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- Capítulo 519 - 519 Uma Rainha Digna 519 Uma Rainha Digna Quando seus lábios
519: Uma Rainha Digna 519: Uma Rainha Digna Quando seus lábios se encontraram, começou de maneira suave, hesitante e cautelosa, como se testassem as águas da reconciliação. Mas à medida que os momentos passavam, o beijo se aprofundava, alimentado pela intensidade de suas emoções. Suas bocas se moviam juntas numa dança de paixão e remorso, cada carícia terna derretendo as barreiras que haviam se erguido entre eles.
A mão de Atticus moveu-se para envolver a cintura de Daphne, segurando-a tão perto que ele não desejava nada mais do que sentir sua pele contra a dele. Ela também ansiava por seu toque depois de ter sido privada dele por tanto tempo.
Daphne não tinha certeza se era errado se sentir assim. Eles tinham acabado de fazer as pazes. Ela havia acabado de deixar para trás tudo que a impedia de se aproximar de Atticus novamente. No entanto, no instante seguinte, já estava envolvida em seus braços, ansiosa para voltar ao abismo, se era lá que ele estava.
Isso estava certo? Suas morais estavam todas confusas? Ela nem mesmo sabia. Daphne também não quis mergulhar fundo nesses pensamentos. No final das contas, se essas aventuras lhe ensinaram algo, era que seu tempo neste mundo era muito limitado e curto para se preocupar com mágoas mesquinhas.
Ela tinha que gastar tudo que tinha com as pessoas que se importava, e agora, essa pessoa era Atticus.
“Fique comigo,” ela murmurou entre beijos, “Eu quero saber mais sobre você.”
Ele pressionou um último beijo demorado na ponta do nariz dela, e quando finalmente se afastou, fez questão de não se distanciar muito. Ainda estavam se tocando — uma mão na cintura dela, dedos entrelaçados em seu cabelo, olhos colados um no outro como mel. Parecia errado estar separados.
“O que você deseja saber?” Atticus perguntou, sua voz profunda e carregada de forte desejo. No entanto, ele piscou para afastar esses pensamentos lascivos, determinado a mantê-los para si.
Ir devagar. Esse era o lema.
“Tudo,” ela disse. “Percebi que eu não sei quase nada sobre você. Preciso saber mais se eu for ser uma rainha adequada para você. Se eu quiser ser uma boa esposa para você.”
Desta vez, o tipo de expressão que Atticus trazia no rosto não tinha nada a ver com luxúria ou algo do tipo. Se houve algo, seu olhar se suavizou e sua expressão relaxou como se um grande peso tivesse acabado de ser retirado de seus ombros.
Atticus assentiu, levantando a mão de Daphne para pressionar um beijo nas costas dela.
“Tudo que você quiser saber, eu irei te contar,” ele disse. “Sem mais segredos.”
Daphne sorriu. “Sem mais segredos.”
***
Na manhã seguinte, nem o rei nem a rainha apareceram para o café da manhã. Os criados receberam instruções explícitas para não perturbar o casal real, e claro, eles não ousavam imaginar nada além.
Zephyr relutou em se afastar, preocupado que Atticus pudesse tentar algo para prejudicar Daphne, mas no final, ele obedientemente se manteve distante quando Sirona lhe lançou um aviso. Afinal, já fazia um tempo que as coisas estavam tão pacíficas por essas bandas.
Daphne passou a noite inteira ouvindo os altos e baixos da vida de Atticus. Ele lhe contou como conheceu Jonah e Sirona, como eles reuniram uma força para enfrentar o tirano rei de Vramid, e como a ascensão ao poder foi uma luta difícil mesmo depois de uma coroa ser colocada sobre sua cabeça. Naquela época, Atticus não tinha conhecimento de como administrar um reino.
Contudo, ele conseguiu reverter a situação da economia do reino em poucos anos. O que antes era um reino cheio de favelas e perigos logo se tornou um dos mais prósperos da região.
Escusado será dizer, Daphne ficou completamente fascinada pelas histórias. Ela havia ouvido tantas mentiras e rumores sobre a crueldade de Atticus que era refrescante conhecer as maravilhas de seu marido e as lutas pelas quais ele havia passado. Finalmente, ela parecia estar ouvindo mais sobre os acertos que ele fazia do que os erros que ele cometia.
