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Capítulo 238: Ligados pelo Destino
Tochas ardiam ao redor do círculo cerimonial enquanto a lua cheia subia mais alto no céu noturno. Aurora estava nervosa na tenda de preparação, vestida com um vestido branco adornado com símbolos prateados de proteção. Do lado de fora, centenas de lobos de matilhas vizinhas tinham se reunido para a celebração, apesar do perigo que espreitava nas sombras.
“Deveríamos ter adiado isso,” Aurora sussurrou enquanto Markus ajustava a coroa de prata em sua cabeça.
“Cancelar causaria pânico,” Markus a lembrou. “E Eli acredita que uma frente unida é nossa melhor defesa. A cerimônia de acasalamento completa a fusão da matilha.”
Aurora assentiu, mas seus pensamentos vagaram para Tina e Rosie, em algum lugar na selva, rastreando Dante. Quatro horas haviam se passado desde que partiram, sem notícias.
“É hora,” Lyra anunciou, enfiando a cabeça na tenda. A jovem lutadora recuperou-se de seus ferimentos e agora servia como guarda pessoal de Aurora.
Aurora respirou fundo e saiu. A multidão ficou em silêncio enquanto ela caminhava em direção ao altar de pedra no centro da clareira. Fogueiras cercavam o espaço cerimonial, lançando sombras dançantes nos rostos dos lobos reunidos.
Eli a esperava no altar, magnífico em peles cerimoniais tradicionais de Alfa. Seus olhos encontraram os dela, cheios de amor e determinação. Apesar de tudo, seu coração disparou ao vê-lo.
O lobo Ancião estava atrás do altar, sua forma maciça impondo respeito. “Hoje à noite,” ele anunciou, “dois se tornam um. Duas matilhas se tornam uma. Sob a testemunha da lua, este laço nos fortalecerá a todos contra a escuridão que ameaça.”
Aurora alcançou Eli e pegou suas mãos nas dela. O toque dele acalmou seu coração acelerado.
“Eu estava perdido até te encontrar,” Eli sussurrou apenas para ela ouvir.
“E eu estava escondida até você me ver,” ela sussurrou de volta.
O Ancião começou a cerimônia, sua voz profunda ecoando na reunião silenciosa. “O laço de acasalamento é sagrado entre nós. Uma vez forjado, não pode ser quebrado exceto pela morte.”
À medida que o ritual progredia, Aurora sentiu uma estranha sensação no fundo de sua mente – um sussurro, um aviso. Ela olhou ao redor da clareira, procurando por qualquer sinal de ameaça.
Eli apertou suas mãos, percebendo sua distração. “O que é?” ele murmurou.
“Algo não parece certo,” ela sussurrou.
O Ancião continuou, alheio à troca deles. “Os companheiros agora trocarão sangue e completarão o laço.”
Uma faca ritual de prata foi apresentada. Eli a pegou primeiro, fazendo um pequeno corte na palma da mão antes de entregá-la a Aurora. Ela fez o mesmo, depois pressionou sua palma sangrando contra a dele.
O efeito foi imediato e avassalador. Seu laço, já forte, explodiu em algo mais – uma ponte entre suas mentes, suas almas. Aurora ofegou enquanto as emoções de Eli inundavam através dela: amor, medo pelo futuro deles, proteção feroz.
“Eu sinto você,” ela suspirou em admiração.
“E eu sinto você,” ele respondeu, seus olhos brilhando com o poder de sua conexão.
O Ancião colocou sua enorme pata sobre as mãos unidas. “O laço está selado. O que a lua testemunhou não pode ser desfeito.”
Os lobos reunidos explodiram em aplausos e uivos de celebração. Eli puxou Aurora para um beijo que enviou faíscas correndo por sua espinha. Por um momento perfeito, todo o resto desapareceu – o perigo, o medo, a incerteza.
Então Aurora sentiu novamente – aquele sussurro nas bordas de sua consciência. Através do novo laço fortalecido, ela sentiu Eli sentir também.
As orelhas do Ancião se achataram contra sua cabeça enquanto ele farejava o ar. “Algo se aproxima,” ele rosnou.
Na borda da clareira, as árvores começaram a balançar, embora não houvesse vento. As celebrações diminuíram quando os lobos sentiram a mudança no ar.
“Formem posições defensivas,” Eli ordenou, sua voz carregando a autoridade do Alfa. Guerreiros se moveram imediatamente, criando um anel protetor ao redor dos anciãos e crianças.
“Está vindo de baixo,” Aurora percebeu de repente, sentindo o chão tremer sob seus pés.
A terra no centro do círculo cerimonial rachou. Fumaça preta vazou pela fissura, torcendo-se em formas não naturais.
“O Primeiro Portal,” o Ancião rosnou. “Está se abrindo.”
O sangue de Aurora gelou. “Mas Tina e Rosie estavam rastreando Dante. Como ele poderia estar aqui?”
“Ele não está,” uma voz chamou da multidão.
Os lobos se separaram enquanto uma figura encapuzada avançava. Quando o recém-chegado abaixou o capuz, suspiros ecoaram pela reunião.
“Marcos?” Aurora deu um passo à frente em choque. O jovem lobo que sobreviveu ao ataque na montanha agora estava diante deles, seus olhos brilhando de malícia.
“Você realmente achou que Dante estava trabalhando sozinho?” Marcos riu. “Os Mestres não colocam toda sua fé em um único peão.”
Eli rosnou, entre sua forma humana e de lobo. “Você nos traiu.”
