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Capítulo 235: O Preço da Vitória
O amanhecer surgiu sobre a encosta da montanha destruída, pintando o céu de vermelho-sangue. Aurora não se afastou da pilha de rochas que havia engolido Eli. Seus dedos estavam feridos de tanto cavar, suas roupas rasgadas e sujas.
“Aurora,” Markus disse gentilmente, colocando uma mão em seu ombro. “Precisamos levar os feridos de volta para a matilha.”
Ela afastou o toque dele. “Ele está vivo. Eu sei disso.”
Tina estava próxima, a Presa do Lobo ainda pulsando em suas mãos. “O artefato está respondendo a algo,” ela insistiu. “Posso sentir isso.”
O Líder Antigo os observava com olhos antigos e tristes. “Mesmo que ele esteja vivo, o desmoronamento criou toneladas de rocha entre nós e ele. Levaria dias para cavar, e a montanha está instável.”
Aurora se virou abruptamente para o imenso lobo. “Então o que sugere? Que eu simplesmente deixe meu companheiro enterrado vivo?”
“Eu sugiro,” disse o Antigo calmamente, “que usemos poder em vez de força.”
O lobo avançou, suas imensas patas deixando estranhas pegadas luminosas no chão. “Jovem curandeira,” disse para Tina, “traga a Presa do Lobo aqui.”
Tina avançou, estendendo o artefato fundido. O Antigo tocou seu nariz no objeto brilhante, que imediatamente brilhou mais intensamente.
“Agora você, filha de duas linhagens,” o lobo disse a Aurora. “Coloque suas mãos na Presa e chame seu companheiro através de seu laço.”
Aurora hesitou por apenas um momento antes de colocar suas mãos ao lado das de Tina no artefato. Instantly, ela sentiu uma descarga de energia correr por seu corpo. O brilho da Presa do Lobo se intensificou até ser doloroso de olhar.
“Eli,” Aurora sussurrou, fechando os olhos e alcançando-o através de seu laço. “Volte para mim.”
Por um instante, nada aconteceu. Então, o chão começou a tremer.
“Afastem-se!” o Antigo gritou quando rachaduras apareceram na pilha de rochas.
Um clarão ofuscante de luz azul-prateada irrompeu do centro dos escombros. Pedras voaram em todas as direções enquanto uma onda de choque se propagava para fora. Quando a poeira assentou, uma figura estava em pé em uma cratera recém-formada.
Eli.
Suas roupas estavam rasgadas, seu corpo coberto de cortes e hematomas. Linhas de veneno preto ainda marcavam sua pele, embora estivessem desaparecendo. Em seus braços, ele carregava algo enrolado em seu casaco esfarrapado.
“Eli!” Aurora gritou, correndo para ele. Ele cambaleou, mas conseguiu continuar em pé enquanto ela o abraçava.
“Cuidado,” ele disse, sua voz fraca, mas determinada. “Eu trouxe algo importante.”
Ele desembrulhou o pacote para revelar um cristal do tamanho do punho de uma criança. Ele pulsava com a mesma energia sombria que tinham visto nos Vazios.
As orelhas do Antigo se abaixaram contra a cabeça. “Uma Semente Mestra. Onde você a encontrou?”
“Sob o portal selado,” Eli explicou, apoiando-se pesadamente em Aurora. “Ela estava tentando crescer, mesmo depois que o selo foi restaurado.”
Dante, ainda preso em correntes de prata e agora guardado por dois lutadores da matilha, rosnou ao ver o cristal. “Vocês não entendem o que estão interferindo. Os Mestres restaurarão nosso tipo à glória.”
“Os Mestres consumirão tudo,” o Antigo corrigiu. “Eles não são aliados, jovem lobo. Eles são parasitas que usam nosso tipo como recipientes.”
Aurora olhou em volta para seu grupo destroçado. A vitória teve um custo terrível. Dos trinta lutadores que haviam entrado na montanha, apenas dezoito restavam. Alguns estavam sendo carregados em macas, muito feridos para andar.
Rosie se aproximou, o rosto sujo de terra e lágrimas. “Rex não conseguiu,” ela disse calmamente. “Nem Kira ou Jason.”
