorreu o resto da sala, silenciosamente pedindo sua concordância também. Um por um, os outros acenaram com a cabeça. Até mesmo Dahlia, que havia estado quieta e sombria durante todo o procedimento, finalmente inclinou a cabeça em reconhecimento. Estávamos todos de acordo—essa era a escolha de Elsa, e nós a apoiaríamos.
Ivan finalmente acenou, sua expressão se tornando solene enquanto se dirigia a Elsa. “Sua lealdade à sua família é admirável, Elsa,” ele disse calmamente, sua voz carregando o peso da decisão que estava prestes a tomar. “E por sua causa, pouparei a vida dele. Mas saiba disso— as ações de Lowe não podem ficar impunes. Ele está destituído de suas funções reais, e quanto a Raven, ele fica conosco.”
A sala pareceu ficar ainda mais quieta, o ar carregado de tensão. A cabeça de Lowe se ergueu, seu rosto pálido enquanto ele processava as palavras de Ivan. “O quê?” ele perguntou, sua voz tingida de desespero. “Mas ele é meu…”
“Filho, sim,” Ivan interrompeu, seu tom firme e intransigente. “Mas Ravenna o confiou a nós. Você pode vê-lo duas vezes por mês, e você deveria ser grato por isso é tudo o que estou oferecendo em vez de sua cabeça numa estaca como eu originalmente planejei!”
O rosto de Lowe se desfez enquanto ele absorvia a finalidade do decreto de Ivan.
“Agora escoltem-os para fora com a intenção de que, se ele for visto em qualquer raio do castelo, ele será morto a tiros com flechas de mata-lobo à vista!” Ivan ameaçou e eu sei que ele pretendia cumprir com sua promessa.
Lowe e Elsa se levantaram e se curvaram profundamente antes de se virarem e deixarem a sala. Justo antes de alcançar as portas, Lowe se virou para nos olhar com um pequeno sorriso no rosto.
“Obrigado pela sua magnanimidade, majestades,” Lowe disse, sua voz calma, quase serena. Ele nos fez outra reverência, mais profunda desta vez, um gesto final de gratidão ou talvez submissão. Era difícil dizer qual.