Roubada pelo Rei Rebelde - Capítulo 28

28: Homem Favorito 28: Homem Favorito “Então diga isso a ele, se você tiver coragem.” Daphne deu de ombros com indiferença. “Se não, como sua nova rainha, posso te punir, mesmo sem a presença de meu marido.”

Não lhe passou despercebido que essas duas mulheres só a confrontavam quando o Atticus se ausentava do salão de baile. Comparadas à Cordélia que ousou ameaçá-la bem na frente de Atticus, elas eram praticamente infantis.

“Está certa disso?” Veronica perguntou provocativamente, enquanto lançava um olhar rápido ao redor do salão de baile à procura do Rei.

Daphne resmungou baixinho, e Veronica se virou rapidamente para apontar um dedo acusador na direção dela.

“Você é a estranha que não sabe nada sobre nossa terra ou nossos costumes. Você pode ser uma rainha, mas isso não vale muito se não lhe der um filho.”

“Verônica, já chega”, Penélope repreendeu gentilmente, mas havia um brilho malicioso em seus olhos que Daphne não confiava. Ela se viu certa quando aquela garota continuou, “Rei Atticus pode não querer filhos com ela, por causa de suas… deficiências. Ele tem um reino para pensar.”

“Você está certa, Penny. Afinal, não é como se sua rainha estivesse pensando em algo.” Veronica respondeu com desdém. “Se eu fosse ele, não gostaria de arriscar que meu filho fosse inútil por causa da mãe.”

Um músculo tremeu na mandíbula de Daphne. Essas mulheres estavam se sentindo muito à vontade para insultá-la diretamente. Mesmo que elas tenham pontos válidos sobre ela não estudar mais sobre Vramid, ela dificilmente poderia ser culpada por esse deslize.

Ela não esperava ser sequestrada e coroada, afinal!

“Lady Veronica parece particularmente sábia sobre o tópico de crianças inúteis”, disse Daphne, erguendo uma sobrancelha. “Mas, novamente, você é uma delas.”

“Você―”
“Não preciso saber sua posição para saber que você está se comportando deploravelmente na presença da realeza.” Daphne mudou de posição, se erguendo em todo seu esplendor enquanto encarava essas duas mulheres.

“Ele nem mesmo te ama.” Veronica rosnou, tentando achar algo que pudesse provocar Daphne.

Daphne inclinou a cabeça e piscou com uma inocência simulada. “Ele também não te ama.”

O rosto de Veronica instantaneamente ficou mais vermelho do que uma beterraba. Ela deu um passo à frente, apenas para ser contida por sua amiga. Penélope estava igualmente furiosa, mas era bom ver que pelo menos uma das duas ainda tinha um cérebro.

Se essas mulheres tentassem algo como aquela presunçosa princesa Nedish fez antes, Daphne não recuaria de dar alguns golpes de sua parte. Essas mulheres não eram da realeza e não pareciam ter muito poder político. A bagunça poderia ser facilmente limpa.

Quando as viu momentaneamente caladas, Daphne sorriu friamente.

Disse: “Mesmo que eu não estivesse casada com o Rei Atticus, ainda seria uma princesa por direito próprio. Ficar tão mal-educada na cara de dignitários estrangeiros é uma vergonha. Nada tem devastado a reputação da nobreza de Vramid mais rapidamente do que vocês duas berrando como cabras.”

Ambas abriram a boca em uníssono, mas Daphne não terminou.

“Tenho certeza de que o Rei Atticus adoraria ouvir sobre seu comportamento. Talvez ele considere adorável saber como duas de suas cidadãs conseguiram arruinar os laços diplomáticos de Vramid com Reaweth enquanto ele ainda estava ocupado trabalhando na noite de seu baile.”

Daphne sorriu, mas não chegou a seus olhos. Foi satisfatório vê-las engolir com medo enquanto percebiam uma verdade simples.

“E eu gostaria de ver”, continuou ela, “se ele ficaria do lado de duas mulheres aleatórias que obviamente não são de nenhum uso para o seu reino ou se ele ficaria do lado de sua esposa.”

