Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 480
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480: Retorno 480: Retorno Por um segundo, Daphne pensou que talvez fosse um truque que Atticus estava preparando. Ela não ficaria surpresa se fosse – ele agora tinha toda a magia do mundo. Quão difícil poderia ser uma simples ilusão?
Entretanto, quando uma enxurrada de penas e cabelo correu em direção ao seu rosto, pressionando-a em um abraço apertado, Daphne ouviu um soluço sufocado escapar de seus próprios lábios. As mãos de Atticus deixaram seu corpo apenas meio segundo antes de Zephyrus praticamente voar para seus braços. Se não fosse pelo fato de que ela havia se firmado, ela poderia até ter tomado um tombo pela pura força.
Ela não ousava respirar muito forte, com medo de que, se fizesse algum movimento brusco, tudo à sua frente se desfizesse e ela percebesse que isso não passava de um sonho cruelmente realista. No entanto, lentamente, Daphne colocou seus braços nas costas de Zephyrus, suas mãos deslizando pelas penas vermelhas e laranjas macias que cobriam suas asas e uma parte de suas costas desnudas.
“Zephyrus…” ela murmurou seu nome, seus olhos arregalados enquanto o afastava do abraço para poder vê-lo melhor.
Segurando sua bochecha, Daphne girou o rosto dele de um lado para o outro, examinando suas feições. Era mesmo Zephyrus. Parecia certo; Daphne duvidava que fosse a poção de Alistair, capaz de alterar a aparência de outro, que estivesse em ação.
“Eu não conthigo wrespirar diweito,” Zephyrus murmurou, e as mãos de Daphne deixaram seu rosto imediatamente.
“Oh!” Ela exclamou, soltando as mãos. “Me desculpe.”
“Tudo bem!” disse Zephyrus, sorrindo imediatamente no segundo que pôde.
Seus olhos, porém, deixaram os dela por um breve momento para olhar para Atticus atrás dela. Então, por puro instinto, ele deu um passo para trás, fazendo questão de puxar Daphne com ele. Zephyrus segurou Daphne de forma protetora, envolvendo-a em suas asas enquanto observava cautelosamente os movimentos de Atticus.
A última apenas levantou ambas as mãos em sinal de rendição, mostrando que ele não estava prestes a fazer nenhuma gracinha.
“Não esqueça o motivo pelo qual você tem sua asa estúpida de volta, frango,” disse Atticus, um brilho de aviso aparecendo em seus olhos dourados.
Zephyrus rosnou, suas sobrancelhas franzidas enquanto ele inflava suas penas numa tentativa de se mostrar intimidador.
“Eu definitivamente não esqueci por que as perdi em primeiro lugar,” ele retrucou.
Daphne, no entanto, não se importava com isso no momento. Havia assuntos mais urgentes a tratar e ela precisava saber como e por quê.
“Suas asas!” ela exclamou. “Mas… Mas…”
Quando Zephyrus apenas continuou a encarar Atticus desconfiado, Daphne simplesmente o forçou a olhar para ela novamente.
“Eu já sei o que aconteceu,” ela disse rudemente. “Sei que ele cortou suas asas e você mentiu para mim sobre ter encontrado uma maneira de mantê-las escondidas. Minha pergunta é, como você fez para que elas crescessem novamente?”
“Você já sabe, então?” perguntou Zephyrus.
Ele suspirou, rindo nervosamente antes de lançar um olhar para Sirona e Jonah, que estavam junto à porta. Quando Sirona acenou com a cabeça, Zephyrus suspirou mais uma vez. Ele apertou os lábios, no entanto, sem saber por onde começar.
Vendo seu silêncio, Sirona deu um passo à frente.
“Se você não pretende falar, então eu falarei,” ela disse, embora seu tom fosse mais leve e brincalhão do que condescendente.
Zephyrus assentiu, uma permissão silenciosa para que ela continuasse. Ele simplesmente ficou ali, suas asas ainda criando uma barreira que protegia Daphne de Atticus.
