SEU PAR ESCOLHIDO - Capítulo 101

101: COMO O INFERNO 101: COMO O INFERNO Um balde de água fria foi jogado sobre mim, fazendo-me despertar subitamente. Expeli uma respiração trêmula enquanto meus olhos se abriam. A primeira coisa que vi foi que estava de volta à minha cela e acorrentada à parede. Ambos os meus pulsos e tornozelos estavam acorrentados. Mas o que mais me causava dor era a grande corrente que estava presa em meu pescoço. Eles a chamaram de amortecedor. Eu podia senti-la drenando minha força vital! Eu estava fraca, tão fraca.

“Bom, você está acordada.” a voz irritante de Levi disse do outro lado da minha cela.

Olhei para ele com raiva. “Apenas me deixe ir, por favor.”

“Eu vou! Você sabe que quero, mas isso se você entregar seu poder para mim.” Levi diz com um encolher de ombros.

Meu olhar se desviou para onde Aurora estava parada ao lado dele com uma expressão estoica no rosto. Como ela podia suportar ver isso? Estava com dores, pelo amor de Deus! “Aurora, você pode parar com isso.”

“Só entregue a ele o que ele quer, Arianne.” Aurora diz com um olhar solene no rosto.

Olhei para ela horrorizada. “Mas eu morreria!”

“Talvez. Talvez não.” Aurora disse, dando de ombros enquanto eu continuava a olhá-la horrorizada.

Quem era essa mulher e o que diabos ela fez com minha cunhada? Eu me perguntei enquanto olhava para Aurora antes de meu olhar se desviar para o homem astuto ao lado dela, que assistia a tudo com um olhar ardiloso.

“Você!” rosnei para Levi. “Você fez isso! Você fez isso com ela!”

Levi sorriu para mim antes de juntar as mãos. “Eu absolutamente não fiz nada a ela.”

“MENTIROSO!” Eu gritei, puxando forte a corrente do meu pulso.

Levi revirou os olhos. “Acalme-se, Arianne, você só vai se machucar.”

“Diga-me o que você fez com ela, seu maldito bastardo ômega!” Eu exigi, fazendo os olhos de Levi se arregalarem naquilo.

“Como você sabe disso?”

Eu sorri para ele. “Saber o quê? Que você é um ômega escória?”

Levi imediatamente se colocou diante da minha cela. “NÃO OUSE DIZER ESSE NOME NOVAMENTE!”

“Mas é o que você é, não é?” Pisquei inocentemente, gostando do jeito que havia atingido onde dói. Na verdade, eu não sabia como ele era um lobo ômega. Eu só tinha adivinhado, mas parece que eu estava certa.

“Você não sabe de nada!” Levi rosnou, pressionando-se contra as barras de ferro da minha cela.

Levantei com sarcasmo uma sobrancelha. “Ah é? Veja bem, o estúpido aqui é você.” Eu lhe digo com pequeno divertimento, “Você realmente pensou que, tendo o poder de Tag’arkh, você poderia mudar sua origem.” Digo, e Levi desviou o olhar, confirmando minhas suspeitas. “Deuses, era isso mesmo que você estava pensando?” Eu perguntei surpresa antes de explodir em risadas.

“O que tem de engraçado? O que tem de engraçado?” Levi perguntou, mas eu o ignorei e apenas continuei rindo, “PARE DE RIR E FALE COMIGO!” Levi exigiu enquanto batia nas barras de ferro com as mãos furiosamente.

Sacudi a cabeça para ele ainda delirante de riso. Virei meu olhar para Aurora, que ainda observava tudo com uma expressão vazia no rosto. “Sério, Aurora? Este é o homem que você quer escolher como marido? Ele parece um pouco desequilibrado, você não acha?”

“Você não sabe nada sobre nosso amor ou sobre ele, Arianne.” Ela respondeu monótona.

“Oh, eu sei o suficiente!” Eu retruquei antes de me virar para enfrentar Levi. “E quanto a você, faça o que quiser comigo, mas não vou desistir dos meus poderes.”

Levi acenou com a cabeça para mim. “Não se preocupe, você se quebrará em breve.”

Fingi estar pensativa. “Hmmm eu não tenho certeza disso, nem eu nem a deusa dentro de mim gostamos de homens tentando nos controlar.”

“Veremos sobre isso.” Levi prometeu e se virou para sair.

Eu respirei aliviada quando ele saiu. Meu olhar voltou para Aurora, que ainda estava no mesmo lugar. “Aurora?” Chamei implorando, pois eu precisava desesperadamente de um aliado.

“Por que você está fazendo isso, Arianne?”

Franzi a testa para ela. “Por quê? Pelo amor dos deuses, Aurora, você está realmente me perguntando por quê?”

“Ele está apenas tentando ajudá-la.” Aurora diz e eu franzi o rosto em desgosto. Ela falava como uma idiota lavada cerebral.

“Parece que está me ajudando, me acorrentando?”