Daphne era uma princesa que não tinha magia.

Mas mesmo assim, Daphne ainda era uma princesa. Não uma empregada a quem elas poderiam chutar conforme suas vontades. Mesmo em seu momento mais impotente, ela ainda tinha mais status do que elas.

“Bem dito, Sua Alteza. Peço desculpas pelo pequeno atraso. Havia certas questões que eu tinha que resolver”, interrompeu Jonah, fazendo uma reverência de desculpas.

Sua aparição repentina chamou a atenção de todas as três senhoras.

O líder da guarda real estava vestido de maneira descontraída. Finalmente fora de seu uniforme, Jonah estava em um terno branco, seu colete azul claro fazendo um belo contraste por baixo, combinado com abotoaduras de prata. Sua combinação de cores era o completo oposto da de Atticus, notou Daphne, com o último de preto, vermelho e dourado.

Um visual novo, algo que caiu muito bem em Jonah, mas ela estava mais acostumada a vê-lo em seu uniforme habitual. No entanto, o cabelo de Jonah ainda estava solto como de costume, as mechas douradas bagunçadas e de alguma forma ainda arrumadas.

Daphne não pôde deixar de sorrir. Jonah realmente a lembrava de um cachorrinho retriever dourado.

“E olha só quem finalmente apareceu”, disse Daphne, fingindo estar chateada. Por um momento, ela se esqueceu completamente da existência das duas mulheres irritantes com ela.

Jonah equilibrou perfeitamente um prato de bolinhos e bolos de limão na frente dela, para o qual os olhos de Daphne brilharam.

Ele disse, “Notei que você não tinha comido, então tomei a liberdade de trazer comida para você.”

“Já que você me trouxe sustento, está perdoado”, declarou Daphne com alegria, mergulhando um bolinho no mel e colocando-o na boca, um sorriso de felicidade atravessou seu rosto quando o sabor atingiu sua língua. “Você é realmente meu cavaleiro em armadura brilhante.”

“Não sei bem até que ponto.” Jonah deu de ombros, lançando um olhar lateral para Lady Veronica e Lady Penelope. “Eu duvido que você estivesse em perigo, especialmente de… tão adoráveis senhoritas. Boa noite, Lady Yarrowood e Lady Huntington.”

Provavelmente, Daphne foi a única que captou o leve sarcasmo em sua voz.

“É um prazer conhecê-lo, Sir Jonah!” Elas entoaram, com estrelas nos olhos.

Com Jonah agora presente, Veronica e Penelope não tiveram escolha senão engolir qualquer atitude que estavam armando contra Daphne. Só um idiota o ofenderia – o que seria o mesmo que ofender o rei.

Jonah acenou, sorrindo tão brilhantemente que surgiram rugas no canto de seus olhos. No entanto, só um tolo não perceberia que o sorriso não era sincero. Seus olhos verdes estavam escuros, observando as duas mulheres como um predador faria com sua presa.

Ele era igual ao seu mestre nesse aspecto; ambos eram sereias – belos e sedutores, mas perigosos quando se aproximavam.

E essas mulheres pelo menos sabiam que a mão direita do rei não era um homem para se irritar.

“Igualmente, mas um aviso: um insulto à Rainha Daphne é um insulto ao Rei Atticus. Será bom para você se lembrar disso. Desejo-lhes uma boa noite.”

Com isso, Sir Jonah estendeu a mão para escoltar Daphne para longe, deixando para trás as mulheres atordoadas e envergonhadas.

“Como eu disse, você é realmente um cavaleiro em armadura brilhante. Meu homem favorito no reino”, disse Daphne alegremente enquanto continuava saboreando a comida.

“Não deixe seu marido ouvir você dizer isso,” disse Jonah, tentando não rir das bochechas da nova rainha recheadas de comida. “Eu gosto de ter minha cabeça unida ao meu pescoço.”

Daphne simplesmente sorriu marotamente, se deliciando felizmente com a comida que Jonah havia trazido. Todo esse tempo, nenhum dos dois percebeu os passos silenciosos caminhando atrás deles, observando cada interação.