Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 31
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31: Coração Congelado 31: Coração Congelado Era o calor do banho. Só podia ser. Não havia outra maneira de Daphne explicar o porque suas bochechas esquentaram, ou como o seu coração começou a disparar em seu peito como se estivessem numa corrida. Seu rosto parecia que estava prestes a explodir com todo o sangue correndo para suas bochechas.
O que ele acabou de dizer? Atticus estava fora de si ou Daphne tinha finalmente enlouquecido e começado a ouvir coisas?
Mas o olhar nos olhos de Atticus era tão intenso e apaixonado que Daphne sabia por certo que ela não tinha, de fato, ouvido errado. O rei tinha dito cada palavra, nenhuma delas uma doce mentira apenas para conseguir algo dela. Ou se era, ele era um maldito bom mentiroso.
“O que você acabou de dizer?” Daphne perguntou, sua voz trêmula quando ela falou.
“Eu―” Atticus parou em curto, de repente arregalando os olhos enquanto suas bochechas se tornavam da cor de beterraba, combinando com as dela. “Você… Você me ouviu.”
“Pare de mentir com os dentes”, Daphne especificou. “Você não é meu.” Uma imagem de Cordélia piscou em sua cabeça. “E eu não sou sua. Nós só estamos casados porque você me raptou aqui enquanto eu estava a caminho de encontrar com meu noivo de verdade.”
E assim, foram-se os olhos estrelados e a atmosfera sonhadora. Daphne quase podia ouvir algo estalar no ar, quebrando a tensão que estava entre eles. O olhar nos olhos de Atticus esfriou. O olhar ardente foi embora, sendo temporariamente substituído por algo que parecia estranhamente como decepção. No entanto, até isso se foi rápido como chegou.
Atticus deu uma risada fria. “Daphne Molinero, você é uma mulher amarga e fria. Você faz nossos invernos parecerem quentes e acolhedores.”
Daphne mordeu o lábio. Ela endureceu o coração, mas não conseguia controlar a pequena dor que começou a sobrecarregar seu peito. Suas palavras a atingiram, e ela estremeceu, mesmo sendo a primeira a atacar.
Desde que eles começaram a interagir mais e mais, Daphne percebeu um erro. Ela tinha deixado Atticus afetá-la um pouco demais. Suas palavras nem deveriam ter registrado em sua mente, mas já era tarde demais – por mais que ela se confortasse com suas palavras de apoio, ela se deixou aberta para suas palavras duras.
Mas ela não ia se desculpar.
Seus lábios se separaram, prontos para discutir quando ouviram uma série de ruídos vindos de fora.
“Vossa Alteza?” Era Jonah, sua voz abafada pelas grandes portas. “Vossa Alteza, você está aí dentro?”
“Merda.” O palavrão saiu dos lábios de Daphne e de Atticus ao mesmo tempo. Ambos se voltaram para se olhar nos olhos de uma vez, esquecendo completamente do ar constrangedor que ainda estava pairando sobre eles até então.
“Do que você está tão preocupado?” Daphne perguntou, mantendo a voz mais baixa do que antes, mesmo que ela não tivesse certeza de porque ela estava sussurrando e se escondendo de Jonah.
“Eu não deveria estar aqui”, Atticus confessou envergonhado.
Daphne piscou em desconcerto. “O que você quer dizer que não deveria estar aqui? Este não é o seu banho? Foi isso que você afirmou tão enfaticamente agora mesmo!”
“É o meu banho!” Atticus sussurrou-gritou. “Mas isso não significa que Jonah não se irritaria se soubesse que eu estava aqui enquanto você estava.”
“Mas Jonah te trouxe aqui, não foi?” Daphne perguntou, confusa.
“Vossa Alteza?” A voz de Jonah veio novamente, desta vez muito mais perto da porta do que antes.
“Ele pode ter mencionado casualmente que você estava aqui”, disse Atticus, se aproximando cada vez mais do banho a cada segundo. “Junto com um aviso de que eu não deveria estar seguindo você.”
“Você―!”
“Desculpe-me, Vossa Alteza, mas estou entrando!”
“Espere!”
