Seja Gentil, Mestre Imortal - Capítulo 106

106: Among Us 106: Among Us O olhar nos olhos de Li Yuxian me fez sentir um calafrio gelado na espinha. Era um olhar libidinoso, do mesmo jeito que eu tinha visto homens olharem para mulheres jovens e bonitas nas ruas no mundo dos plebeus. Ele já tinha desistido de Chu Xi e decidido partir para … alguém mais para cultivar em dupla?

O pensamento me enojava, e me perguntei se deveria contar a Wen Shiyin o que eu tinha ouvido dele anteriormente. Não que eu estivesse em posição de julgar a prática de cultivar em dupla, mas o fato de ele mudar seus alvos tão rapidamente — especialmente sendo que Chu Xi estava prestes a se tornar companheiro daoista dele — era desprezível. Wen Shiyin merecia mais do que ser enganada por alguém assim.

Felizmente, ela parecia ocupada demais com a busca até mesmo para notar o interesse demonstrado por ele. Ela havia invocado um artefato que parecia uma lanterna, cada uma de suas seis faces um vidro colorido diferente. Enquanto caminhava, seu poder espiritual fluía constantemente de sua mão para o centro da lanterna, fazendo-a girar em redemoinho arco-íris.

Era um dos rastreadores de demônios mais complexos que eu já tinha visto, e ela estava totalmente focada nele, esperando o momento em que o dispositivo indicaria a localização do nosso alvo.

Fofocas podiam esperar, pensei enquanto olhava ao redor. A maioria dos outros discípulos seniores também segurava seus próprios rastreadores. Depois de considerar por um momento, peguei dentro da minha mochila um talismã de rastreamento para mim mesma.

O som surdo de passos veio detrás de mim. Virei-me e encontrei o sorriso de Qi Lian. “Sênior Yun”, ele disse quase naturalmente, “isso também é usado para rastreamento?” Ele acenou para o talismã que eu estava segurando. “Poderia me mostrar como funciona?”

Eu sorri um pouco constrangida. O talismã era para a mesma finalidade, de fato, mas muito menos preciso e confiável do que um artefato. Nunca aprendi a usar um daqueles porque … eu nunca tinha ido em viagens assim sem Bai Ye, e ele sempre havia feito com que eu ficasse ao lado dele. Nunca tive que me esforçar para rastrear o perigo ou encontrar meu próprio caminho.

“Serve apenas para uma localização aproximada”, eu disse. “Uma vez que eu raramente caçava demônios—”
“Por que ela estaria procurando pegadas se soubesse usar um rastreador de verdade?” O escárnio de Guo Lingling me interrompeu. “Nem todo mundo consegue dominar um daqueles. Talismãs são substitutos patéticos para aqueles que falham em aprender a usar um rastreador de verdade apropriadamente.”

Qi Lian franziu a testa. “Todo método tem seu prós e contras. Viemos nessa viagem para que pudéssemos aprender as habilidades únicas de cada um, Guo Lingling. Qual é exatamente a sua? Especialidade em insultos e sarcasmo?”

Guo Lingling lançou um olhar fulminante para ele. Eu suspirei interiormente pela discussão que estava prestes a começar novamente, e estava prestes a dizer algo para fazê-los parar, quando Wen Shiyin de repente disse: “Eu encontrei eles.”

Todos silenciaram, e todos os olhares se voltaram para sua lanterna. Ela tinha parado de girar. Um feixe de luz dourada brilhava através de um pequeno furo em uma de suas faces, iluminando o caminho da floresta à frente dela.

“Onde eles estão?” alguém perguntou animado.

“Siga a luz. Ela nos guiará”, disse Wen Shiyin e começou a caminhar em direção à luz dourada.

Guo Lingling deu um olhar triunfante para Qi Lian e para mim antes de seguir em frente. Qi Lian balançou a cabeça. “Do que ela está tão orgulhosa? Não é como se fosse ela que encontrou o alvo.”

Bem, ela estava apenas orgulhosa de ter conseguido me provar incapaz, embora eu mantivesse esse pensamento para mim mesma. Havia coisas melhores para focar do que discussões fúteis como esta, e afinal, ela não era a única neste grupo que era competitivo demais para ser cooperativo, como eu vi de canto de olho que muitos outros com rastreadores de demônio olhavam para seus equipamentos frustrados, agora que Wen Shiyin tinha encontrado o caminho antes deles.

A luz da lanterna de Wen Shiyin era estável, nos guiando para frente. Continuamos por um trecho da floresta com altos pinheiros, cujos galhos e folhas eram tão densos que eu mal conseguia ver o céu através deles. Até o chão da floresta estava mais úmido que o normal sob suas enormes sombras, e o solo estava coberto de musgos e lama.

Caminhávamos cuidadosamente, observando cada passo. A floresta estava quieta, diferente da maioria das que eu havia estado no passado com Bai Ye …
Meus passos diminuíram com o pensamento. Não, na verdade era diferente de TODAS as que eu havia visitado antes. Quase um pouco … estranhamente silenciosa.

Quanto mais nos aprofundávamos na floresta, mais essa anormalidade começava a me deixar inquieta. Quando ainda estávamos caminhando meia hora depois, não consegui mais segurar minhas suspeitas. “Sênior Wen”, eu chamei. “Há algo estranho sobre a floresta … Está silenciosa demais por muito tempo. Nenhum pássaro, nenhum inseto … Até para o meio-dia, isso é incomum demais.”

Wen Shiyin parou. Ela olhou para mim e parecia que ia dizer algo quando outra pessoa exclamou: “Eu reconheço como os galhos se torcem nesta árvore! Nós acabamos de passar por aqui … dez minutos atrás!”

Todos trocaram olhares entre si, e todos os olhos se voltaram para Wen Shiyin novamente. Ela franziu a testa levemente e levantou sua lanterna. “Isso nunca falhou antes”, ela murmurou e levantou um dedo sobre ela, guiando mais poder espiritual para o artefato enquanto cantava baixinho. A lanterna girou novamente, e quando parou desta vez, brilhou como uma estrela brilhante em sua mão. Seis feixes de luz passavam através dela, um de cada lado de seus seis painéis coloridos.

“Isso não é possível”, ela ofegou.

Um murmúrio se elevou da multidão. “O que isso significa?” alguém perguntou.

“Encontrou algo … bem aqui.” O rosto de Wen Shiyin empalideceu, e ela levantou o olhar rapidamente. “Bem aqui … entre nós.”