187: Comércio 187: Comércio “Eu não trouxe isso aqui de propósito …” eu expliquei, tentando descobrir como fazer com que um fato tão pouco convincente parecesse convincente para ela. “Esse artefato é importante para mim, por isso o mantive comigo o tempo todo. Não estou invocando-o, nem pretendo, e essa não é a razão pela qual seu filho é atraído por mim.”

O filhote emitiu outro som para sua mãe, e eu de repente me perguntei por que só conseguia entender a adulta, não a criança. Supondo que o filhote estava tentando argumentar em meu favor, arrisquei novamente, “Quem foi que roubou seus filhos? Eles foram mantidos como animais espirituais?”

A mãe rosnou. Desta vez, ouvi a tristeza em suas palavras: “Pelo menos animais espirituais podem ser bem tratados. Eles foram levados como montarias.”

Eu fiquei parado. Diferentes seitas adotavam diferentes abordagens para viagem. Algumas usavam espadas voadoras, outras usavam portais de transporte, e algumas usavam montarias. Feras ferozes com asas eram as mais populares entre o último grupo, já que podiam ser usadas tanto para viajar quanto para lutar, mas nunca eram consideradas mais do que isso — uma arma, uma carruagem e uma demonstração de poder. Essas feras nunca foram tratadas com carinho ou cuidado.

“Você vai me dizer quem foi que fez isso?” perguntei o mais suavemente possível. “Bixies são responsáveis por manter o equilíbrio do poder espiritual em seus territórios. Eles não deveriam ser capturados. Se eu encontrar essas pessoas, prometo devolver seus filhos para você.”

A bixie olhou para mim, como se tentasse decidir se eu era confiável. Então ela soltou um gemido: “Eu não sei quem eles eram. Mas eles usaram a mesma pedra isca que você carrega. Eu posso senti-la.”

Eu suspirei. A pedra isca que eu carregava era infelizmente o tipo comum usado entre a maioria das seitas, e isso não me dava nenhuma pista. “Eu tenho uma ideia,” eu disse. “Se você me deixar levantar e pegar a pedra … Com uma gota do seu sangue, eu deveria ser capaz de selar seu poder espiritual dentro dela. Se eu acabar na seita certa algum dia, sua presença chamará seus filhos, e eu poderei trazê-los de volta para você.”

O olhar da bixie tornou-se suspeito. Sabendo que ela não confiaria em mim tão facilmente, e que eu precisava de sua confiança se quisesse ter uma chance de obter a resposta para minha pergunta, eu cuidadosamente coloquei minhas espadas no chão. “Não estou tentando enganar você,” eu acrescentei. “Se isso a faz se sentir mais segura, vou largar minhas armas, e deixarei a pedra no chão e me afastarei. Apenas coloque uma gota do seu sangue nela e deixe penetrar.”

“Isso é uma troca?” A bixie emitiu um som que supus ser equivalente ao seu riso. “Você acha que vou te contar sobre o veneno de yazi se você tentar me ajudar?”

Eu ponderei minha resposta. “Não vou negar que preciso desesperadamente dessa informação,” eu disse. “Farei tudo o que puder em troca dela … Mas, quer você decida me contar ou não, prometo ajudá-la a encontrar seus filhos. O que esses cultivadores fizeram foi errado, e eu tenho a responsabilidade de impedi-los.”

A bixie não se mexeu. Não até que seu filhote ronronou com minhas palavras, esfregando sua cabeça em mim novamente e cutucando sua mãe com as patas. Tocado por sua confiança em mim, dei-lhe um sorriso agradecido. A mãe gemeu um pouco, mas desta vez não mostrou os dentes e me soltou com cautela.

Endireitando-me, tirei a pedra isca do meu artefato de armazenamento e coloquei no chão, então recuei como prometido. Observei em silêncio de uma curta distância enquanto a mãe bixie deixava seu sangue cair na pedra, e o artefato começou a pulsar com uma luz branca da mesma forma que fazia no Templo de Jade. “Isso deve ser suficiente,” eu disse. “O efeito será capaz de durar muito tempo, uma vez que eu use um feitiço para selar esse poder.”

A mãe continuou de olho em mim enquanto me aproximava e recolhia a pedra isca, guardando-a de volta no meu armazenamento. De repente, ela gemeu. “O veneno de yazi precisa ser fervido com a bile de uma víbora e o sangue de um escorpião por nove dias. Quando a mistura secar, asse sobre o fogo por mais nove dias, depois derreta em água de nascente e banhe-se por três horas.”

Eu gelei com suas palavras. Eu não esperava que minha demonstração de bondade desse resultado tão rápido … Ela havia decidido me contar a resposta depois de tudo! “M-Muito obrigado,” eu gaguejei, demasiadamente feliz para conseguir expressar minha gratidão adequadamente. “Eu realmente—”
“Você talvez não queira me agradecer ainda.” Ela sibilou. “Esse banho usa os venenos mais fortes para superar o poder demoníaco, e a pessoa terá que controlar muito cuidadosamente esse fluxo de energia durante o processo para manter um equilíbrio seguro. No entanto, o choque de diferentes forças no corpo da pessoa causa grande dor, muitas vezes insuportável para eles permanecerem conscientes. Se isso acontecer e eles perderem o controle, então cabe aos céus decidir se eles valem a pena ser salvos.”

A esperança que acabara de surgir em mim afundou novamente. “Não há outra maneira?” eu exclamei. “Nenhuma alternativa mais segura?”

“Isso é tudo que eu sei. Também não é a solução final para o seu problema, cultivador. O banho limpará a maior parte do poder demoníaco daquele homem, o suficiente para restaurar sua saúde e estender sua vida por mais algumas décadas, mas não mais do que isso. Você está por conta própria se quiser uma cura que dure o resto de sua vida imortal.”

Com essas palavras, a mãe bixie se virou. Seu filhote caminhou até mim, esfregando seu nariz suavemente em minhas pernas como se para me confortar, então seguiu sua mãe e desapareceu na floresta.