220: seguindo em frente 220: seguindo em frente “Não, isso não pode estar acontecendo.” Nikky pensou em pânico enquanto o medo a impelia para mais fundo na floresta. Ela conhecia aquele som e o cheiro que o acompanhava era uma confirmação.

A adrenalina disparou através dela enquanto ela corria pela floresta densa, e durante todo o tempo, ela olhava para trás para ver se seu perseguidor estava perto dela.

Ela correu mais fundo na floresta, como nunca havia corrido antes. Ela ouviu o rosnado atrás dela novamente, desta vez mais perto e o cheiro estava mais forte.

Desertores. Eram isso que a estava perseguindo. Desertores na Alcateia? Sua mente não conseguia processar isso enquanto clamava por segurança. Como isso aconteceu?

Ela parou e olhou ao redor, tentando encontrar um lugar para se esconder, não vendo nenhum lugar próximo. Ela voltou a correr e, por sorte, viu uma caverna à frente e correu direto para ela, sem mais nenhum pensamento.

Quando chegou à caverna, ela se abaixou e se escondeu lá dentro, segurando a respiração. Com as mãos entrelaçadas, orou em silêncio para a deusa da lua. Ela tinha que sobreviver àquela noite e voltar para sua mãe.

O pensamento de sua mãe trouxe lágrimas aos seus olhos enquanto ela se sentia sobrecarregada. Ela estaria do lado de fora da porta, esperando para recebê-la e roeria suas unhas de preocupação se Nikky não chegasse na hora.

“Mãe.” Ela sussurrou ao pensar em como sua mãe ficaria desamparada se ela nunca pudesse voltar para casa.

‘Crunch.’ O som de um galho quebrando por ter sido pisado a silenciou enquanto ela levava uma mão perto da boca.

O Desertor não poderia tê-la encontrado aqui tão rápido. Ela tinha certeza que usou a erva que repele cheiro que sua mãe lhe deu. Ela tinha derramado um pouco na entrada e também um pouco no caminho para a caverna.

“Ele deve ser um Desertor forte.” Sua loba, Mika, sussurrou para ela com medo.

Elas acabaram de se conhecer e ambas não teriam como enfrentar um Desertor tão poderoso.

O rosnado continuou se aproximando e ela se encolheu mais próxima às paredes da caverna.

“Vamos morrer aqui, esta noite?” Mika soluçava em seu coração e ela teve que usar toda a sua força de vontade para não ceder à fraqueza de sua loba.

“Está tudo bem, Mika.” Ela falou para ela calmamente. “Nós duas vamos ficar bem. Eu só preciso que você seja forte por nós duas. Não ceda ao meu medo.”

Ela sabia que era o seu medo que estava deixando Mika fraca, então, ela sussurrou para ela novamente.

“Veja, eu estou afastando os medos. Então, eu preciso de você, para sobreviver a esta noite. Seja forte por nós.” Ela implorou a Mika mais uma vez e parece funcionar quando sentiu um surto de energia e sentidos aguçados.

Mika canalizou através dela e seus olhos se ajustaram à escuridão, então ficou mais claro quando ela viu o Desertor rondando na entrada da caverna.

Para um amador, a erva teria funcionado para mandar o Desertor embora, mas este Desertor era experiente, já que ele continuava farejando.

Como se sentisse olhos sobre ele, ele olhou diretamente em sua direção e seus olhos se encontraram, e ela emitiu um som inconscientemente antes de tapar a boca com a mão, fechando os olhos.

Esta é a nossa hora. Vamos morrer esta noite.” Pensou ela involuntariamente e o medo percorreu seu corpo, fazendo-a tremer.

Mas a morte que ela temia nunca veio. Em vez disso, ela ouviu rosnados e grunhidos. Ela ouviu golpes e carne sendo rasgada.

Tentativamente, ela abriu os olhos e viu dois lobos lutando.

O lobo anterior era experiente, mas sua força não era páreo para este novo lobo. Ele era ágil, rápido e ligeiro. Em pouco tempo, ele fez o lobo mau fugir com o rabo entre as pernas.

O novo lobo uivou no ar e a floresta reverberou ao seu uivo. Resfolegando, ele entrou na caverna e parou ao lado de Nikky.

Eles olharam um nos olhos do outro e o medo pareceu dissipar-se de Nikky quanto mais ela olhava para ele.

Sem que nenhuma palavra fosse dita, ela o entendeu e ela se levantou e o seguiu até ver que estava segura. Então ele virou e partiu.

Nikky ficou na entrada de sua casa e o viu ir, despedindo-se dele.

~
“Ei, melhor amiga.” Sua amiga correu para ela e elas se abraçaram com força.

“Melhor amiga.” Ela correspondeu ao entusiasmo da amiga e ambas riram com felicidade.

Franzindo o nariz após se desvencilhar do abraço, Mai a olhou e suspirou exasperada, “Nikky, você realmente precisa parar de se vestir assim. Você vai chamar toda a atenção para si aqui e você não quer isso.”

“Vamos, Mai. A escola não pode ser tão ruim quanto a pintam por fora, certo?” Nikky tentou parecer despreocupada.

“É pior. O boato nem chega perto.” Ela desfez as bolhas de esperança e Nikky sentiu fraqueza nos joelhos. “Mas não se preocupe, você me tem aqui e ninguém ousa se aproximar de mim.” Mai animou-se enquanto enlaçava suas mãos nas de Nikky.

“Vamos.” Ela disse rápida e arrastou Nikky consigo. “Você precisa de um tour rápido e depois, após as aulas, eu te mostrarei a outra parte da escola. Tipo, onde evitar e onde é seguro.” Mai disse isso como se não fosse nada, mas estava enviando calafrios de medo pela espinha de Nikky.

Ela seguiu Mai e tentou sorrir enquanto ela a mostrava o prédio principal.

“Lembre-se, não conte a ninguém sobre você mais do que seu nome. Nem mesmo durante a apresentação da classe; especialmente isso.” Mai deu ênfase nisso justo antes do sino para a aula tocar e Mai correu para a aula depois de levar Nikky ao escritório do professor.

Nikky ficou diante da classe e um sentimento de pavor se instalou em seu estômago.

Ela sentiu o cheiro pungente de medo, assim como sentiu ontem, enquanto era perseguida pelo Desertor.

O olhar da classe era predatório! Ela sentiu suor escorrer por suas roupas ao perceber isso
A sala inteira olhou em choque enquanto Elias ficou pasmo, sem saber o que fazer com o que estava acontecendo.

Seu pai teve uma recaída novamente? Isso não pode estar acontecendo agora.

Olhando firmemente para o pai, ele o segurou pelos ombros enquanto tentava sussurrar calmamente para ele, “pai, eu sei como você se sente, mas acho que devemos voltar a isso mais tarde.” Ele sinalizou para Liam levar Tina para fora da sala.

“Pare.” Sr. Eli levantou a mão para impedir Liam. Depois, sorrindo desajeitadamente para a sala, “Eu devo ter me enganado. Vejam, eu ainda sinto falta da minha companheira que se foi e, embora esta jovem tenha uma semelhança impressionante com ela, eu não tinha o direito de trazer isso à tona aqui.”

Ele olhou para a cara de cada homem na sala, antes de seus olhos pousarem sobre a Sra. Juliet, que se remexia sob seu olhar.

“Vamos continuar com a reunião. Todas as outras coisas se resolverão no caminho.” Ele disse, enquanto seus olhos não saíam dos da Sra. Juliet.