Agora, Daphne olhou para Sirona em busca de respostas. Pelo que ela sabia, Sirona e Jonah eram tão responsáveis pela perda coletiva de magia do mundo, assim como pelo olho perdido de Nereu e pela asa quebrada de Zephyrus. Embora este último parecesse ser principalmente culpa de Atticus, ela não ousava imaginar que Sirona e Jonah não tivessem desempenhado um papel nisso.
Afinal, eles eram seus amigos leais e criados. Era natural que fizessem suas ordens.
“Fale, então,” Daphne ordenou. Ela encarou Sirona com frieza, sem nem querer encontrar os olhos de Jonah, que ainda estava um pouco mais distante.
“O minério de meteorito de ferro foi usado para muitas coisas,” disse Sirona. “Primeiramente, foi usado para a cura do Príncipe Silas e do Príncipe Alistair. Depois, foi um dos itens necessários para o ritual.”
“Eu sei disso,” Daphne cortou. “Vá direto ao ponto. Como a asa de Zephyrus foi restaurada depois que Atticus a cortou brutalmente?”
“É a isso que estou chegando,” disse Sirona. “O terceiro uso do minério de meteorito de ferro foi para criar uma poção que ajudaria no crescimento da asa de Zephyrus. Nós a misturamos com uma porção do sangue vampírico para―”
“Com uma porção do quê?!” Daphne quase gritou. Suas mãos se fecharam em punhos, e sem que ela percebesse, suas mãos rapidamente se cobriram com uma aura prateada cintilante. “Vocês estão loucos?! Como vocês poderiam arriscar algo assim de novo? As reservas de Xahan foram destruídas por Jean Nott, não foram? Com isso destruído, se houvesse um segundo surto, não restaria nada como cura!”
“Foi controlado.” Dessa vez, foi Jonah quem falou. Ele deu um passo à frente, colocando uma mão contra seu peito. “Teoricamente, as propriedades do minério neutralizariam as toxinas vampíricas no sangue. Assim sendo, embora possamos aproveitar e usar os benefícios regenerativos aprimorados, há uma baixa chance do paciente se transformar em um vampiro.”
Daphne soltou um suspiro fundo e controlado. “E vocês usaram esse novo soro em Zephyrus.”
“Era a única maneira de sua asa crescer novamente sem esperar outro século,” disse Sirona.
“E o que vocês esperavam com isso?” Desta vez, ela dirigiu sua pergunta a Atticus, passando pelas asas de Zephyrus para olhar diretamente para o homem que ela chamava de marido. Todos os sentimentos de medo se dissiparam de seu corpo, substituídos apenas pela raiva. “Você achou que fazendo isso, estaria corrigindo um erro?”
“Isso não mudará o que aconteceu, nem estou tentando,” declarou Atticus.
Daphne não conseguia discernir as emoções que ele estava sentindo naquele momento. Na verdade, ela teria pensado que era nenhuma emocão, pela forma como seu rosto estava estoico.
“Se eu tivesse que fazer tudo isso de novo, nas mesmas circunstâncias, eu faria,” disse Atticus. “Restaurar sua asa não é para aliviar minha culpa nem é um sinal de que estou arrependido de minhas ações. Não se engane quanto a isso.”
“Então, por que se incomodar?” Daphne gritou. Ela mordeu o lábio logo em seguida.
Claro, ela estava mais do que aliviada e feliz por ver Zephyrus ter suas asas novamente. Ele adorava voar e para Daphne, ele era tão querido quanto um protegido. Uma parte dela se sentia responsável por seu bem-estar e, se ele estava incapacitado, ela sentia como se tivesse falhado como sua guardiã. No entanto, ela não entendia por que Atticus faria tal coisa. Além disso, ela não queria se sentir em dívida com esse homem.
“Por que você está fazendo isso quando obviamente isso não te beneficia em nada?” ela continuou. “Você odeia ele.”
Atticus suspirou. “Mas você não.”