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540: Perguntas Difíceis 540: Perguntas Difíceis Era como se uma represa tivesse se rompido e mais concorrentes começassem a expressar seus rancores. Queixas sobre injustiças ecoavam pelo ar, cada uma soando mais chateada que a anterior.
“Todos deveriam ter uma chance justa de ganhar sua mão!”
“É minha culpa que minha família fosse pobre, e eu nunca tive a chance de aprender a ler?”
“Eu nem sou do seu reino, como eu poderia saber disso?”
Até mesmo alguns dos nobres que não foram bem-sucedidos também expressaram seu descontentamento.
“Como você pôde escolher uma questão tão difícil para a primeira tarefa!”
“Você está esperando que eu resolva a fome mundial em seguida!”
“Isto é um absurdo! Você só quer nos humilhar!”
Diante de tanta hostilidade, Jonah começou a se mover. Com sua experiência anterior em lidar com multidões irritadas, ele sabia o quanto era importante apagar as chamas de raiva e insatisfação antes que começassem a se espalhar. Daphne também se preparou; ela não podia esquecer o desastre que foi sua primeira Parada de Primavera.
Ela estaria danada se deixasse um bando de perdedores de cara amarrada estragar as coisas para Cordélia. Ela flexionou seus dedos, preparando-se para lança-los para fora do local―
Mas Cordélia levantou uma mão, impedindo os dois.
“Está tudo bem, eu já esperava por isso,” Cordélia disse.
“Cordélia, eu tenho que ir,” disse Jonah preocupado. “Se eu não detê-los, as coisas podem ficar feias.”
Seus olhos se voltaram para a multidão de homens descontentes, que pareciam estar se unindo contra aqueles que realmente passaram na prova. A linha de homens começou a formar um círculo de proteção, e Daphne observou com diversão sombria que Nikun foi empurrado para fora por Waylen. Nikun tinha suas mãos levantadas, e parecia estar tentando acalmar os homens.
Graças a Deus, nenhum deles estava armado. A coisa mais afiada que tinham à mão era a ponta da pena dada a todos os participantes, mas Daphne não descartava a possibilidade de eles começarem a lançar punhos para todos os lados quando provocados.
“Se você não quer que o Jonah ajude, deixe-me fazer isso,” disse Daphne.
“Obrigada, mas confie em mim, eu vou dar um jeito nisso,” disse Cordélia, dando-lhe um rápido sorriso antes de se virar para endereçar os homens descontentes. Ela apoiou suas mãos na varanda e se inclinou para a frente, sua sombra crescendo ameaçadoramente longa sob o sol da manhã, as pontas afiadas de sua coroa parecendo mais como as flechas dos arpões usados para caçar baleias.
De repente, Cordélia parecia menos uma princesa e mais como uma cadela infernal vingativa esperando por sua próxima refeição. Daphne não tinha pena dos candidatos nem um pouco. Um pequeno sorriso atravessou seu rosto enquanto ela decidia recuar e assistir ao espetáculo.
“Senhores, se esta questão é muito difícil para vocês, permitam-me fazer uma mais simples. Quanto vocês acham que minha mão em casamento vale para vocês?”
Sua voz carregava pelo corredor, as consoantes ásperas de suas palavras ecoando nas lajotas.
Um silêncio atônito encontrou seu anúncio. Os homens que antes eram tão ruidosos, tão livres com suas zombarias e insultos, de repente ficaram silenciosos diante do seu desprezo agudo, o flagrante desdém por suas queixas.
Suas palavras não conseguiram intimidar Cordélia nem um pouco.
Em vez disso, Cordélia estava incendiada pelo comportamento deles. E permanecer em silêncio também não ajudava; Cordélia parecia ficar mais enfurecida com suas tentativas de evitar confronto. Se eles não iam se lançar em sua espada, ela os empurraria para fora do canhão.
“Bem? Estou esperando por uma resposta,” Cordélia chamou. “O bando de vocês não tinha um monte de coisas para dizer? Então vamos lá, falem agora, um por um. Não percam meu tempo! A hora do almoço está chegando em breve, e eu gostaria de ter toda essa desagradabilidade resolvida.”
Daphne sorriu discretamente ao ver vários rostos pálidos. Nenhum deles teve a coragem de repetir o que tinham gritado anteriormente, com medo de se tornarem a próxima refeição de Cordélia.
Pensando bem, Cordélia mencionou que tinha um pet tempestigador em suas cartas antigas. Talvez eles estivessem com medo demais de serem comidos por ele, se não por ela.
Atticus se inclinou para seu ouvido e sussurrou alegremente, “Querida, quem diria que eu testemunharia um derramamento de sangue tão cedo no dia? Agora só falta uma orquestra tocando música de fundo.”
“Cala a boca você,” Daphne repreendeu em diversão, mas manteve seu rosto impassível. “Este é um incidente sério.”
Este não era o momento de mostrar leveza― ela tinha que ser um sólido apoio para Cordélia, na frente de todos esses homens determinados a minar sua autoridade.
Poderia se ouvir um alfinete cair no silêncio antes de Cordélia quebrá-lo ao escolher deliberadamente certas pessoas.
“Lorde Gogragh, ouvi sua voz bem clara. Parece que você achou essa questão difícil. Posso saber por quê?”
A face de Lorde Gograph rapidamente se tornou pálida, pois ele foi abordado, e todos os olhares na sala se voltaram para ele. Daphne notou que ele era um dos nobres que estavam reclamando sobre a questão proposta.
Sentindo que não havia escapatória do fogo, Lorde Gograph encheu-se de bravata e disse, “Sim, eu gostaria de expressar meu descontentamento. Questões desse calibre são simplesmente insolúveis pela maioria dos homens mortais.”
“Então você está alegando que seus colegas candidatos são criaturas imortais?” Cordélia perguntou divertida. “Nossa, eu não fazia ideia de que meu torneio de casamento era tão popular que até atraía criaturas mágicas. Tenho algum kelpie secreto na seleção? Ou um basilisco? Eu mesmo estou aberta a um marido grifo.”
Cordélia deu uma piscadela rápida a Daphne pelo canto dos olhos, e Daphne escondeu a boca atrás da mão para que ninguém pudesse vê-la rindo. A ideia de Cordélia se casar com Zephyr era tão absurda, que ela teve que controlar-se ao máximo para não gargalhar abertamente.
Enquanto isso, os candidatos bem-sucedidos estavam menos do que divertidos por serem comparados a não humanos.
O rosto de Lorde Gograph ficou vermelho de embaraço. “N-não― eu não quis dizer isso― Lorde Waylen, eu jamais―”
“Tenho certeza,” Cordélia continuou com ironia, “Mas mais importante, estou muito curiosa para saber como é que um dos supostos melhores alunos da Academia, na turma de graduação do Professor Arlington, poderia possivelmente achar uma questão desse calibre difícil. Não foi sua tese sobre águas marinhas? Eu pensaria que tal questão seria fácil para você… a menos que… você não a tenha escrito?”