Rise Online: O Retorno do Jogador Lendário - Capítulo 49

49: Midgard 49: Midgard A sensação de retornar à Cidade Inicial de Holinda era um misto de emoções para Kaizen.

Da última vez que estivera lá, ele sabia praticamente nada sobre Rise Online, como as coisas funcionavam, como era o mundo além das muralhas. Ainda assim, enfrentar esse completo desconhecido não era um problema para Kaizen. Na verdade, era a coisa mais empolgante que ele havia feito nos últimos anos de sua vida.

Era um dia ensolarado, como no dia em que Kaizen se conectou pela primeira vez. As árvores estavam balançando intensamente como sempre. O vento refrescava os trabalhadores nos campos.

Embora Holinda fosse uma cidade com nobres, mostrando ser um ponto essencial de comércio, encontrar campos de plantação e fazendas não era tão incomum nesta região.

Kaizen sentia que talvez até estivesse interessado em se tornar um agricultor, mas isso só aconteceria se a profissão fosse mais lucrativa que a de ferreiro.

‘Não… Isso deveria ser impossível. Um agricultor provavelmente só tem o benefício de conseguir comida grátis.’ Ele continuava teorizando sobre isso enquanto observava os trabalhadores do campo.

A viagem para Holinda levou quase duas horas, já que Kaizen tinha o debuff de lentidão aplicado pelo excesso de peso em seu inventário, então ele andava bem devagar.

No caminho, ele notou que, quando deixava a região dos Bosques Nublados, encontrava muito mais pessoas, inclusive muito mais do que quando fez a mesma viagem com o grupo do Magma.

Alguns NPCs pediram sua ajuda desta vez, e ele não recusou essas pequenas tarefas e conversas breves. Graças a isso, ele aprendeu muito mais falando com essas pessoas que viviam no mundo do jogo do que lendo artigos na Webnet.

Durante a jornada, lobos com presas de aço saltavam dos arbustos para atacá-lo no meio da estrada, mas todos eram facilmente mortos.

Além disso, ele também teve que fugir de um estranho esqueleto que rastejava pelo chão atrás dele. Era bizarro que ele não pudesse ler as estatísticas desta criatura macabra com o <Olho Analítico>.

Kaizen podia jurar diante de um tribunal inteiro que durante a caminhada houve um momento em que a região inteira foi coberta por uma sombra e que, quando olhou para o céu, viu algo se movendo acima das nuvens.

Andar sozinho pelo mundo de Rise Online era algo assustadoramente fascinante e empolgante. Kaizen não sabia o que poderia encontrar em cada esquina.

Por sorte, enquanto o recém-chegado caminhava por um desses longos caminhos, já avistando de longe as grandes muralhas de Holinda, ele ouviu sons de cascos de cavalos se aproximando. Ele olhou para trás e viu que uma pequena carroça, que era puxada tranquilamente por um magro burro, estava chegando. Normalmente, Kaizen não ousaria pedir carona a um estranho, mas ele estava cansado, sua comida havia acabado e o sol parecia estar ficando mais quente.

Ele saiu do meio da estrada e esticou seu braço direito para cima. Assim, talvez o motorista da carroça pelo menos parasse e conversasse.

Conforme a carroça se aproximava, Kaizen conseguia ver o nome acima da cabeça da pessoa que a dirigia. Portanto, o homem em questão era um NPC. Kaizen usou o <Olho Analisador> para garantir sua segurança e ficou ainda mais aliviado ao ver que o homem era apenas nível 4.

Amavelmente, o condutor da pequena carroça parou para conversar.

“Boa tarde, estranho! Você está indo para Holinda? Se estiver, posso lhe oferecer uma carona.” Disse Oloster com um sorriso amigável.

Oloster era um homem idoso de cerca de sessenta anos com longos cabelos brancos sujos, cuja pele estava cheia de manchas de sol. Ele também tinha um olho esquerdo completamente branco, indicando que era cego.

“Sim, estou indo para Holinda, velho. Não seria um problema me levar com você?” Kaizen perguntou.

“De jeito nenhum! Vamos lá, sente-se!” Oloster esticou seu braço direito educadamente para ajudar Kaizen a subir. “Você parece bem cansado para mim, não há razão para recusar uma mão amiga às vezes, mesmo que você seja tão jovem quanto é.”

Não estava nos planos de Kaizen recusar um convite como aquele, então ele aceitou e subiu na carroça com um sorriso no rosto.

No caminho para Holinda, Kaizen começou uma conversa com Oloster perguntando o nome do homem mais velho. Embora o garoto já soubesse a resposta para sua pergunta, porque Oloster era um NPC, Kaizen percebeu que perguntar os nomes dos NPCs os deixava mais felizes e dispostos a conversar. Em contraste, quando os chamava pelo nome diretamente, criava uma aversão, e os NPCs ficavam mais medrosos.

Após a troca de apresentações, a conversa continuou a fluir.

Oloster revelou-se um nômade, um andarilho, que não se prende a um lugar específico no mundo. O mundo é sua casa.

Kaizen estava profundamente interessado no assunto, já que sabia muito pouco sobre o mundo de Rise Online.

Neste caso, Oloster estava mais do que feliz em compartilhar seus conhecimentos mundanos. Mais do que qualquer coisa, o velho adorava falar sobre isso.

Então, Oloster contou-lhe que o mundo onde se encontram os reinos humanos é chamado Midgard, um lugar cheio de campos verdes, montanhas rochosas e desertos exuberantes, rodeados por um mar sem fim.

Midgard é um lugar cheio de profundos mistérios cujas respostas parecem ter sido perdidas na história.

Labirintos, masmorras, cidades abandonadas, tocas, aldeias de Orcs, fortalezas, ilhas flutuantes e muitas outras coisas sem explicação aparente podem ser encontradas. No entanto, em cada canto de Midgard, há um ser vivo pronto para clarear o escuro, dissipando a névoa do arcano.

Existem dezenas de imensas nações humanas espalhadas por Midgard, mas as mais famosas, sem dúvida, são os reinos: Vrikhodour, Tretidian e Mibothen.

“Na verdade, o último reino que mencionei é um principado, pelo que me lembro. No entanto, Mibothen tem o poder econômico de um reino!” afirmou Oloster em um tom áspero. “Aliás, respondendo à sua pergunta anterior, estamos atualmente ao norte da capital do Tretidian!”

“Senhor, muito obrigado pelos seus ensinamentos. Agora tenho certeza de que não me perderei mais. Gostaria que eu lhe comprasse uma bebida como um gesto de gratidão?” Kaizen falou enquanto descia da carroça no portão da cidade de Holinda, onde os caminhos dele e de Oloster se divergiam.

“Não, estranho. Fico feliz que um velho como eu possa ajudá-lo tanto com meus discursos intermináveis. Adeus!”

Oloster, com sua velha carroça puxada pelo burro Pog, seguiu o caminho e não parou em Holinda nem para descansar.

Kaizen pensou nesse momento que todos os NPCs em Rise Online eram simpáticos, mas assim que virou e encarou a cidade, lembrou-se dos problemas que teve com os nobres, das respostas ignorantes dos comerciantes e dos olhares desprezíveis dos cidadãos.

No entanto, Kaizen queria que tudo fosse diferente agora. Ele tinha títulos, ganhou pontos de fama e subiu vários níveis. Então, ele se pôs em pé de forma vacilante e declarou em voz alta:
“Agora, em direção à Casa de Leilões!”

…

Editado por: DrHitsuji
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