Quando a manhã chegou, Daphne percebeu que tinha realmente adormecido no meio da história de Atticus. Parecia que ele também não conseguira se manter acordado, pois ela acordou na cama com ele ao seu lado, a apenas poucos centímetros de distância um do outro.
Nada físico aconteceu entre eles além desse beijo, mas ainda assim, ela sentiu como se essa fosse a vez mais íntima que ela já teve com ele. Atticus havia permitido que ela ultrapassasse suas paredes protegidas e entrasse em seu coração.
Suavemente, Daphne traçou os contornos do seu rosto enquanto ele dormia. Na luz dourada da manhã, Atticus parecia completamente radiante. Ele era um anjo banhado pela luz do sol, e quando seus olhos de repente se abriram, para sua surpresa, Daphne sentiu sua respiração bloquear em sua garganta. Seus olhos dourados penetrantes estavam fixos nela, piscinas borbulhantes de ouro derretido que escondiam todos os tesouros do mundo.
“Bom dia,” ele disse, sua voz baixa com sono. Isso só fez o coração de Daphne trepidar enquanto um sorriso incontrolável encontrava seu caminho para seu rosto.
“Bom dia,” ela retribuiu. “Vamos começar o dia?”
Atticus não disse nada, apenas estendeu o braço para reuni-la em seus braços. Ele pressionou sua cabeça contra seu peito, e posicionada assim, Daphne podia ouvir o bater selvagem de seu coração. Ecoava alto e forte em seu ouvido, uma batida constante que tinha um estranho efeito calmante.
“É pecado querer ficar na cama um pouco mais com você?” Atticus murmurou em seu cabelo, acariciando suavemente as mechas.
“Temos todas as noites pelo resto de nossas vidas,” Daphne disse, se desvencilhando de seu abraço para poder olhá-lo quando falava. “Mas eu quis dizer o que disse ontem à noite, Atticus. Eu desejo ser uma rainha adequada para Vramid e construir este reino ao seu lado.”
“Você já é uma rainha incrível e autodidata,” Atticus disse enfaticamente. “Para uma princesa que não sabia de assuntos de nenhum reino, você está se saindo maravilhosamente.”
“Mas ainda não o suficiente,” Daphne disse, balançando a cabeça. “Eu sei que posso ser mais. Quero ser digna o suficiente para que ninguém nunca mais possa questionar meu lugar legítimo ao seu lado.”
“Você nunca deveria estar aqui,” Atticus disse. “Eu a roubei de seu lugar legítimo neste mundo.”
“E eu não teria de outra maneira,” Daphne disse sem hesitar. “Aqui é onde eu pertenço. E você, o homem sempre rebelde, roubou meu coração.”
“Eu espero que sim,” Atticus murmurou com um sorriso. “O que você planeja nesse caso, minha rainha?”
“Eu desejo ajudar as pessoas que vivem nas favelas,” Daphne disse. “Vamos começar por aí. Foi lá que meus poderes despertaram pela primeira vez. Parece o lugar certo para começar depois que isso me deu uma nova vida.”
“Não será fácil,” Atticus disse, cantarolando. “Sem contar que você ainda tem que voltar para Reaweth de vez em quando para verificar as coisas. Você ainda é a herdeira do trono.”
“Passos de bebê,” Daphne disse, tocando o nariz de Atticus. “Faremos isso uma coisa de cada vez. Mas minha prioridade agora é você.”
“Que coincidência,” Atticus disse com um sorriso.
Era quente como o verão e tão belo quanto as flores desabrochando na primavera. O coração de Daphne iluminou-se com a visão, incrivelmente transbordante de tanto afeto que parecia que estava prestes a explodir. Era incrível como uma pequena conversa podia moldar facilmente como ela via uma pessoa, e ela se ressentia um pouco por não ter feito isso antes.
Seu marido — que maravilha poder chamá-lo assim ainda — se inclinou e pressionou um beijo demorado no topo de sua cabeça.
“Assim é o meu. E então, que tal o café da manhã?”
Daphne sorriu e deixou que ele a conduzisse para fora da cama. Ela queria acordar ao lado dele e tomar café da manhã juntos pelo resto de suas vidas. Este era apenas o começo de um novo capítulo de sua jornada juntos.