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- Capítulo 525 - 525 Sussurros Distantes II 525 Sussurros Distantes II Atticus
525: Sussurros Distantes II 525: Sussurros Distantes II Atticus parecia que ia desmaiar a qualquer momento.
“Se você tiver irmãos solteiros e chatos, eles também podem se juntar,” o vendedor sussurrou conspiratoriamente. “Isso vai tirá-los de casa.”
“Que empolgante,” Daphne disse, batendo palmas.
“Infelizmente, eu sou um homem casado e muito feliz, então eu passaria longe desse evento,” Atticus resmungou. “Certo, querida?”
“Na verdade, mesmo que você não esteja interessado em participar, há muitas pessoas apenas esperando para assistir ao espetáculo. Haverá realeza de terras distantes!” o vendedor disse com um suspiro, sem saber que dois desses realeza estavam bem na frente dele, observando enquanto ele resmungava consigo mesmo.
“Se eu não estivesse estacionado em Vramid, adoraria montar uma barraca para os visitantes! Mas estou me adiantando― Senhora, já decidiu sobre suas peças?”
“Ah, sim!”
Daphne apontou para o broche de pássaro e pegou outro que parecia um cavalo, mas tinha uma cauda enrolada em vez de quatro pernas. Ela não sabia se aquilo era baseado em uma criatura real ou em uma criação de um artesão, mas era bonito do mesmo jeito. Isso a fez lembrar de Nereu, e ela quis lhe dar aquilo.
“Eu vou levar essas duas peças, obrigada.”
O vendedor irradiou felicidade e começou a embalar os itens para ela.
“É só isso que você vai levar?” Atticus perguntou. Ele parecia um tanto descontente.
“Sim, por quê?” Daphne perguntou, erguendo uma sobrancelha elegante. As peças eram lindas, mas ela já tinha bastante joias para si mesma. “Você quer alguma?”
“Não, eu não quero. De qualquer maneira, eu não gosto de pérolas,” Atticus disse, mas a parte de trás de suas orelhas ficou vermelha brilhante.
A boca de Daphne se abriu, e ela mordeu o lábio para se impedir de explodir em risadas com o comportamento de Atticus. Ele queria um presente dela, e estava chateado por não ter recebido nada. Era mais do que óbvio, afinal, que as duas peças que ela escolheu eram inspiradas nas pessoas queridas de sua vida.
Então, ela ficou aborrecida consigo mesma por esquecer dele. Mesmo que o relacionamento deles estivesse em terreno mais instável, ela deveria ter comprado algo para ele. No mínimo, eram amigos cordiais.
Um relacionamento precisa do esforço de ambas as partes. Talvez fosse hora de Daphne começar.
“Escolha algo então,” Daphne gesticulou, “eu comprarei para você.”
“Minha querida, eu que estou segurando os cordões da bolsa.” Atticus apontou em diversão, chacoalhando a bolsa de dinheiro bem na frente do rosto dela.
Daphne afastou a bolsa, enquanto os olhos do vendedor praticamente brilhavam ao ver como a bolsa parecia esticar com o peso das moedas.
Um sorriso forçado permanecia nos lábios de Atticus. “Com o que você vai pagar a ele?”
O rosto de Daphne corou. Talvez ela daria o dinheiro a Atticus mais tarde.
“Apenas escolha alguma coisa de qualquer jeito! Vou acertar o pagamento com você depois!” Daphne declarou fervorosamente com constrangimento, cutucando os produtos à mostra.
“É o que você diz…” Atticus disse, “Eu tenho o direito de pedir outro tipo de pagamento?”
“Que outros tipos―” O rosto de Daphne ficou ainda mais vermelho quando ela percebeu a insinuação nas palavras de Atticus. “Não, seu homem sem vergonha!”
“Eu? Sem vergonha? O que exatamente você está pensando, querida Allison? Eu estava pensando em você cozinhar minhas refeições favoritas, você tinha algo mais em mente?”
“Ah, com certeza era perfeitamente inocente―”
Enquanto brincavam, Daphne podia esquecer a bagunça que o relacionamento deles havia se tornado. Ajudava que eles estavam disfarçados; era muito fácil fingir ser Allison e David, dois indivíduos que estavam profundamente apaixonados, e o pior que acontecia com eles era a louça suja.
O vendedor riu. “Ah, deve ser bom ser casado. Só por isso, vou dar a vocês um brinde especial!”
Os olhos de Daphne miraram o item. Era um cordão de pérolas, mas estavam torcidas na forma de uma estrela. Involuntariamente, Daphne se lembrou dos brinquedos de bebê que compraram durante sua primeira feira de inverno.
“É um amuleto da sorte para fazer seus desejos se realizarem,” o vendedor explicou, “Criado à imagem da Estrela-do-mar de Nedour! Espero que sejam abençoados com filhos em breve.” O vendedor sorriu calorosamente para eles, e Daphne só conseguiu retribuir o sorriso trêmula, segurando os pacotes em suas mãos.
Filhos.
“Obrigado,” Atticus disse, sua voz baixa e séria. Ele pagou em silêncio, e Daphne pegou os itens. Ambos caminharam calmamente para longe da multidão, suas respirações formando nuvens no ar enquanto seus pés pisoteavam a grossa neve.
“Foi um bom passeio, não foi?” Atticus perguntou quando estavam longe o suficiente da multidão para não serem ouvidos. A esperança em sua voz era quase difícil de aguentar. Ele mexeu na mão, como se quisesse segurar a de Daphne, mas então ficou parado, esperando pela reação dela.
Os dedos de Daphne estavam firmemente presos ao amuleto da sorte. Ele poderia fazer desejos se tornarem realidade. Ela precisava disso agora. Ela queria que eles consertassem esse abismo entre eles. Mas uma estrela dos desejos poderia levá-la até certo ponto. A realidade era o obstáculo maior, mas a realidade também era algo que Daphne podia decidir ativamente consertar.
Ela estendeu a mão e Atticus prendeu a respiração. Sua mão lentamente tocou a dele, entrelaçando seus dedos lentamente.
Atticus congelou, seus olhos arregalados com uma admiração juvenil.
“Sim, Atticus.” Daphne sorriu, lágrimas brotando no canto dos olhos. “Foi um passeio muito bom.”
Os olhos de Atticus também tinham um brilho semelhante a lágrimas. Para um governante do Norte forte, grande e frio, ele certamente gostava de mostrar suas emoções abertamente. Ele não sorriu, mas Daphne pôde captar facilmente o jeito que seus olhos brilharam― e não era apenas a luz refletindo em suas lágrimas.
“Então… você se importaria de me acompanhar em outra viagem?” ele perguntou com cautela.
Daphne levantou as sobrancelhas. “Onde você tem em mente?”
A expressão de Atticus estava firme enquanto ele a olhava fixamente, seus lábios apertados em uma linha rígida. Ele parecia que estava prestes a declarar guerra contra outro reino, um olhar que acionava sinos de alerta na cabeça de Daphne.
Com efeito, a próxima palavra que saiu de seus lábios deixou Daphne incerta se deveria rir ou revirar os olhos.
“Nedour.”