Um silêncio pesado caiu sobre o grupo. Eles não eram apenas companheiros de matilha—eles eram amigos, família.
“Precisamos voltar para os territórios da matilha,” Markus disse, sua voz normalmente forte estava abafada. “Os feridos precisam de cuidados adequados, e…” ele engoliu com dificuldade. “Precisamos honrar nossos mortos.”
Eles seguiram lentamente pelo caminho da montanha. Tina movia-se entre os feridos, suas mãos brilhando azul enquanto fazia o possível para aliviar a dor deles. Os lobos antigos flanqueavam o grupo, seus corpos maciços atentos a qualquer ameaça.
Ao meio-dia, chegaram ao vale onde ambas as matilhas esperavam ansiosamente. Gritos de alegria misturavam-se aos lamentos de tristeza ao serem avistados descendo a última encosta.
Lyra, a jovem lutadora que havia seguido o grupo de Dante, afastou-se dos outros e correu à frente. “Nós vencemos!” ela gritou. “Mas perdemos pessoas. Precisamos de curandeiros!”
Ambas as matilhas avançaram para ajudar, velhas rivalidades esquecidas diante do sacrifício compartilhado. Aurora observava enquanto Eli era cercado por membros preocupados da matilha, a Semente Mestra agora segura em uma caixa de prata.
Aquela noite, quando a lua se elevou sobre o acampamento da matilha combinada, eles se reuniram para honrar os caídos. Três piras haviam sido construídas, adornadas com flores e símbolos de lembrança.
Aurora estava ao lado de Eli, que insistia em ficar de pé apesar de seus ferimentos. O Líder Antigo entrou no centro da reunião.
“Hoje enfrentamos um inimigo mais antigo que a memória,” o lobo maciço disse, sua voz ecoando pela multidão silenciosa. “Hoje perdemos irmãos e irmãs, amigos e família.”
O lobo moveu-se até as piras. “Mas seu sacrifício não foi em vão. O selo segura. Os Mestres estão impedidos de entrar neste mundo—por enquanto.”
Um arrepio percorreu a multidão com aquelas duas últimas palavras.
“Por enquanto?” Aurora perguntou.
O Antigo virou seus olhos ancestrais para ela. “Os Mestres buscam entrar neste mundo há milênios. Eles não vão parar por causa de uma derrota.”
Eli endireitou-se, fazendo uma careta pela dor nas costelas. “Então estaremos prontos para eles.”
“Como?” alguém chamou da multidão. “Mal sobrevivemos a esta batalha!”
“Estando juntos,” Eli respondeu, sua voz de Alfa forte apesar de seu estado enfraquecido. “Sem mais matilhas separadas. Sem mais rivalidades antigas. A partir de hoje, somos uma única matilha.”
Murmúrios espalharam-se pela multidão—alguns concordando, outros incertos.
O Antigo assentiu com sua cabeça maciça. “Uma decisão sábia, Alfa. A unidade é força.”
Tina avançou, a Presa do Lobo brilhava suavemente em suas mãos. “O artefato nos mostra o caminho,” ela disse, sua voz mais forte do que qualquer um já ouvira. “Duas linhagens, dois artefatos, agora unidos como um.”
Aurora segurou a mão de Eli, sentindo o vínculo deles pulsar entre eles, mais forte do que nunca após quase perdê-lo. “Reconstruímos juntos,” ela declarou. “Mournamos juntos. Lutamos juntos.”
Quando as piras foram acesas, lançando chamas em direção ao céu noturno, Dante observou de seu lugar sob guarda. Seus olhos refletiam a luz do fogo, mas havia algo mais lá também—uma escuridão oscilante que não pertencia.
Ninguém percebeu quando ele fechou os olhos e sussurrou palavras em uma língua que nenhum lobo devia conhecer. Ninguém viu a Semente Mestra em sua caixa de prata pulsar uma vez em resposta.
E debaixo da montanha desmoronada, algo se agitou.
Os Mestres perderam esta batalha.
Mas a guerra estava longe de acabar.