“Você é um perigo para si mesma e para todos ao redor.” Aurora declarou novamente.

Me aproximei dela. As correntes chacoalharam enquanto eu fazia isso. “A Aurora que eu conheço nunca me permitiria ser acorrentada.”

“Talvez seja exatamente onde você deveria estar!” Aurora rosnou para mim, me pegando de surpresa.

Isso era bom, ela estava com raiva! A raiva era uma emoção e eu preferiria lidar com isso a deixá-la continuar a me encarar com uma expressão vazia no rosto como se não se importasse.

“Você é um perigo para todos ao seu redor, Arianne, incluindo Ivan!” Ela disse ainda olhando para mim, os olhos ardendo com raiva. “Você está disposta a se manter com esse poder? Ser uma fonte de destruição para tudo o que você preza? Pense nisso, boa noite, Arianne.”

Depois de dizer isso, Aurora partiu, me deixando sozinha. Eu deslizei para o chão, as palavras de Aurora ainda retumbando na minha cabeça. Será que eu estava realmente disposta a ser um agente de destruição? Devo mesmo entregar meus poderes para Levi?

“Tag’arkh?” Eu chamei para a escuridão, “Tag’arkh?” Eu sussurrei de novo, mas fui recebida com silêncio.

Eu soltei um suspiro cansado enquanto encostava minha cabeça para trás contra a parede. Não esperava realmente que Tag’arkh respondesse. Ela estava fraca! O que quer que essa maldita coleira em meu pescoço estivesse fazendo, eu podia senti-la enfraquecendo a ela e a mim.

“Seja lá o que você está fazendo, Tag’arkh, eu realmente espero que esteja certa.” Eu sussurrei antes de fechar os olhos para tentar dormir um pouco.

***
A porta da minha cela se abriu com um estrondo alto e, quando abri os olhos, outro balde de água gelada foi despejado sobre minha pele. Eu me engasguei enquanto limpava a água do rosto para encarar o guarda que havia realizado o ato.

“Faça isso comigo mais uma vez e eu prometo que vou fazer chover fogo sobre você.” Eu ameacei.

O bastardo apenas zombou de mim. “Guarde sua ameaça para depois, vossa alteza, você foi convocada.”

Endireitei minha coluna diante disso. “E se eu me recusar?” Eu perguntei com arrogância.

“Boa tentativa, vossa majestade!” O guarda disse antes de me puxar para cima pelas correntes sem se importar que estivessem cortando meus pulsos.

Não me incomodei em resistir enquanto o guarda me levava para onde quer que estivesse me levando. Passamos por alguns dos guardas na caverna escura enquanto o guarda continuava puxando forte na minha corrente em direção a outra caverna escura.

A primeira coisa que vi foram Levi e Aurora e eles estavam ao lado de uma cadeira que tinha faixas de ferro nas alças onde meus braços seriam colocados.

“Achou um novo jeito de me torturar, pelo visto?” Comentei secamente, fazendo o guarda me empurrar para frente, filho da puta!

Levi encarou o guarda, “Ei, cuidado com ela!” Ele repreendeu o guarda que se curvou imediatamente, em seguida seu olhar cortou para mim. “Bom dia, vossa alteza, espero que tenha dormido bem?” Levi perguntou com uma reverência irônica.

“Você sabe muito bem que não.” Eu resmunguei baixinho, “Então, para que é isso?”

Levi caminhou casualmente em direção à cadeira. “Por que você não se senta nela e descobre?”

Senti um calafrio percorrer-me, e não era por causa da água gelada que haviam jogado em meu corpo. Não, esse era medo! Eu podia quase saboreá-lo, e o gosto secou minha boca.

“Minha nossa, parece que você perdeu a língua.” Levi cantarolou alegremente. “Geralmente você sempre tem algum comentário esperto sobre isso.”

Eu me movia nervosamente de um pé para outro. “O que isso vai fazer comigo?”

“Já que você não me dará seu poder, estou disposto a tomá-lo à força!” Levi disse, todo sinal de diversão desaparecendo de seu rosto.

“Aurora.” Virei-me para olhar Aurora implorando. Eu desesperadamente precisava de um aliado porque sabia de uma coisa, Levi me mataria se não conseguisse o poder.

“Faça-a sentar!” Levi ordenou ao guarda atrás de mim.

O guarda imediatamente me empurrou em direção à cadeira. Todos os esforços para resistir a ele se mostraram fúteis. O guarda me empurrou e me jogou na cadeira. Assim que me sentei nela, as faixas de ferro ao redor das alças se fecharam em meus pulsos.

Quase imediatamente eu senti dor! Eu gritei alto enquanto sentia uma dor lancinante nos meus pulsos. Me debati contra a cadeira, lutando para me afastar da dor, mas eu não conseguia. Era como se minha carne estivesse sendo queimada, como se eu estivesse sendo consumida pelas minhas próprias chamas. Como se eu estivesse no inferno!