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- Capítulo 516 - 516 Passado da Vramid 516 Passado da Vramid Atticus estava
516: Passado da Vramid 516: Passado da Vramid Atticus estava inconsolável pelo resto do dia.
Ele não estava presente quando Nereu e Jonah se preparavam para deixar Vramid. Claro, Daphne não esperava que Atticus aparecesse para se despedir de Nereu, mas ela ficou surpresa ao ver que ele também não estava lá quando Jonah estava prestes a partir.
Nereu partiu à tarde — Daphne e Zephyr o despediram, junto com Sirona, que lhe deixou uma lista de instruções sobre como cuidar de seu novo olho durante o período de recuperação — mas, assim que a noite caiu e o jantar terminou, Jonah tinha suas bolsas preparadas e prontas para partir.
Sirona se despediu separadamente. Quando Daphne chegou aos portões da frente, Sirona já havia trocado suas palavras com Jonah e estava voltando para o palácio. Vendo que Daphne havia aparecido sozinha, Jonah não pôde deixar de balançar a cabeça com uma risada triste e desapontada.
“Ele é como uma criança grande,” comentou Jonah, suspirando em derrota.
“Ele é,” Daphne concordou com um aceno de cabeça. “Mas eu não posso culpá-lo. Provavelmente, ele é quem mais está chateado por você não ficar. Afinal, ele teve você com ele a maior parte da vida.”
“Atticus alguma vez mencionou para você como nos conhecemos?”
Daphne estremeceu onde estava, endireitando-se um pouco, atenta. “Não,” ela disse sinceramente. Em seguida, suas bochechas ficaram vermelhas.
O que ela realmente sabia sobre o marido?
Ela sabia que ele era o rei de Vramid, embora ele não tenha nascido como membro da família real. De fato, Daphne nem mesmo sabia como ele havia ascendido ao poder. Quando ela ouviu falar dele, seu nome já estava coberto de sangue.
A história da família de Atticus e como o Rei Rowan Verimandi era seu ancestral também era algo que Daphne só ficou sabendo recentemente. Antes, durante os dias mais felizes do casamento, Daphne sequer havia se esforçado de verdade para entender as origens de Atticus. Ela nunca perguntou, e agora que pensava nisso, sentia-se enormemente envergonhada.
Não era de se admirar que ela não tivesse adivinhado o que ele estava tramando. Se ela soubesse mais sobre ele, talvez tivesse descoberto sobre seus planos mais cedo. O que isso teria feito por eles, ela não tinha certeza. No entanto, isso só dizia a Daphne que ela não era uma boa esposa, apesar de culpar Atticus por manter coisas escondidas dela.
Realmente era uma mentira ou omissão da verdade se Daphne nunca se preocupava em perguntar? Atticus não tinha dever de relatar a ela, embora fosse bom se ele o fizesse. Se ela nunca mostrou interesse, como ele saberia fazer isso?
Mas por que ele não poderia compartilhar mesmo que ela não perguntasse? Não era natural querer compartilhar coisas com as pessoas que amam?
Era tudo muito confuso.
“Você não precisa se culpar,” disse Jonah, entendendo rapidamente no que Daphne estava pensando. “Atticus não gosta de falar do seu passado. Ele acha a luta vergonhosa, até certo ponto.”
“Ele trabalhou duro para conquistar poder,” Daphne respondeu. “Como isso poderia ser vergonhoso?”
“Você pelo menos sabe que Atticus não nasceu na realeza, certo?” perguntou Jonah, ao que Daphne respondeu com um aceno de cabeça. Ele continuou, “A família de Atticus não tinha muitos recursos. Ele nasceu nas favelas, no mesmo lugar para onde você foi sequestrada há tantos meses. Na verdade, todos nós nascemos lá — Atticus, Sirona e eu. Foi lá que nos conhecemos.”
Daphne pressionou os lábios. Ela havia suposto que era o caso, especialmente quando Atticus deixava escapar alguns pedaços do seu passado, mas ela nunca esperava que seria tão trágico. Não era de admirar que ele estivesse tão em pânico quando ela desapareceu — ele saberia melhor do que ninguém quão horrível aquela parte da cidade era.
“Naqueles tempos, Vramid era governado por um rei que não se importava com os assuntos do reino,” disse Jonah. “Ele não se importava se seu povo vivia ou morria, ou mesmo se o reino prosperava ou não. Tudo que ele fazia era ficar em seu palácio, e eventualmente, o povo aprendeu a viver por conta própria.”
Ele explicou: “É por isso que Atticus não se preocupou em deixar Vramid sem um rei pelos meses em que estivemos na estrada — eles sobreviveram por gerações e conseguirão fazer o mesmo por apenas alguns meses.”
“Se Vramid tinha um rei diferente que não era relacionado a Atticus, isso deve significar…” Daphne parou.
Jonah apenas acenou com a cabeça.
“Quando Atticus atingiu a maioridade, ele já havia reunido um grupo de combatentes leais determinados a mudar os rumos do reino. Você tem que entender que não eram apenas as favelas que passavam por dificuldades naquela época; os títulos nobres eram apenas isso — títulos. Eles não tinham riqueza, poder e nem utilidade.”
“Nós invadimos o palácio,” ele continuou. “Mesmo que o rei não se importasse com seu reino nem com seu povo, ele não estava disposto a desistir de sua imensa riqueza, coletada dos impostos que implementava em seu povo. Atticus não teve escolha a não ser recorrer à violência. Foi então que descobrimos que ele tinha magia, algo que apenas a realeza possuía.”
“Foi assim que ele se tornou o rei de Vramid?” perguntou Daphne.
“Sim,” disse Jonah. “Ele não desejava ser. Na verdade, Atticus tentou passar a coroa para mim, mas eu preferia não ter tanta responsabilidade em meus ombros. Além disso, minha afinidade com a magia era fraca. Eu não teria sido um bom governante para o reino. Atticus também precisaria do apoio de Vramid para realizar seus planos.”
Jonah não precisou explicar mais. Daphne entendeu que esses planos eram para apagar a magia do mundo dos humanos.
“Sua jornada a um trono que ele nem mesmo queria foi preenchida com muito derramamento de sangue,” disse Jonah, “tanto que rumores do rei sanguinário do Norte se espalharam por toda parte até o momento em que ele foi coroado oficialmente. Até então, parecia que sua reputação já estava arraigada em pedra, e Atticus não se importava em manter as coisas dessa maneira. A violência era a resposta quando se tratava de inimigos que se recusavam a ter discussões pacíficas.”
Não havia alegria na risada de Jonah, apenas remorso.
“Ele perdeu o caminho por um tempo,” admitiu Jonah. “E haveria muito mais derramamento de sangue seguindo seu caminho para seus objetivos se não fosse por você, Daphne.”