Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 476
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476: Magia Perdida I 476: Magia Perdida I A luz inundava o quarto, encharcando as paredes do teto ao chão. A intensidade pura do brilho era cegante, uma luminosidade que sobrecarregava os sentidos e pintava tudo em tons de branco incandescente. O mundo se tornou uma tela de branco, uma cegueira momentânea que apagava todas as outras cores.
Instintivamente, todos no quarto fecharam os olhos, levantando as mãos para se proteger da luz. No entanto, o que estava vindo era inevitável.
Uma sensação invadiu Sirona e Jonah, fazendo seus estômagos revirarem e seus músculos se contraírem. A sensação era nauseante; parecia que seus corpos estavam sendo despidos de suas veias, cada vaso sanguíneo arrancado de debaixo da pele. Uma dor de cabeça lancinante logo preencheu seus crânios, fazendo com que os dois segurassem as cabeças enquanto um gemido de dor escapava de suas gargantas.
Por outro lado, Atticus estava inundado de euforia. Ele podia sentir a vida se acumular na ponta de seus dedos, chamas dançando atrás de seus olhos e geada subindo pela sua pele. Cada sopro de ar parecia respirar a brisa fresca de um belo prado pitoresco. Seu corpo estava explodindo de força, adrenalina correndo por suas veias como nunca antes.
Ele nunca se sentira tão vivo — tão poderoso.
Seus vasos sanguíneos pareciam estar em chamas. Quando a luz branca cegante se dissipou, Atticus olhou para as mãos, surpreso ao ver seus vasos sanguíneos brilhando como se fossem cogumelos luminescentes.
“É isso, não é?” Sirona perguntou, tossindo enquanto segurava seu peito. Seu corpo se sentia pesado e suas pernas fracas. Ela não conseguia nem se manter de pé agora.
Jonah estendeu a mão como havia feito milhares de vezes antes. Ele se concentrou, até fechando os olhos enquanto tentava alcançar sua própria magia. No entanto, o encanto de malaquita em seu cinto permaneceu como estava — não brilhante. Era nada mais que uma pedra bonita agora, pendurada em seu corpo.
“Nada?” Sirona perguntou.
“Nada,” Jonah confirmou.
Vendo isso, Atticus estendeu a mão, apontando-a para a janela. Ele imaginou as folhas verdes, as videiras entrelaçadas e o cheiro de orvalho em grama fresca. Num instante, um ramo atirou-se pela janela, arrebentando o vidro antes de se enrolar ao redor do quarto. Foi direto para Jonah, torcendo em volta de seu corpo como uma cobra se enrolando em sua presa.
Jonah deu um grito de surpresa, torcendo o corpo para frente e para trás na tentativa de se libertar, mas sem sucesso.
“Funcionou…” Atticus murmurou em um sussurro. Assim que ele relaxou a mão, o ramo se soltou, deixando Jonah cair de volta no chão com um baque.
“Um aviso teria sido bom,” Jonah resmungou, esfregando seu traseiro dolorido.
No entanto, Atticus apenas revirou os olhos brincalhão antes de apontar sua mão na direção de Jonah. Desta vez, em vez de uma saraivada de galhos e gravetos, Jonah sentiu algo quente tomar conta de seu corpo. Num instante, o hematoma que havia formado quando ele caiu sobre o traseiro desapareceu rapidamente; parecia que ele nunca havia caído.
“Caramba,” Sirona sussurrou em um arquejo. “Você pode fazer todos os tipos de magia agora?”
“Parece que sim,” Atticus disse. Ele fechou os punhos e desta vez, sua mão irrompeu em chamas azuis. Mesmo sentindo o calor se espalhando sobre seu rosto, ele não sentiu nenhuma da dor escaldante em sua mão.
“A magia do mundo inteiro se foi,” Jonah disse. “Agora, são suas.”
“Minhas,” Atticus disse, “onde deveriam ter estado desde o começo.”
***
Daphne estava sentada bem em frente à porta, seu olhar oscilando entre a maçaneta encantada e o anel de obsidiana que Atticus lhe dera, quando, de repente, ela sentiu o palácio inteiro tremer e balançar. Ao mesmo tempo, houve um brilho luminoso que vinha de fora das janelas e das frestas da porta.
Em seguida, Daphne sentiu algo quente percorrer seu corpo. Era uma sensação parecida com a de ser banhada repentinamente em água quente de banho, o sentimento correndo do topo de sua cabeça até a ponta dos dedos de seus pés.
Isso não foi o fim; além disso, algo extraordinariamente estranho aconteceu. Ela começou a brilhar!
Daphne observou suas mãos em admiração — e preocupação — ao perceber suas veias brilhando como se ela fosse algum tipo de água-viva que Cordélia sempre lhe contara em suas cartas. Durou não mais que alguns segundos, mas esses mesmos segundos fizeram Daphne levantar-se rapidamente de surpresa. Ela não se sentia tão energizada há muito tempo.
Todos os males, cada ferida, cada lesão no corpo de Daphne pareciam se curar sozinhos. Seu corpo se sentia como se tivesse renascido.
A lista de maravilhas não parava por aí. Enquanto ela observava suas mãos, Daphne percebeu uma coisa ― o anel de obsidiana prateado que Atticus acabara de lhe dar começou a brilhar.
Ao contrário do brilho roxo do anel de obsidiana característico de Atticus, este tinha uma aura prateada. Era cintilante, mas não tão brilhante quanto suas granadas e safiras quando ela usava seus poderes de piromancia ou hidromancia. No entanto, esse brilho era suficiente para plantar uma semente de dúvida em seu coração.
Algo dentro de Daphne a instou a colocar a mão na maçaneta encantada. Ela não sabia de onde vinha essa intuição, mas parecia que ela não a havia levado a um beco sem saída há muito tempo. Assim, Daphne estendeu a mão para a frente, preparando-se para a sensação de choque que correria pelo seu corpo quando o encanto entrasse em ação.
Só que desta vez, isso não aconteceu. Seus dedos roçaram a maçaneta de forma segura, apenas para perceber que qualquer encanto que Atticus tivesse colocado na porta de alguma forma havia desaparecido. O anel em seu dedo brilhou um pouco mais, aumentando a intensidade pulsante quanto mais área ela tocava. Até o momento em que ela envolveu a mão na maçaneta, estava tão brilhante quanto todos os outros cristais usados para canalizar magia.
“O que…?” ela murmurou suavemente, inspirando um respiro fundo de ar para acalmar seu coração; estava acelerado em seu peito como se não houvesse amanhã.
Então, ela reuniu sua coragem e girou a maçaneta.