Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 441
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- Capítulo 441 - 441 O Culpado Punido III 441 O Culpado Punido III A lâmina
441: O Culpado Punido III 441: O Culpado Punido III A lâmina prateada cintilava sob o luar, capturando a luz e refletindo-a com um brilho ameaçador. Junto à expressão maníaca que estava no rosto de Atticus, ninguém ousava se aproximar; ninguém se atrevia sequer a respirar muito alto.
“Atticus, espere! Precisamos dele vivo!” Sirona gritou de onde ela estava na enfermaria.
Eles ainda precisavam das asas de Zephyrus para a medicação de Daphne. Se Atticus não temia a fúria de sua esposa quando ela percebesse que seu pássaro de estimação e querido amigo estava morto, então ele pelo menos deveria considerar o fato de que ele era um ingrediente necessário para garantir que Daphne não sucumbisse aos seus ferimentos.
Surpreendentemente, Atticus a ouviu alto e claro desta vez. Talvez ele sempre tivesse ouvido, mas simplesmente escolhido ignorá-la.
“Não importa,” ele disse. Um lento sorriso perturbado se esticou em seus lábios, seus olhos quase humorados se não fosse pela atmosfera opressiva que ele emanava. Ele soltou um resmungo, não exatamente um suspiro nem uma risada, mas algo entre eles. “Podemos sempre colhê-las de seu corpo morto.”
Pânico passou pelos olhos de Zephyrus assim que ele ouviu a troca entre Atticus e Sirona, fazendo-o lutar ainda mais contra o aperto de Atticus. No entanto, ele se debatia tão eficazmente quanto um verme em um anzol— absolutamente inútil. Ele estava preso sem chance de escapar.
“Daphne…” O nome escorregou de seus lábios, seu chamado por ajuda. Infelizmente, foi um gatilho para o homem enlouquecido.
“Não ouse pronunciar o nome dela,” Atticus rosnou, apertando ainda mais forte. O rosto de Zephyrus tinha virado roxo e sua cabeça parecia estar cheia de tanto sangue que estava prestes a explodir. “Você não tem esse direito! Você é o motivo dela estar naquela cama agora. Você é o motivo dela estar oscilando entre as fronteiras da vida e da morte. Você é o motivo de nosso filho estar morto!”
“Jean Nott―”
“Ele é tão culpado quanto,” Atticus disse, interrompendo-o. “Oh, não se preocupe. Quando eu terminar com você, arrancarei a cabeça dele com minhas próprias mãos. Você terá uma encantadora companhia para manter você ocupado na sua descida ao inferno.”
As asas de Zephyrus se agitaram e bateram, tentando levantar um pouco de areia e poeira para ganhar algum tempo. Contudo, apenas um sopro de Atticus, e tudo se dissipou. O grifo já havia perdido a conta do tipo de magia que tinha visto esse homem exibir desde que se conheceram — quantas afinidades diferentes ele teria?
Ele era mesmo humano?
“Daphne não perdoaria você se algo acontecesse a Zephyrus,” Nereu disse de cima, encarando Atticus lá embaixo.
Ele não desceu, em parte porque temia que algo pudesse acontecer a Daphne se não houvesse ninguém capaz o suficiente na enfermaria, e em parte porque ele sabia que não havia nada que pudesse fazer fisicamente para ajudar Zephyrus. Sem seu olho, ele era tão forte quanto a Princesa Cordélia de Nedour — poderosa, mas nada além de um incômodo moscardo diante do Rei Atticus.
“Daphne? Perdoar?” Atticus ecoou. Ele relaxou um pouco o aperto no pescoço de Zephyrus e o último imediatamente ofegou por ar, respirando pesadamente enquanto seus ombros se erguiam. “A questão é, ela o perdoaria pelo que ele fez a ela?”
Isso fez com que a respiração de Zephyrus parasse por um segundo, o sangue gelando em suas veias.
“Quando Daphne descobrir que seu filho se foi, quando ela lembrar que essa besta que ela salvou e criou é a razão pela qual não temos mais nosso primogênito, será que ela o perdoaria ou concordaria com minhas intenções de matá-lo como eu deveria ter feito quando o encontramos pela primeira vez no labirinto,” Atticus continuou.
“Chamem a Rainha Lavinia,” Sirona murmurou para Nereu, cujo olho brilhou com pânico. Vendo sua hesitação, ela enfatizou, “Agora!”
O kelpie saiu em disparada, mandíbula cerrada e dedos apertados em um punho. Ele desapareceu pelos corredores, procurando desesperadamente por alguém que soubesse onde estavam as câmaras da Rainha Lavinia.
Enquanto isso, Atticus já tinha a ponta do sabre apontada para a garganta de Zephyrus. O grifo parou de lutar, o medo tomando controle dele enquanto ele olhava impotente para a lâmina. Ele queria se mover — não deveria ser tão difícil rolar e sair da zona de ataque de Atticus — mas logo percebeu que não era apenas o pânico simples que o mantinha preso no local.
Atticus havia usado sua mágica para prendê-lo, segurando-o no lugar como um frango pronto para o abate. Era exatamente como o apelido degradante que o rei Vramidiano sempre usou com ele — Zephyrus sentia-se como uma peça de carne na tábua de corte, esperando o chef trazer a faca para baixo em sua carne.
“Você deveria rezar pela morte,” Atticus disse, rindo. Não havia nenhum sinal de alegria em sua voz, nem havia qualquer deleite. Estava repleta de escárnio e desprezo, coisas que faziam o sangue de Zephyrus coalhar e seu estômago se retorcer desconfortavelmente. “Afinal, a morte seria mais misericordiosa do que o que estou prestes a fazer com você.”
Sem dizer mais nada, Atticus ergueu o sabre acima da cabeça, fazendo Zephyrus fechar os olhos.
O público estava em silêncio, a não ser pelo grito que rasgou a multidão.
“Rei Atticus, pare!”
Mas era muito pouco, tarde demais.
Atticus baixou a lâmina, auxiliado pela aura arroxeada de seu anel de obsidiana, adicionando força para conduzir a arma diretamente através da asa direita de Zephyrus como a faca de um açougueiro através de carne e osso.
O grito de Zephyrus ecoou pelo palácio, seus uivos tão altos que até os pássaros repousando nas árvores próximas voaram em pavor. Sangue respingou pelo gramado e até sobre as roupas de Atticus antes de eventualmente se acumular embaixo do corpo de Zephyrus.
Finalmente, a dor foi amortecida pela adrenalina. Ainda assim, isso não cessou o pânico que enchia o corpo de Zephyrus quando ele não conseguia mais sentir sua asa direita — um membro dele que ele poderia facilmente controlar e manobrar à sua própria vontade. O que estava lá agora se foi, deixado com um coto que sangrava e pulsava.
Atticus se inclinou, liberando Zephyrus de sua mágica enquanto usava seu anel para apanhar a asa cortada do chão.
“Isso é o que você lhe deve,” Atticus sussurrou bem ao seu ouvido. “Considere-se sortudo — eu poderia ter levado as duas.”
Dito e feito, Atticus se afastou, ignorando completamente as expressões horrorizadas de Cordélia e da Rainha Lavinia enquanto ele passava por elas, o sangue de Zephyrus ainda pingando da asa destacada e manchando a grama abaixo.