“Eu servi um poder maior,” Marcos corrigiu. “E agora esse poder me recompensará.”
O chão tremeu mais violentamente. A rachadura se alargou, engolindo o altar cerimonial.
“Pare com isso!” Aurora implorou. “Você não sabe o que está fazendo!”
“Eu sei exatamente o que estou fazendo,” Marcos respondeu. “Enquanto você se concentrou em Dante abrindo o Primeiro Portal nas montanhas, eu preparei o verdadeiro ritual aqui – bem debaixo dos seus pés.”
Com horror, Aurora percebeu a verdade. “Os terrenos cerimoniais. Eles estão construídos sobre…”
“O verdadeiro Primeiro Portal,” confirmou o Ancião sombriamente. “Este lugar foi escolhido há séculos para protegê-lo.”
“E agora seu laço de acasalamento – a união de duas linhagens poderosas – forneceu a chave final,” Marcos explicou com um sorriso distorcido. “Seu sacrifício de sangue em solo sagrado. Perfeito.”
Eli avançou em direção a Marcos, mas o traidor estava pronto. Ele jogou um punhado de pó preto que explodiu em uma nuvem de fumaça. Eli recuou, engasgado e desorientado.
“Os Mestres estão chegando,” Marcos anunciou enquanto mais rachaduras se espalhavam pelo chão. “Eles irão purificar este mundo e reconstruí-lo mais forte.”
Aurora sentiu uma onda de poder através de seu recém-formado laço de acasalamento. Sem pensar, ela estendeu a mão para Eli, canalizando essa energia. Suas mãos se entrelaçaram, e de repente eles se moveram como um só – dois corpos com um único propósito.
“Todos para trás!” Aurora gritou enquanto ela e Eli se aproximavam da fissura em expansão.
O Ancião pulou ao lado deles. “O portal deve ser selado com sangue dado livremente, não tirado.”
“Então leve o nosso,” Eli disse, sem soltar a mão de Aurora.
O Ancião assentiu solenemente. “Juntos, sobre o centro.”
Aurora e Eli se posicionaram na borda da rachadura. Fumaça negra enrolava-se ao redor de seus tornozelos, queimando como ácido. Através de seu laço, compartilhavam a dor, tornando-a suportável.
“Agora!” ordenou o Ancião.
Eles cortaram suas palmas já feridas mais fundo e mantiveram suas mãos unidas sobre a fissura. O sangue deles gotejou na escuridão, chiando ao encontrar a fumaça.
Um uivo de raiva irrompeu das profundezas – um som inumano que fez todos os lobos taparem os ouvidos em dor. O chão se balançou e tremeu sob eles.
“Está funcionando!” Aurora gritou enquanto as rachaduras começavam a se fechar.
Marcos gritou de fúria. “Não!” Ele correu em direção a eles, uma adaga ritual erguida alto.
Lyra o interceptou, derrubando-o ao chão. Eles rolaram perigosamente perto da fissura, lutando pelo controle da adaga.
“Voltem!” Eli gritou para eles.
Tarde demais. O chão desmoronou sob Marcos e Lyra. Aurora avançou, agarrando a mão de Lyra enquanto ela caía. Marcos não teve tanta sorte. Seu grito ecoou enquanto ele despencava na escuridão.
Com a ajuda de Eli, Aurora puxou Lyra para a segurança. A rachadura selou-se com um último estremecimento, deixando apenas uma linha preta fina na terra para marcar sua existência.
O silêncio caiu sobre a clareira. Então, gradualmente, lobos se aproximaram para verificar seu par Alfa.
“Acabou?” alguém perguntou.
A expressão do Ancião permaneceu grave. “Esta batalha está ganha. A verdadeira guerra continua. O Primeiro Portal está selado aqui, mas e quanto a Dante e o Segundo Portão?”
Como se em resposta, uma explosão distante iluminou o céu noturno a nordeste – na direção em que Tina e Rosie tinham ido.
“Precisamos encontrá-las,” Aurora disse urgentemente.
Antes que pudessem organizar uma equipe de busca, um guerreiro da matilha correu para a clareira, o rosto pálido de choque.
“Alfa! Luna! Encontramos alguém na fronteira.”
“Tina? Rosie?” Aurora perguntou esperançosamente.
O guerreiro balançou a cabeça. “Nenhuma delas. É uma estranha, gravemente ferida. Ela está pedindo por você pelo nome, Luna Aurora.”
“O que ela disse?” Eli exigiu.
“Ela disse para lhe dizer…,” o guerreiro hesitou. “‘A Rainha das Sombras voltou para seu trono.'”
Aurora sentiu Eli se enrijecer ao seu lado. Através de seu laço, sentiu o reconhecimento, depois o medo – uma emoção que ela nunca associou a seu forte companheiro.
“Quem é a Rainha das Sombras?” ela sussurrou.
O rosto de Eli ficou pálido. “Alguém que eu esperava nunca mais ver. A primeira companheira do meu pai – aquela que o levou à loucura de tristeza quando ela desapareceu.”
O lobo Ancião rosnou baixinho na garganta. “Se ela voltou agora, depois de todo esse tempo…”
“Então os Mestres têm outro aliado,” Eli concluiu sombriamente. “Alguém que conhece nossas fraquezas muito bem.”
Na floresta além dos terrenos de celebração, escondida na sombra, uma mulher observava. Seus olhos brilhavam prateados ao luar, seus lábios curvados em um sorriso satisfeito.
“Filhotinho querido,” ela sussurrou, mesmo que não houvesse ninguém para ouvir. “Sentiu falta da sua mãe?