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- Capítulo 542 - 542 UMA NOVA VIDA 542 UMA NOVA VIDA PONTO DE VISTA DE ARIANNE
542: UMA NOVA VIDA 542: UMA NOVA VIDA PONTO DE VISTA DE ARIANNE
Eu fiquei paralisada, meu coração batendo forte no peito enquanto eu observava tudo se desenrolar em uma dor interminável e em câmera lenta. Ravenna estava diante de mim com um olhar de horror cravado em seu rosto, seus olhos arregalados e suplicantes enquanto sangue jorrava de seus lábios como uma cascata carmesim.
“Não,” eu ouvi um grito distante, um berro gutural que parecia rasgar a própria fábrica do meu ser. E então eu percebi, com um choque de horror, que o grito angustiado vinha de mim.
Sem hesitar um momento sequer, corri em direção a Ravenna, minhas pernas se movendo como se estivessem pesadas como chumbo, cada passo parecia uma eternidade. O mundo ao meu redor se turvava em uma névoa de cores e formas, a única coisa em foco era a forma encurvada de Ravenna no chão.
Seus joelhos cederam sob ela, mandando-a desabar no chão frio e implacável. Eu podia ouvir o som chocante de seu corpo atingindo a terra, podia ver como suas mãos tremiam ao tentarem inutilmente impedir a queda inevitável.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto, quentes e salgadas contra minha pele, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Ravenna. Eu podia sentir a agonia rasgando meu peito, uma dor crua e primal que ameaçava me consumir por inteiro. Minhas mãos tremiam enquanto eu estendia a mão para tocá-la, tentando oferecer algum conforto diante de tanta violência sem sentido.
“Fique comigo, fique comigo Ravenna, por favor, fique comigo….” Eu sussurrei, minha voz quebrando com emoção enquanto eu a segurava perto de mim. Seus lábios manchados de sangue tremiam, seus olhos procurando os meus em busca de consolo em meio ao caos.
“Merda, ela se foi!”
“Aconteceu tudo tão rápido, eu juro!”
“Aquela puta também sabia abrir um portal!”
“Qual é a do Azar e sua obsessão por bruxas? Que tipo de lobo se rebaixa tanto a usar magia?”
“Bastardo, eu vou matá-lo! Eu juro que vou!”
“Arianne, merda, ela está perdendo muito sangue!”
Eu podia ouvir a voz dos meus amigos enquanto falavam, mas até para mim soava abafada. Suas vozes eram ecos distantes em segundo plano. Mas eu não podia desviar meu olhar de Ravenna, do olhar de horror cravado em seu rosto, da dor que contorcia suas feições enquanto ela soltava um gemido baixo.
“Ravenna, você vai ficar bem, você vai ser…” tentei assegurá-la quando sua voz de repente se torceu em dor.
“Ravenna?” Aurora se aproximou, “Merda, onde está doendo?”
Ravenna soltou outro gemido apertando-me mais forte à medida que ela segurava seu estômago.
Senti um aperto súbito no peito, uma onda de pânico e medo me invadindo ao perceber o que estava acontecendo.
“Merda!” Eu ouvi Kiran xingar.
Ravenna estava entrando em trabalho de parto ali mesmo, bem agora, no meio desse pesadelo!
Meu coração martelava nos meus ouvidos, um batimento frenético de terror enquanto eu tentava processar a absoluta impossibilidade da situação. Como é que vida e morte poderiam coexistir em uma dança tão cruel e distorcida? Como é que alegria e tristeza poderiam se entrelaçar em um revirar cruel do destino?
“Merda, merda, merda, o que a gente faz?” Kiran xingou, a frustração evidente em seu tom.
“Precisamos levá-la até Madea!” Aurora sugeriu.
Ivan balançou a cabeça em discordância. “Não, ela não sobreviveria à jornada de volta, não assim.”
Eu sabia que Ivan estava certo porque Ravenna já estava em um estado ainda pior. Ela não sobreviveria à viagem de volta ao castelo porque ela estaria… morta!
“Então o que fazemos?” Tag’arkh perguntou.
“Não temos escolha a não ser fazer o parto nós mesmos.” Yasmin declarou e eu levantei a cabeça para olhá-la, “Devemos ao menos tentar tirar o bebê.”
“Mas como…”
Ravenna soltou um gemido alto interrompendo o que quer que eu quisesse dizer.
Não havia tempo para perguntas, não havia tempo para dúvidas. Eu tinha que me concentrar, ser forte por Ravenna, pela vida que pulsava dentro dela mesmo com a morte se aproximando no horizonte. Com as mãos trêmulas, estendi a mão para ela, oferecendo o pouco conforto que podia diante de tanta violência sem sentido.
“Ravenna, respire comigo. Seja forte, você consegue,” Eu murmurei, minha voz um sussurro trêmulo de determinação.
“Por favor, só tire o bebê de mim, por favor…” Ravenna ofegou em dor, o suor cobrindo sua pele.
Olhei para Yasmin que já estava ajoelhada ao lado de Ravenna. “Merda, ela perdeu muito sangue. Eu não acho que ela vai resistir, e o bebê também.”
“Não,” eu discordei, “Nós vamos salvar os dois!”
“Arianne, isso não é possível!” Yasmin disse com um tom triste.
