Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 35
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35: Meu Marido 35: Meu Marido “Você está acordado!”
Uma enxurrada de emoções subitamente dominou Daphne ao som da voz de Atticus. Ela não tinha muita certeza de por que isso estava acontecendo, mas sabia que havia um toque de alívio que percorria suas veias, seguido de alegria pura e, por fim, imensa culpa. Quando tudo atingiu Daphne de uma vez, ela desabou em lágrimas.
Havia algo naquela voz arrogante e macia como manteiga de Atticus. A mesma que, até pouco tempo atrás, era tudo que a irritava Daphne.
Pra pensar que ela poderia nunca ter ouvido a voz dele novamente.
“Você acordou…”
Os ombros de Daphne começaram a tremer incontrolavelmente. Ela soluçava engasgando em suas lágrimas, enquanto seu choro se intensificava.
“Raio de sol, o que há de errado?”
A apertada em seu pulso afrouxou e ela foi rapidamente puxada para um abraço quente. Ela não conseguia parar, sabendo muito bem que seu choro e lágrimas já deveriam estar manchando as roupas de Atticus.
Como era deselegante, seus pais a teriam repreendido pela falta de compostura se tivessem a pego chorando. Princesas deveriam chorar discretamente e silenciosamente, não como bebes famintos.
Contudo, Daphne realmente não se importava. Atticus estava vivo. Ela não o havia matado acidentalmente. Embora Daphne não tivesse certeza do porquê, ela não teria conseguido se perdoar se a última conversa deles fosse uma briga.
Este homem, tão rude e insensível quanto podia ser, havia conseguido se infiltrar em seu coração como um parasita.
Uma mão grande acariciou delicadamente a parte de trás da cabeça de Daphne, alisando seus cachos. Atticus era paciente, não dizendo uma palavra enquanto Daphne chorava copiosamente. Ao invés disso, ele apenas a segurou em seus braços em silêncio, tentando acalmá-la como um bom marido faria.
Como um bom amante faria.
Quando Daphne finalmente se acalmou, ela foi a primeira a se afastar. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, provavelmente seu nariz também, e ela ainda estava assoando o nariz para tentar parar a coriza.
“Olhe para você,” Atticus murmurou suavemente, um humor em sua voz. Seu polegar passou delicadamente pela pele debaixo do olho de Daphne, limpando as lágrimas restantes. “Se as pessoas não souberem, vão achar que eu estou te provocando. Mas na verdade, eu sou o ferido aqui. Por que você está chorando?”
Daphne conseguiu fazer um muxoxo. “Bem, me perdoe por me importar.”
Atticus sabia que sua esposa pretendia que suas palavras fossem sarcásticas e irônicas, mas lágrimas e coriza as fizeram parecer mais teimosas e fofas para ele.
A voz de Daphne saiu trêmula. “Da próxima vez que você se machucar, vou fazer um desfile em sua homenagem.”
Atticus sorriu para ela enquanto acariciava sua bochecha, e ela respondeu com uma carranca, batendo em sua mão.
“Não chore por mim, querida. Como você pode ver, estou perfeitamente bem.” Atticus tentou se sentar mais ereto, apenas para que Daphne o empurrasse de volta com uma força surpreendente, olhando-o com um olhar atento.
Seu cabelo comprido roçou os lados de seu rosto. Tão perto, Atticus inalou seu doce perfume.
“Não, você não está.” Daphne fungou enquanto olhava para Atticus. “Eu te disse que o vinho estava envenenado. Mas não… você não quis me ouvir! Homem estúpido!”
“Ah. Envenenado. Certo. Você está certa e eu estava errado,” disse Atticus, assentindo facilmente. Sirona alegou que ele foi envenenado. Atticus se lembrou de dar a ela um presente melhor em seu aniversário. Finalmente, aquela mulher tinha feito algo certo.
“Visconde Attonson vai pagar por suas ações,” Daphne declarou, sentando-se de volta em sua cadeira.
Enxugou as últimas lágrimas e agora havia uma luz em seus olhos que prometia vingança. A simples visão tirou o fôlego de Atticus.
Daphne então pegou sua mão na dela e apertou. “Vou fazer com que ele nunca mais receba um convite para a sociedade educada. Ele não pode se safar por ter envenenado meu marido. Você poderia ter morrido! A audácia desse homem… a morte seria pouco para ele.”
Enquanto seu coração se aquecia com a consciência de que Daphne finalmente o reconhecera como marido e estava pronta para lutar por ele, ele se lembrou de que tecnicamente estava mentindo.
Atticus realmente não se importava com a reputação do Visconde Attonson, mas ele não queria que Daphne causasse problemas para si mesma porque queria defender sua honra.
“Está tudo bem, você não precisa fazer nada.” Atticus sorriu vitoriosamente e tentou parecer extremamente ileso. Ele flexionou o músculo do braço, tentando mostrar pura vitalidade.
Daphne parecia notavelmente não impressionada, mesmo que ele a tivesse pego olhando para os músculos de seu braço pelo canto do olho.
“Como você pode ver, me sinto muito melhor. Especialmente desde que acordei ao lado de uma bela mulher chorando por mim.”
Sua esposa queria defender sua honra! O simples pensamento o deixou radiante de alegria. Mas ele não queria que Daphne chegasse perto de Eugenio Attonson e seus modos escorregadios.
“Não mude de assunto!” O rosto de Daphne se avermelhou ao registrar suas palavras. “Você não pode simplesmente deixá-lo impune! Ele tentou te matar!”
“Muitas pessoas tentaram me matar. Nenhuma teve sucesso. Se eu retaliar contra cada uma delas, não teria um reino para governar.” Atticus deu de ombros. Daphne ficou menos que impressionada com sua atitude despretensiosa, e isso se mostrou em seu rosto. “Além disso, ele fez algo bom por mim.”
“O que foi?”
Atticus então olhou para ela com tanto carinho que fez Daphne sentir como se ela tivesse passado muito tempo sentada perto de uma fogueira.
“Ele te fez me aceitar como seu marido. O que é um pouco de veneno comparado a isso? Se for assim, eu sou o que está em dívida com ele.”
“Absurdo!” Daphne protestou, suas bochechas agora estavam em chamas. “Eu não… Que absurdo… Não coloque palavras na minha boca!”
“Você mesma disse.”
“Não, eu não disse.” Daphne instintivamente discordou, balançando a cabeça. Atticus a encarou satisfeito e levantou suas mãos entrelaçadas. Daphne emitiu um som agudo.
“Menos de um minuto atrás, você disse ‘ele não vai se safar por ter envenenado meu marido’. Agora eu sou seu marido. Eu ouvi bem claro, raio de sol.”
O olhar em seus olhos estava desejoso, ardente e tão apaixonado que Daphne quis se esquivar e se esconder. Isso despertou um sentimento quente em seu peito que ela não tinha certeza se era certo sentir.
“Aqui neste meu reino, não há volta.”