Daphne mal teve tempo de reagir quando duas coisas aconteceram de uma vez. Atticus mergulhou novamente no banho com um respingo, submergindo completamente na água. Ao mesmo tempo, as portas do banho se abriram e entraram um Jonah com cara de assustado. Seus olhos percorreram o quarto desordenadamente até que finalmente pousaram sobre Daphne.
A princípio, ele parecia aliviado, então, seus olhos se arregalaram e o rosto corou quando ele percebeu que ela estava vestida apenas com uma toalha fina que cobria apenas o essencial – não o suficiente.
“Vossa Alteza!” As palavras saíram de Jonah num tom muito mais alto que o habitual, quase um guincho alarmante.
Jonah instintivamente virou-se.
“Oi Jonah”, disse Daphne, sua raiva anterior com Jonah agora inexistente, pois ela percebeu que ele não convidou Atticus para o banho. Foi Atticus, entrando furtivamente no banho como um gato travesso. “Não pareça tão assustado. Aconteceu alguma coisa lá fora?”
“Não, não”, Jonah gaguejou enquanto olhava para sua rainha pelo canto do olho, antes de se afastar rapidamente ao ver a pele perfeita tingida de rosa pela água do banho. Até mesmo um vislumbre o fazia se sentir como um pecador!
“Eu ouvi alguns barulhos estranhos do lado de fora e fiquei preocupado”, Jonah explicou, olhando ao redor do banheiro.
Seus olhos se estreitaram com o monte de roupas masculinas ao lado do banho. Parecia assustadoramente familiar com o próprio guarda-roupa de Atticus. Suas sobrancelhas se franziram.
“Vossa Alteza viu alguma coisa estranha ou inapropriada?” Jonah apontou para as roupas no chão.
Daphne corou, mas então um pensamento perverso começou a surgir em sua mente. “Não, eu não vi nada de estranho, mas é muito dedicado da sua parte checar comigo. Tenho certeza de que você capturará e punirá todos os intrusos.”
Ela inclinou a cabeça para o banho, atraindo os olhos de Jonah para um ponto específico no banho, onde bolhas estavam subindo para a superfície.
Jonah arqueou uma sobrancelha incrédulo.
‘Atticus?’ ele perguntou, seus lábios se movendo sem emitir som.
Daphne assentiu, igualmente em silêncio. Jonah colocou a cabeça nas mãos, tentando não gemer alto.
“Vou cumprir meu dever da melhor maneira possível”, prometeu Jonah, olhando fixamente para aquele lugar borbulhante. “Seja um plebeu ou até mesmo o meu próprio rei, qualquer um que invade o banho de uma mulher sem ser convidado deve ser punido.”
Os dois não perderam como as bolhas aumentaram rapidamente, como se o intruso estivesse em pânico.
Daphne sorriu para ele e continuou.
“Fico contente em saber que pelo menos tenho alguém que se preocupa tanto comigo. Você deve ser o único homem que se importa.”
As bolhas pararam de se formar. Daphne imaginou que Atticus deve ter sufocado com sua língua de ciúmes e teve que reprimir um resmungo.
Jonah passou a mão pela nuca, sentindo-se de repente como se estivesse preso numa briga de amantes. “O rei também se preocupa com você.”
“Tenho certeza”, disse Daphne, resistindo à vontade de revirar os olhos. Se Atticus fosse mais sábio, ele pararia de se importar.
Ela franziu a testa, observando como a superfície da água permanecia livre de bolhas. Atticus estava prendendo a respiração porque estava brigando? Ele não podia ser tão infantil, certo?
“Atticus, eu sei que você está na água!” Jonah exclamou, sua voz ecoando pelo banheiro cavernoso. “Pare de se esconder e saia.”
A água do banho permaneceu suspeitosamente parada. Uma preocupação começou a crescer na mente de Daphne.
“Atticus?” Daphne chamou.
Houve apenas silêncio.
“Atticus? Você pode sair agora. Lamento pelas minhas palavras anteriores.” Daphne tentou novamente, mas a água do banho permaneceu suspeitosamente parada.
Não houve resposta.
O coração de Daphne parou por um segundo ao se lembrar de um cenário aterrorizante.
“Atticus!”