Balançando a cabeça, olhei de volta para Ravenna, “Não importa, eu vou salvar vocês dois, okay? Então fique comigo, por favor!” Eu olhei para Ravenna, seu rosto era uma máscara de dor e esgotamento, mas havia um lampejo de determinação feroz em seus olhos que endureceu minha própria determinação.
Ravenna conseguiu um aceno fraco, sua voz mal um sussurro, “Só por favor, tire esse bebê de mim.” Suas palavras cortaram a tensão no ar, um lembrete marcante da urgência da situação.
“Tudo bem, vamos trabalhar!” Tag’arkh declarou, “Mas primeiro vamos movê-la para ela ficar confortável!”
Os homens saltaram em ação, seus movimentos rápidos e determinados enquanto juntavam roupas para deitar no chão. Com as mãos gentis, eles ergueram Ravenna, suportando seu peso enquanto a moviam cuidadosamente para uma posição mais confortável.
Eu permaneci perto, minhas mãos cerradas em punhos ao meu lado enquanto eu observava a cena se desenrolar diante de mim. A justaposição de vida e morte, de dor e esperança, era quase demais para suportar. Mas eu sabia que tinha que ser forte, por Ravenna, pela pequena vida que estava prestes a entrar no mundo.
Enquanto Ravenna se acomodava na cama improvisada de roupas, sua respiração trabalhosa e irregular, eu me ajoelhei ao seu lado, oferecendo o pouco de conforto que podia. Eu afastei uma mecha de cabelo encharcada de suor de sua testa, meu toque gentil e tranquilizador.
“Você está indo muito bem, Ravenna,” Eu murmurei, minha voz estável apesar da turbulência que rugia dentro de mim. “Só se concentre na sua respiração, estamos aqui com você a cada passo do caminho.”
E enquanto nos preparávamos para ajudar no parto, fixei o olhar em Ravenna, uma promessa silenciosa passando entre nós. Eu podia ver a força feroz no olhar de Ravenna, uma determinação que refletia minha própria resolução em ajudá-la a superar esse momento de provação.
“Certo, Yasmin e Aurora, vocês tentam tirar a dor dela, Arianne. Ela está perdendo tanto sangue, então pegue um pano e pressione forte para que ela não sangre muito!” Tag’arkh ordenou, “E vocês, fiquem de olho em qualquer maldito portal e Ravenna, eu preciso que você grite para mim!” Ela disse olhando para Ravenna que assentiu em concordância.
E então, conforme as primeiras ondas do trabalho de parto a tomavam, Ravenna soltou um grito primal que parecia ecoar pelos céus. O som perfurou o ar, uma expressão crua de dor e poder que enviou calafrios pela minha espinha.
Sem hesitar, entrei em ação, minhas mãos movendo-se com eficiência para limpar o sangue que escorria de suas feridas. A visão disso, escura e sinistra, só alimentava minha determinação em ver Ravenna superar essa provação.
Aurora e Yasmin se ajoelharam ao lado dela, suas mãos firmemente entrelaçadas nas dela, seus rostos uma máscara de suporte inabalável. A cada contração, sussurravam palavras de encorajamento, suas vozes um bálsamo calmante para a dor de Ravenna.
“Você está indo muito bem, Ravenna. Estamos bem aqui com você,” disse Aurora, sua voz firme e reconfortante.
Yasmin assentiu em concordância, seus olhos cheios de empatia e determinação. “Só um pouco mais, você consegue.”
Ivan, Kiran e Rollin ficaram de guarda na entrada, seus olhos afiados e vigilantes, vasculhando as sombras em busca de qualquer sinal de perigo. Sua presença era uma garantia silenciosa, um escudo contra o desconhecido que espreitava para além da segurança do nosso santuário improvisado.
Tag’arkh movia-se com uma graça que me surpreendia, suas mãos um borrão de movimento enquanto cuidava das necessidades de Ravenna. “Você está quase lá, Ravenna. Só mais alguns empurrões,” ela disse, sua voz surpreendentemente gentil.
Os gritos de Ravenna ecoavam pelo cômodo, uma sinfonia de dor e triunfo que parecia reverberar nas paredes. Cada grito era um grito de batalha, um testamento de sua força e resiliência diante de chances avassaladoras.
E então, em um momento que parecia estar suspenso no tempo, o corpo de Ravenna arqueou com um último grito angustiante. O cômodo ficou em silêncio, o ar denso de antecipação enquanto esperávamos com o fôlego suspenso.
E então, um choro atravessou a quietude, um som pequeno e frágil que encheu o cômodo com uma sensação de maravilha e assombro.
“É um menino!” Tag’arkh exclamou, um sorriso se abrindo em seu rosto.
O rosto de Ravenna se suavizou, um olhar de pura alegria e exaustão cruzando suas feições enquanto ela contemplava a nova vida que trouxe ao mundo.
“Oh, graças aos deuses Ravenna, você conseguiu!” Aurora elogiou dando tapinhas em Ravenna que sorriu.
Eu sorri enquanto olhava para a pequena forma chorosa nas mãos de Tag’arkh quando, de repente, o corpo de Ravenna ficou imóvel. Virei-me para olhar para ela, mas seu rosto estava contorcido em dor.
“Ravenna?”
“Arianne, acho que… acho que algo está errado!”