Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 468
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468: Sentimentos Verdadeiros 468: Sentimentos Verdadeiros “E você não esqueceu também,” Daphne terminou em voz baixa. Não havia como provar que Atticus estava dizendo a verdade, mas também não havia como provar que ele estava mentindo. Era a palavra de Atticus, uma série de semelhanças condenatórias e uma injustiça que durava gerações.
“Como eu poderia?” Atticus riu, mas não havia alegria. “Vramid era um buraco de merda completo antes de eu assumir. Minha avó era uma princesa que deveria ter casado com a nobreza e vivido o resto da sua vida no luxo, mas em vez disso, ela se escondeu nas favelas de Vramid e casou com um sapateiro, que então morreu quando a doença se espalhou. Seu filho, que deveria ter sido rei, ganhava a vida curvando a cabeça para oficiais corruptos.”
“E você decide se vingar do mundo inteiro só por causa de um erro?” Daphne explodiu, com as mãos cerradas em punhos ao seu lado.
“Não é realmente vingança,” Atticus disse, dando de ombros. “Eu estou apenas recuperando o que originalmente pertencia à minha família. Além disso, se eu realmente quisesse me vingar,” um brilho assassino passou por seus olhos, “eu poderia ter simplesmente declarado guerra à sua família. Não precisava roubar uma noiva.”
“Guerra…” Daphne ecoou, com a cabeça latejando.
Ela sentia como se seu cérebro estivesse prestes a explodir. Cada vaso sanguíneo em seu corpo estava pulsando, seu sangue rugia em seus ouvidos. Ela podia ouvir suas próprias batidas do coração no silêncio do quarto, tão alto que tinha certeza de que Atticus também não poderia deixar de ouvir.
Não era isso? Não era Atticus tentando declarar guerra ao mundo mágico?
“Por que você não fez isso, então?” Daphne perguntou através das lágrimas, com voz trêmula. “Mate-me. Mate o resto da minha família. Você terá seu reino de volta.”
Atticus sorriu, mas desta vez, não havia raiva nem fúria sádica. Tudo o que era visível na curva de seus lábios era tristeza. Ele balançou a cabeça.
“Esse é o crime dos seus antepassados — não seu, não da sua família. Mesmo que seu irmão seja um psicopata e seu pai seja um governante inadequado e ainda mais inadequado como pai, sua família não merece ser executada por crimes que não cometeu. Você, especialmente…”
Atticus parou de falar. Ele se aproximou, ignorando a forma como Daphne recuou de seu toque. Ele pegou um pedaço de cabelo que havia caído sobre o rosto dela, e gentilmente, ele ajudou a penteá-lo para trás da orelha.
“Você é minha esposa,” Atticus murmurou, com a voz suave. “Eu planejo manter os votos que fiz durante nosso casamento.”
“Sou apenas uma ferramenta, um meio para um fim,” Daphne cuspiu. “Como você pode mentir com tanta facilidade?”
Com um eco agudo, Atticus brandiu a pequena adaga mais uma vez. Magia envolveu a mão de Daphne, forçando-a a estendê-la para ele. O brilho da mágica iridescente fez a adaga descer até o dedo dela, fazendo o coração dela falhar um batimento de susto.
Ela fechou os olhos, esperando o pior, apenas para sentir uma pequena picada no dedo. Instintivamente, ela se contraiu um pouco com a sensação, mas rapidamente abriu os olhos quando percebeu que não havia mais nada.
Atticus gotejou o sangue carmesim dela, recém-extraído do dedo indicador, em um tubo pequeno que ele havia preparado. Assim que tinha o suficiente — apenas algumas gotas — ele rapidamente tampou o tubo de ensaio e permitiu que Daphne tivesse livre movimento novamente. Ela retirou rapidamente sua mão, segurando-a junto ao peito enquanto olhava para a ferida.
“Relaxe, eu não te envenenei,” Atticus disse. Ele guardou o sangue coletado e depois a adaga, sua magia se dissipando no ar. “Você queria saber por que eu te sequestrei, não é? É por isso. Eu precisava de sangue da família governante de Reaweth para que o ritual funcionasse. Como sua família derrubou a minha, isso significa que o seu sangue é necessário.”
Com outro aceno de sua mão, uma bandagem fresca foi trazida, seguida de uma pomada. Era apenas uma pequena ferida, algo que teria cicatrizado sozinha mesmo sem medicação. No entanto, Atticus cuidou do dedo de Daphne como se fosse uma questão de vida ou morte. Embora devesse ser uma cena comovente, Daphne não conseguia nutrir nenhum sentimento positivo em seu coração por ele.
Ela estava conflitante, sem dúvida.
O marido dela a amava, de fato? Por que ele não compartilhou isso com ela antes? Eles estavam apaixonados há um bom tempo — ele não precisava esconder tais coisas dela.
No entanto, ela rapidamente respondeu suas próprias perguntas apenas olhando para Atticus enquanto ele envolvia seu dedo numa camada de gaze.
Mesmo que ele lhe dissesse, ela aceitaria seus planos e o ajudaria? Ele ainda precisaria dos mesmos ingredientes para que o ritual funcionasse — isso incluía um olho de kelpie e uma asa de grifo. Daphne nunca teria sido capaz de fechar os olhos para isso e deixá-lo colher órgãos de Nereus e Zephyr.
“Eu te amo, Daphne,” Atticus murmurou, assim que ele fixou a bandagem, olhando para a mão dela em vez de encontrar os olhos dela. Sua voz tremia com o que Daphne pensou ser medo. “Embora eu não tenha me aproximado de você pelas razões mais valentes, eu me apaixonei por você depois do nosso tempo juntos.”
“Então pare com essa loucura,” Daphne suplicou. “Você vai atrasar o mundo em pelo menos um século de avanços com isso. O olho de Nereu ainda pode ser devolvido. A asa de Zephyr —”
“É um mal necessário, receio,” Atticus disse, com a voz firme. “Eu estou corrigindo o que meu bisavô fez de errado. Ele nunca deveria ter compartilhado seu presente com o mundo. Em vez de um presente, é mais uma maldição.” Seus olhos desceram até a barriga de Daphne antes de ele desviar o olhar. “Se não fosse por Jean Nott…”
Ele não terminou a frase, mas Daphne sabia muito bem o que ele quis dizer. Se não fosse por Jean Nott e sua magia, o filho de Daphne ainda estaria vivo. Ela não teria sofrido um aborto espontâneo. Eles poderiam ter tido uma família feliz.
“Eu te amo, Daphne. E é por isso que preciso que você fique aqui, segura.” Com isso dito, ele se levantou e se afastou. Seus passos rápidos o levaram à porta quase instantaneamente e Daphne podia estender a mão para ele com os olhos arregalados.
“Atticus―”
“Não se preocupe,” ele disse, “Eu prometo que vou tratar Silas e transformá-lo em um humano de verdade junto com Alistair antes de realizar o ritual. Sua família — exceto Alistair, que terá que pagar por seus crimes de guerra contra Reaweth — não será prejudicada, contanto que fiquem fora do meu caminho.”
“Espere―”
“Eu te amo,” Atticus disse, sorrindo gentilmente, tristemente, “mesmo que você não me ame de volta.”